As negociações e a cotação do petróleo estão frequentemente impactando a bolsa de valores brasileira e de muitos outros países do mundo. O mesmo acontece com a soja, o milho, o café e o etanol, por exemplo – mas por que? A resposta é simples: todos esses produtos são commodities negociadas em bolsas de valores em todo o mundo.
Mas, na prática, o que são commodities? E por que são tão importantes?
O que são commodities?
O termo commodities vem da língua inglesa e, no sentido literal, significa apenas “mercadorias”.
Antigamente, ele era usado exatamente para este sentido, mas, conforme o mercado global foi se desenvolvendo, ele foi ganhando novas características e passou a ser utilizado especificamente para mercadorias que são produtos básicos, sem diferenciação e/ou em estado bruto; são “mercadorias” que funcionam como matéria-prima para outros produtos.
As commodities são bens de consumo mundial e, por isso, são comercializadas em todo o mundo em bolsas de valores – países que produzem determinada commodity a exportam para outros países e sua comercialização é global.
Além dessa definição básica, uma commodity tem, entre suas principais características:
- Produção em larga escala;
- Capacidade de ser estocada;
- Pouca industrialização e alto nível de comercialização;
- Padrões de qualidade mundiais.
Preço das commodities
As commodities têm grande importância mundial: o petróleo, uma das maiores e mais conhecidas, é matéria-prima para combustíveis dos mais diversos tipos, além de uma fonte de energia.
Por isso, elas têm uma cotação baseada em sua oferta e demanda; a maior referência para a determinação de preços é a Bolsa de Chicago, onde se concentram as negociações de commodities. Não existe diferenciação no preço de commodities entre um produtor e outro, com exceção dos custos de exportação, logística, tarifas portuárias e o prêmio da exportação – mas eventos climáticos, fatores políticos e econômicos podem acabar impactando o preço de produtores específicos.
Isso facilita sua negociação em âmbito mundial e garante que não exista diferenciação entre um mesmo tipo de produto – ele deve ser igual e atender aos padrões de qualidade. Entretanto, quando há variação nos preços das commodities, isso pode impactar significativamente a economia de diversos países – um bom exemplo disso é a recente queda do preço do petróleo nos Estados Unidos.
Tipos de commodities
Os mais diversos tipos de mercadoria e matéria-prima são commodities e, por isso, elas são divididas em quatro grandes grupos. O número de itens que entra em cada um é muito maior, mas os listados abaixo são os principais.
Commodities agrícolas
Elas são, essencialmente, matérias-primas do agronegócio e produtos agrícolas:
- Soja;
- Café;
- Laranja;
- Milho;
- Trigo;
- Açúcar;
- Algodão.
Commodities minerais
Como o próprio nome sugere, entram neste grupo minérios, minerais, metais e recursos ligados à energia. As mais conhecidas são:
- Petróleo;
- Gás natural;
- Etanol;
- Ouro.
Commodities ambientais
As commodities ambientais são recursos naturais que produzem outros bens e são importantes para a indústria:
- Madeira;
- Água;
- Geração de energia.
Commodities financeiras
Sim, financeiras: moedas e títulos públicos podem ser considerados commodities. São algumas delas:
- Dólar;
- Euro
- O próprio real;
- Títulos do Tesouro Direto.
Commodities brasileiras: quais são?
O Brasil se destaca na produção de commodities agrícolas, ficando atrás somente dos Estados Unidos como uma superpotência na produção de alimentos. Café, soja, milho, cacau e laranja são as principais commodities brasileiras do tipo agrícola
Mas o Brasil também é um grande nome na produção do petróleo, minério de ferro – é o segundo maior produtor mundial do mineral – e carnes (aqui chamada de boi gordo).
A comercialização dessas commodities é fundamental para a economia brasileira. Em 2018, sete commodities responderam por metade do valor de todas as exportações brasileiras, representando US$ 120 bilhões para a economia.
Como os demais países exportadores de commodities, entretanto, o Brasil fica exposto ao risco da variação de preços desses produtos, atrelado a sua demanda mundial. Uma crise econômica que diminua a demanda por essas commodities, portanto, pode afetar a economia brasileira.
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