A cada 45 dias, os jornais brasileiros repercutem incansavelmente o resultado da reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Ele define, em cada reunião, em quanto ficará a taxa Selic – e, embora seja uma decisão que impacta diretamente seu bolso, nem todo mundo sabe o que é o Copom e por que a Selic é tão importante.
O Copom foi criado em 1996 com o objetivo de tornar as decisões relacionadas à política monetária mais transparentes e de criar um ritual em torno dessas decisões.
Os objetivos do Comitê, segundo o BC, são os seguintes:
- Estabelecer as diretrizes da política monetária;
- E definir a meta para a taxa básica de juros no Brasil (a Selic), que pode sofrer uma redução, aumento ou ficar estável.
Como assim?
Variações na Selic ajudam a controlar a inflação, portanto, os objetivos do Copom estão alinhados com as metas para a inflação e são definidos pensando em garantir que elas sejam atingidas.
E como essa decisão é tomada? A partir de dados, análises e perspectivas técnicas sobre a inflação, atividade econômica, contas públicas e cenário externo.
Mudanças na Selic afetam todos os setores da economia e todos os brasileiros – e é por isso que muitas pessoas participam dessa decisão.
Como funciona o Copom
Ao longo de um ano, são feitas oito reuniões – cada uma delas dividida em duas partes: na primeira, são apresentados dados sobre a economia brasileira e mundial; na segunda, são avaliadas as perspectivas de inflação e a decisão sobre a Selic é tomada.
Fazem parte do Copom os membros da Diretoria Colegiada do Banco Central:
- o presidente do Banco Central;
- o diretor de Política Monetária;
- o diretor de Política Econômica;
- o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos;
- o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
- o diretor de Fiscalização;
- o diretor de Regulação;
- o diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania;
- o diretor de Administração.
Copom e Selic: como isso me afeta?
O Copom define, a cada 45 dias, a taxa Selic – e a Selic tem impacto direto no seu bolso. Qualquer decisão tomada no Copom, portanto, também atingirá os consumidores.
Como taxa de juros básica da economia, a Selic é uma ferramenta do Banco Central para controlar a inflação e deixá-la mais próxima da meta. Por isso, a Selic afeta as principais operações financeiras do país, como:
- rendimentos de aplicações em títulos públicos;
- rendimentos em investimentos de renda fixa;
- empréstimos interbancários (entre os bancos);
- empréstimos dos bancos para o governo federal;
- juros cobrados pelo uso do cheque especial.
Os efeitos da mudança da Selic são sentidos por todos os brasileiros, bancos e até investidores estrangeiros.
O que acontece se a Selic diminui:
- O rendimento de títulos do Tesouro Direto e investimentos de renda fixa pós-fixada fica menor;
- O crédito fica mais acessível, já que os bancos tendem a abaixar as taxas de juros;
- A inflação tende a subir.
O que acontece se a Selic aumenta:
- Os investidores e bancos se dão bem, já que os rendimentos das aplicações financeiras em Renda Fixa e no Tesouro Direto aumentam;
- Os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, como uma consequência do controle da inflação;
- Os juros de crédito, parcelamento e cheque especial ficam mais altos.
A poupança também sofre os efeitos das mudanças na Selic. Isso porque seu rendimento está diretamente atrelado à taxa:
- Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano: a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial;
- Se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano: a poupança rende 70% da Selic + TR.
As mudanças na Selic são necessárias pois a economia não é estável – e, por isso, é preciso adequá-la ao cenário para que exista um equilíbrio, para garantir que o dinheiro continue circulando e que a meta de inflação para o ano seja atingida.
Um exemplo prático: quando a Selic aumenta e o acesso ao dinheiro (crédito, empréstimos, financiamentos…) fica menor, o consumidor para de fazer maiores gastos. No longo prazo, essa estratégia controla a inflação por gerar menor demanda e, consequentemente, oferta mais barata.
A última mudança foi em dezembro de 2021, quando o Copom aumentou a Selic de 7,75% para 9,25%.
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