Nas últimas semanas, um dos assuntos mais falados pelo noticiário é o preço dos combustíveis, especialmente o diesel e a gasolina, e também do gás natural. Mas o que está por trás dessas discussões? E por que é um tema tão importante?
Na prática, o que levou a essas discussões sobre o preço dos combustíveis foi o aumento da cotação dos mesmos nas refinarias, anunciados pela Petrobras no final de fevereiro e em vigor desde o dia 2 de março.
Os aumentos foram de gás de 5,2% para o gás de cozinha, 4,8% para a gasolina e de 5% para o diesel. Isso aconteceu porque os preços da Petrobrás são influenciados pelo mercado internacional. Com a alta do petróleo no mercado mundial e também do dólar, o reajuste dos preços na refinaria pela Petrobrás já era esperado.
Em relação aos combustíveis, essa é a quinta alta nos preços da gasolina e a quarta no preço do diesel, somente em 2021. No acumulado desde o início do ano, o litro da gasolina teve alta de 41,3% e, do diesel, 34,16%.
É importante lembrar que os preços nas refinarias são diferentes dos preços finais, aqueles pagos pelo consumidor. O primeiro acompanha o mercado de commodities, as suas cotações, a variação do dólar e ainda os movimentos da economia global.
Antes de chegar ao consumidor, os combustíveis ainda são enviados para as distribuidoras, que depois repassam para os postos de gasolina para que, enfim, cheguem às pessoas. Por todo esse processo, existe a cobrança de impostos federais e estaduais, margens, custos e lucro – ou seja: os valores que chegam às pessoas comuns acabam sendo mais altos.
PIS/Cofins zerado
Por conta desse aumento, o governo brasileiro decidiu, também no dia 1o de março, zerar os impostos PIS/Cofins sobre o diesel e sobre o gás de cozinha.
Para o combustível, a medida tem a duração de dois meses e, para o gás de cozinha, tempo indeterminado. Ou seja: no caso do diesel, esses impostos não serão cobrados apenas pelos próximos dois meses.
O objetivo é, ao longo das próximas semanas, baratear o combustível nos postos de combustível, garantindo que ele chegue mais barato ao consumidor final. Entenda abaixo por que.
Como o preço é calculado?
Segundo a Petrobras, hoje o preço da refinaria (cujas cotações são determinadas pela empresa) representa menos da metade do preço cobrado nos postos de combustível – todo o restante que compõe o preço são “impostos estaduais e federais, custos adicionais com o biodiesel e margem da distribuição do diesel e dos postos”.
Ou seja: o preço pago pelos brasileiros no diesel, gasolina e gás de cozinha é mais alto pois sofre a incidência de impostos, custos da distribuição, lucro e outros componentes no preço.
Considerando que o final dos combustíveis leva em consideração também a inflação, a oferta e demanda do petróleo, a cotação do dólar e outros movimentos da economia, qualquer mudança terá impacto no seu valor — e por consequência, também impactam o consumidor final.
O impacto para além do preço
Hoje, estima-se que 60% de toda carga do Brasil seja movimentada pelas rodovias, por meio de modais como o caminhão – que é movido pelo óleo diesel. Além disso, o diesel também tem finalidades industriais, como para alimentar geradores elétricos ou caldeiras.
Ou seja: quando existem variações no preço do diesel, elas afetam setores com muito impacto no dia a dia dos brasileiros. Fretes ficam mais caros, o abastecimento pode ficar comprometido e até a produção de itens pode ficar mais cara.
Entenda mais sobre como o preço do diesel impacta a economia.
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