“Vai levar esse ou aquele?”. “Ah, acho que o custo-benefício desse aqui é melhor”. Talvez você já tenha participado de um diálogo assim na vida. Apesar de ter caído no uso coloquial, no entanto, a expressão custo-benefício vem de um conceito usado frequentemente por empresas e governos.
Essencialmente, uma análise de custo-benefício consiste em avaliar de maneira estruturada os prós e contras de uma decisão.
Ou seja: quando apresentadas a uma situação que demanda uma escolha, pessoas ou instituições podem aplicar um processo para entender o que se ganha e o que se perde com cada opção.
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Como funciona a análise de custo-benefício?
Tomar a decisão mais vantajosa dentro de um determinado cenário é o objetivo da análise de custo-benefício. De maneira bem resumida, ela é feita de modo que, ao final do processo, seja possível dizer se os benefícios daquela escolha são suficientemente maiores do que os custos.
Em outras palavras, é como colocar na balança as vantagens e ganhos (benefícios) X investimento e potenciais problemas (custo).
Na maioria dos casos, essa análise envolverá tanto fatores concretos e mensuráveis quanto elementos subjetivos e menos tangíveis.
Em uma situação de negócios, por exemplo, alguns fatores levantados para entender o custo-benefício são:
- Quais são os gastos envolvidos?
- Qual é o ganho financeiro projetado?
- Como isso pode ajudar os clientes?
- A reputação da empresa pode ser afetada?
- Como os funcionários reagirão?
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Modelo de análise de custo-benefício
Existem diversas maneiras de realizar esta análise, muitas das quais envolvem fórmulas matemáticas e compreensão econômica relativamente avançada. No livro Cost-benefit Analysis: Concepts and Practice, no entanto, o pesquisador Anthony E. Boardman apresenta um processo mais compreensível para quem não é especialista.
De forma simplificada, os passos são:
Análise de custo-benefício
- Defina os objetivos da ação;
- Considere outras alternativas que poderiam ser tomadas no lugar dessa ação;
- Enumere os stakeholders, ou seja, as pessoas envolvidas ou afetadas pela ação;
- Considere a linha do tempo da ação e seus efeitos a longo prazo;
- Liste todos os custos e potenciais riscos envolvidos na ação;
- Liste todos os ganhos financeiros e potenciais benefícios projetados pela ação;
- Faça uma conversão estimada dos riscos e ganhos subjetivos para atribuir um valor financeiro;
- Avalie o quanto os benefícios ultrapassam os custos para decidir se a ação deve ser tomada ou não.
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Como definir custos e benefícios?
Alguns são claros e fáceis de identificar. Outros, menos tangíveis, não tanto.
Vamos supor que uma empresa está decidindo se vai realizar um projeto ou não. Ao listar os custos e benefícios dessa decisão, estes são alguns dos fatores que devem ser levados em consideração:
Custos
- Horas dedicadas ao projeto (treinamento, execução etc);
- Número de funcionários envolvidos;
- Contratações adicionais;
- Custos operacionais (contratação de ferramentas, por exemplo);
- Diminuição de produtividade;
- Efeito negativo na vida dos funcionários;
- Perda reputacional (quando há uma percepção negativa ao projeto por clientes).
Benefícios
- Receita gerada;
- Aumento de produtividade a longo prazo;
- Melhora de serviço prestado pela empresa;
- Efeito positivo na vida dos funcionários;
- Ganho reputacional (quando há uma percepção positiva ao projeto por clientes);
- Aumento de fidelidade dos clientes.
Os stakeholders internos (normalmente, funcionários envolvidos no projeto) podem ser peças valiosas na hora de avaliar os custos e benefícios, já que eles terão uma perspectiva mais próxima de como serão afetados.
Em qualquer análise de custo-benefício, é sempre importante levar o longo prazo em consideração: aquilo que não é imediatamente vantajoso pode trazer ganhos para a empresa num futuro previsível.
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