O mercado financeiro tem seus próprios jargões, termos, siglas e quase um vocabulário próprio – e, para quem ainda não é totalmente íntimo, essas expressões podem gerar dúvidas. Operar “vendido” ou “comprado” na Bolsa de Valores é um desses casos – o que isso realmente quer dizer? Como funciona?
Basicamente, ambas as expressões são usadas para falar sobre operações e investimentos em renda variável, como ações, mercado futuro, moedas estrangeiras, índices, opções etc. Elas indicam o que o investidor espera do mercado na operação que está realizando.
- Operar “vendido” significa que o investidor está realizando um investimento em renda variável esperando que esse mesmo ativo caia e desvalorize;
- Operar “comprado” significa o contrário: o investidor espera que o ativo valorize.
Tanto a valorização quanto a desvalorização esperadas são a partir do preço de entrada daquele ativo – ou seja, o quanto o investidor pagou por ele no momento de investir. Ambas estratégias também visam o lucro do investidor com a operação.
E como saber se um ativo vai subir ou cair? Através de análises que são capazes de indicar qual será o comportamento daquele ativo em determinado momento no mercado.
Operar “vendido”
A lógica de quem opera vendido é: “com a desvalorização ou queda desse ativo, eu consigo lucrar” – e o mesmo vale para o inverso: se esse ativo é valorizado, o investidor perde dinheiro.
Na prática, significa vender um ativo a determinado preço, esperando que ele desvalorize; quando a posição encerrar (ou seja, quando chegar a data da venda) e ele de fato tiver sido desvalorizado, o investidor compra ele novamente com a cotação mais baixa.
Um exemplo: uma pessoa compra determinada ação por R$10 na estratégia de operar “vendido”, esperando que, no curto prazo, sua cotação caia para R$9 ou menos; essa queda representa um retorno de 10% para o investidor. Em valores maiores e maior quantidade, a diferença monetária acaba sendo maior.
Se a cotação de fato cair para R$9, o investidor lucrará. Se, por outro lado, o ativo se valorizar, ele perderá dinheiro – afinal, terá que comprar um ativo que já possuía por um preço maior.
Essa é uma estratégia que tem sido mais usada por quem realiza day trade – operações de compra e venda de curtíssimo prazo, normalmente em um mesmo dia. Isso porque a oscilação do mercado de renda variável é alta.
O filme “A Grande Aposta”, de 2015, traz um bom exemplo do que é na prática operar vendido: investidores que, percebendo que o mercado imobiliário dos Estados Unidos caminhava para uma crise, passaram a investir apostando em sua desvalorização – e ganharam em cima disso, ao mesmo tempo em que a bolha do mercado estourou e deu início a uma crise econômica.
Operar “comprado”
Essa é a estratégia mais comum dos investidores, quando se compra um ativo contando com a sua valorização: quem compra uma ação por R$ 10 e depois consegue revendê-la por R$ 15 tem um lucro de R$ 5.
Neste caso, o preço de venda deve ser maior que o de compra daquele ativo – e por isso ela é uma estratégia que pode ser usada também pensando no médio ou longo prazo, esperando a maior valorização do ativo.
Afinal, qual é a melhor estratégia?
Não existe uma resposta: isso depende do prazo da estratégia de investimentos (curtíssimo, curto ou longo prazo), do quão acostumado o investidor está a operar na Bolsa de Valores e sua experiência com esse mercado.
O mercado de renda variável é um que apresenta oscilação nos ativos e, consequentemente, maior risco nos investimentos. Por isso, é importante ter cuidado ao começar a investir e operar com renda variável. Veja os três erros que você deve evitar cometer ao operar na Bolsa.
Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.