Estava prevista para começar nesta segunda-feira, 1o de fevereiro de 2021, uma paralisação de caminhoneiros em todo o Brasil.
As principais motivações para a paralisação são a falta de um marco regulatório do transporte, de uma jornada de trabalho para esses profissionais, da aplicação do piso mínimo para o frete (valor cobrado pelo transporte), do preço do óleo diesel — que, em 2021, acumula alta de 4,4% — e de regras claras para a aposentadoria desses motoristas.
Independentemente dos motivos, uma greve de caminhoneiros afeta bastante o dia a dia das cidades e das pessoas. Dependendo da proporção dela, vários serviços podem ser interrompidos. Vale relembrar o que aconteceu em 2018, última grande paralisação desse setor.
Por que essa greve pode impactar tanto?
É simples: o transporte de cargas, feito por caminhões pelas rodovias brasileiras, hoje representa mais de 60% da circulação. Toda a logística brasileira se baseia no transporte rodoviário: estima-se que o Brasil possua uma frota de 2 milhões de caminhões de carga e mais de 10 mil empresas de transporte rodoviário de carga.
Com as rodovias bloqueadas, impedindo o vai e vem de caminhões de carga, deixa de existir circulação de mercadorias, bens e produtos. É importante lembrar que muitas dessas mercadorias são essenciais, como os alimentos e combustíveis, o que cria certo pânico na população e aumenta as proporções da paralisação.
Como foi a greve dos caminhoneiros de 2018?
A paralisação de 2018 aconteceu entre os dias 21 e 31 de maio de 2018, durando onze dias. Foram mais de 350 mil caminhoneiros paralisados no Distrito Federal e outros 21 estados brasileiros.
O motivo da paralisação também foi o preço do diesel, que na época passava por um período de alta e muitas flutuações — tanto que uma das reivindicações era para que o governo estabelecesse uma regra para reajustes no combustível.
Os principais impactos
Os principais impactos foram na logística brasileira — a partir deles, os demais reflexos da paralisação surgiram no dia a dia do brasileiro. Dito isso, o principal problema enfrentado foi a falta de abastecimento dos mais diversos itens, em especial alimentos e combustível.
Esses são itens que deixam a prateleira mais rapidamente e dependem do transporte de cargas, feito pelos caminhoneiros, para serem reabastecidos; na ausência deles, prateleiras chegaram a ficar vazias e, em outros casos, o preço subiu muito. É a clássica lei da oferta e da procura: quando a demanda é alta e a oferta diminui, os preços ficam mais caros.
Em relação ao combustível, o impacto foi drástico. Quando alguns postos específicos começaram a apresentar falta de abastecimento, a população correu para outros postos para garantir a gasolina antes que ela se “esgotasse”, levando a filas gigantescas de carros nos postos e, também, ao aumento dos preços.
Aeroportos e companhias aéreas também sofreram
Voos chegaram a ser cancelados na época, já que o combustível que abastece os aviões também é transportado por caminhões e não chegava aos aeroportos.
Atrasos nas entregas dos Correios
Parte da logística dos Correios brasileiros também é de frota terrestre — cerca de 1.500 linhas em 2018. Com os bloqueios em rodovias, os prazos inicialmente estipulados para entregas de Sedex e PAC sofreram atrasos.
E agora? O que esperar?
Por hora, não dá pra dizer qual será a dimensão dessa paralisação, já que ela ainda não tomou fôlego.. É importante, no entanto, controlar o pânico e o impulso de sair correndo para os mercados ou postos: essa atitude só piora a situação e estimula uma crise que sequer existe ainda.
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