Uma coisa é certa: os investimentos são sempre afetados por diversos fatores da economia. Agora, imagine o que acontece se esses movimentos econômicos prejudicarem justamente a aplicação que você escolheu. O resultado pode não ser tão agradável para o seu bolso. Uma das formas de reduzir esse tipo de risco é montando uma carteira de investimentos diversificada. Mas você sabia que é importante fazer os ajustes desses ativos sempre que necessário?
É necessário fazer mudanças em uma carteira de investimentos para que ela esteja equilibrada em relação aos movimentos do mercado financeiro e, principalmente, para que esteja de acordo com os seus objetivos e perfil de investidor.
Em muitos casos, pode não ser tão simples identificar quando esses ajustes são necessários e quais medidas tomar para realizar essas mudanças.
Por isso, a seguir saiba como reconhecer se as suas aplicações precisam de um ajuste e confira dicas para fazer isso.
O que é uma carteira de investimentos?
Uma carteira de investimentos é o conjunto de aplicações que um investidor tem. Ela também pode ser chamada de cesta ou portfólio de investimentos. O objetivo da carteira de investimentos é fazer com que seu patrimônio como um todo se valorize ao longo do tempo.
Para entender melhor esse conceito, pense em uma viagem internacional. Imagine que você dividiu o dinheiro da viagem e decidiu levar uma quantia em espécie, outra num cartão pré-pago, e ainda decidiu fazer alguns gastos no cartão de crédito. Afinal, você não queria correr o risco de perder todo o seu dinheiro ou mesmo ser roubado. E, assim, também não ficaria dependente de uma única forma de pagamento.
Essa é a lógica da carteira de investimentos. Nela você divide e diversifica o seu dinheiro entre diferentes ativos e, com isso, corre menos riscos, já que ele se encontra em mais de uma aplicação. Em outras palavras, montar uma carteira de investimentos diversificada também é uma forma de proteger o seu dinheiro.
Por que é necessário fazer ajustes em uma carteira de investimentos?
Para mantê-la diversificada e de acordo com as suas metas, momento de vida e perfil. Uma carteira de investimentos diversificada significa, essencialmente, não botar todos os ovos em uma única cesta.
Por exemplo: você tem R$ 10 mil para investir, mas aplica todo o valor num único ativo, seja em ações de uma única empresa ou em apenas um CDB. Ao fazer isso, as chances de você ganhar ou perder dinheiro dependem desse único ativo financeiro. No mundo dos investimentos, isso significa que você está mais exposto, ou seja, está correndo mais risco.
“Quando você está muito concentrado, está exposto a apenas uma probabilidade, a apenas um possível evento. Isso pode ser bem frágil ao longo do tempo porque você não tem total controle do ativo. Por isso, a gente sempre recomenda a diversificação”, explica o economista e especialista em investimentos do Nubank, Pedro Mota.
Para proteger mais o seu dinheiro, ficar menos exposto e, ao mesmo tempo, aumentar suas chances de ter rendimentos maiores, a recomendação é diversificar. E essa diversificação envolve colocar produtos financeiros diferentes no seu portfólio, diminuir ou vender o que for necessário, por exemplo.
O objetivo é que essas mudanças deixem os seus investimentos mais alinhados com o seu perfil de investidor.
Como e quando mudar os ativos de uma carteira de investimentos?
Segundo o economista e especialista em investimentos do Nubank, Pedro Mota, o primeiro passo para mudar uma carteira de investimentos é fazer um diagnóstico de todos os ativos que você tem e, a partir daí, definir o que vai precisar ser feito com cada um deles.
“Às vezes, eu posso ter vários produtos na minha carteira, mas no fim eles são muito parecidos. Estão expostos ao mesmo risco”, diz.
O especialista cita como exemplo uma carteira de ações que, apesar de ter um número significativo de papéis, está concentrada em apenas um setor, como o bancário, o elétrico ou de comércio. Quando isso acontece, é preciso identificar o problema.
“Você precisa ter um plano de como vai endereçar esse investimento, porque aquilo acaba se tornando um dos seus maiores riscos. Um caminho é usar um dinheiro que entrar para comprar ativos diferentes ou fazer uma venda estratégica de um ativo que você já tem na carteira para readequar a proporção. O mais importante é fazer essa fotografia e estar bem atento à concentração de emissores e empresas”, conclui.
Mota destaca que as mudanças não precisam ser feitas de maneira imediata se isso não for possível. O mais importante é ter consciência da situação, e se planejar para fazer o ajuste quando conseguir.
A seguir, confira dicas de como mudar a sua carteira de investimentos.
Entenda o seu perfil de investidor
Quanto você vai colocar em cada tipo de investimento vai depender do seu perfil de investidor e do risco que você está disposto a correr. De forma geral, o mercado trabalha com três perfis: conservador, moderado ou agressivo.
Quem é mais conservador pode colocar a maioria do dinheiro na renda fixa, que traz mais segurança, embora a rentabilidade também seja menor. Mas tem quem prefira colocar a maioria do dinheiro em investimentos de renda variável, como as ações. Elas são mais arriscadas, mas podem gerar mais retorno.
Assim, conhecendo o seu perfil, você consegue fazer melhores escolhas e consegue identificar se os seus investimentos estão concentrados em ativos muito arriscados ou conservadores demais para o seu perfil.
Defina prazos e objetivos
Sabendo o seu perfil de investidor, também é importante definir os prazos dos seus investimentos. Uma carteira diversificada é aquela que atende aos seus diferentes objetivos em diversos momentos da vida. Isso significa escolher investimentos de curto, médio e longo prazo.
Se o seu objetivo é viajar daqui a um ou dois anos, por exemplo, a recomendação é colocar uma parte do dinheiro em uma aplicação com esse prazo. Mas talvez você já esteja pensando na aposentadoria. Nesse caso, o ideal é que parte do patrimônio seja investido em ativos de longo prazo. A dica é escolher prazos que se encaixam nas suas metas.
“A carteira precisa ser reflexo do seu objetivo e do seu perfil de risco. Então, se você tem um objetivo de curto prazo, para daqui a um ano, e não pode correr risco, a sua decisão é consequência disso. Ou seja, você vai ter tudo em renda fixa de alta liquidez. Se você tem um objetivo de muito longo prazo e pode correr mais riscos, aí é possível abrir o seu leque de possibilidades e até acessar mercados um pouco mais arriscados buscando um retorno melhor”, detalha Pedro Mota.
Revise com frequência as suas metas financeiras
É importante revisar de tempos em tempos as suas metas financeiras, pois algumas são cumpridas e outras podem ser adaptadas. A chegada de um filho, por exemplo, pode adiar outros objetivos.
Desse modo, é possível entender o que precisa ser alterado, o que ainda faz sentido para a sua estratégia e ainda priorizar o que for necessário. Até mesmo o seu perfil de investidor precisa ser reavaliado de tempos em tempos, pois ele também pode mudar.
Busque ajuda de um profissional
Na hora de montar ou mudar a sua carteira de investimentos, é preciso tomar algumas decisões como a proporção que você vai ter de ativos de renda fixa e de renda variável. E isso vai depender dos seus objetivos e do seu perfil. Pedro Mota afirma que buscar ajuda profissional facilita esse processo.
“Você pode buscar um profissional que te ajude a definir essas proporções ou investir em um fundo de investimento que faz a diversificação para você. Também dá para buscar as carteiras recomendadas, que são carteiras prontas que existem no mercado”.
No fim das contas, a carteira de investimentos exige cuidado e atenção com alguma frequência para que possa refletir o seu momento de vida e aproveitar as melhores oportunidades de investimento para atingir seus objetivos financeiros.
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