O ano de 2022 foi difícil para muitos brasileiros. O número de consumidores inadimplentes – ou seja, aqueles com dívidas e contas em atraso – chegou a 68,4 milhões em setembro, segundo dados da Serasa Experian. Mas existe uma parcela da população que vive uma realidade diferente e busca caminhos para entender como investir o próprio dinheiro.
No terceiro trimestre de 2022, o número de pessoas físicas (CPFs) na Bolsa de Valores cresceu 15% em relação ao mesmo trimestre de 2021, e já alcançou 4,6 milhões, segundo dados da B3. O número de CPFs que investem em renda fixa cresceu 31% no mesmo período e somou 12,6 milhões. E esses investidores não aplicam milhares de reais. O valor médio mensal investido na Bolsa é de R$ 288.
Para quem tem como meta entrar para essas estatísticas em 2023, Eduardo Perez, analista de investimentos do Nubank, separou algumas dicas sobre como investir e, principalmente, manter a consistência nas aplicações ao longo do ano.
Como investir em 2023? Primeiro, avalie o seu orçamento
Entender como investir e começar não requer milhões, mas exige um certo planejamento. Para quem ainda não está com o orçamento organizado, o investimento pode ficar para depois, segundo Perez.
“O foco deve ser em zerar as dívidas atrasadas, que sempre terão juros mais altos que as aplicações de renda fixa. Depois disso, é preciso começar a fazer sua reserva de emergência, que deve ter de seis a 12 meses do seu custo de vida.”
Entenda como reorganizar suas contas antes de entender como investir.
Com as dívidas pagas e as contas organizadas, assista ao vídeo abaixo para saber como criar a sua reserva de emergência.
Depois da sua reserva criada, agora sim dá para começar a planejar seus próximos passos no mundo dos investimentos. Veja as dicas abaixo.
Dica 1. Defina seus objetivos
Entender o que fazer com o dinheiro que está sendo investido ajuda na hora de manter o foco e seguir o planejamento. Mas é justamente este o passo mais negligenciado por quem começa a investir, segundo Perez.
“O objetivo precisa ser claro. Pode ser rentabilizar o patrimônio, ter renda para se aposentar, fazer uma viagem no final do ano. Com meta, você direciona melhor seus esforços e consegue focar. E não tem problema ter vários objetivos ao mesmo tempo. Tudo depende da sua renda. Mas o ideal é não ter tantos com o mesmo prazo de realização.”
Para entender como criar metas realistas, conheça o método SMART.
E para saber o que faz seus objetivos não darem certo, ouça o podcast Semanada abaixo:
Dica 2. Escolha um investimento para começar
O mercado financeiro tem centenas de opções de investimentos. Por isso, é normal quem está começando agora ficar perdido. Uma dica para entender como investir é olhar para as suas metas e o prazo definido para realizá-las.
Se a ideia é viajar daqui um ano, não faz sentido escolher uma aplicação com vencimento maior do que esse período. Mas, se o objetivo é a aposentadoria, por exemplo, opções de longo prazo são as ideais. Além disso, é preciso considerar o risco do investimento. Nessa hora, o seu perfil de investidor pesa.
“Quando você escolhe um investimento, leva em consideração o seu perfil. Mas para quem está começando o indicado é ir aos poucos, mesmo que você tenha um perfil mais arrojado, para ir se acostumando com o mercado.”
Eduardo Perez
Mas quais são os perfis de investimentos e como saber qual é o seu? Ouça, abaixo, o podcast Semanada para entender.
Dica 3. Saiba como funcionam os investimentos
Para escolher uma aplicação que faça sentido, é preciso saber como ela funciona. No mercado financeiro, muitos investimentos da mesma categoria podem ter dinâmicas diferentes. Um bom começo para saber como investir é entender as diferenças entre renda fixa e renda variável. Veja as explicações nos vídeos abaixo.
O que é renda fixa?
O que é renda variável?
Como funciona a Bolsa de Valores?
Dica 4. Crie estratégias para manter a consistência
Uma das maiores dificuldades na hora de investir é manter a consistência nas aplicações. É consenso no mercado que é melhor aplicar R$ 10 todo mês do que R$ 100 uma única vez no ano.
“Antes, eu achava extremamente difícil fazer aportes de largada, quando o salário caía na conta. Hoje em dia sou adepto dessa técnica e ela, inclusive, me obriga a controlar os gastos desnecessários ao longo do mês.”
Eduardo Perez
O analista diz que a frequência dos aportes vai depender da realidade financeira de cada um, mas ele acredita que colocar um pouquinho todo mês ajuda as pessoas a criarem o hábito de investir.
Ouça, no Semanada, outras estratégias que ajudam a criar o hábito de investir.
Dica 5. Revise seus investimentos e objetivos
“Depois que a gente adquire o hábito de investir uma parte da renda, faz sentido comparar seus objetivos com as condições atuais do mercado a cada três ou seis meses. É nessa hora que a gente decide se faz sentido colocar um pouco mais em um tipo de investimento e menos no outro”, afirma Eduardo Perez.
Essa revisão de carteira é necessária para ajustar as escolhas com os objetivos, que podem mudar ao longo do tempo. Mas Perez ressalta que é preciso cuidado nessa avaliação: trocar investimentos a todo momento e sem muito critério pode afetar a rentabilidade final da sua carteira.
Leia aqui como criar uma carteira de investimentos.
E aprenda como começar a diversificar sua carteira na medida certa.
Dica 6. Seja realista
Essa dica é uma das mais importantes para quem quer entender como investir. Ser realista no mundo dos investimentos é não esperar grandes rentabilidades em curtíssimos prazos.
“Muitos investidores desanimam ao descobrirem que o caminho desde zerar as dívidas até fazer investimentos mais avançados não é curto nem rápido. Ser realista e compreender que tudo tem seu tempo é muito importante. As oportunidades aparecem todo dia no mercado financeiro e nenhuma decisão deve ser feita de forma irresponsável”, afirma Eduardo Perez.
Saiba como fugir do efeito manada dos investimentos.
No vídeo abaixo, conheça as piores decisões na hora de investir.
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