A inflação é uma velha conhecida dos brasileiros. Ela é usada para explicar o aumento no preço de produtos, de aluguel, de salários e também é o motivo pelo qual o seu poder de compra diminui em alguns momentos. Mas, exatamente, o que é inflação? Por que ela existe? Ela é sempre um sinal ruim para a economia?
De forma resumida, a inflação indica o aumento generalizado ou contínuo dos preços de uma série de categorias de bens e serviços importantes no dia a dia das pessoas.
Na economia, o conjunto dessas categorias é chamado de “cesta de produtos” e inclui: alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde, despesas pessoais, educação e comunicação.
Ou seja: se a inflação em determinado mês for de 0,5%, isso significa que o aumento médio dos preços dessas categorias no período também foi de 0,5%.
Mas esse aumento não é uniforme e dentro de cada categoria, alguns itens podem sofrer aumentos maiores e outros nenhum.
O indicador oficial de inflação no Brasil é o IPCA – Índice de Preços para o Consumidor Amplo, embora existam outros. O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e tem abrangência nacional.
O que causa a inflação?
A inflação pode ser de curto prazo – quando aumenta em um mês – ou de longo prazo – aumento contínuo ao longo de um ano, por exemplo. As causas são diferentes em cada um desses casos.
No entanto, vale lembrar que esses são movimentos cíclicos da economia, nos quais uma ação afeta a outra.
Abaixo, listamos algumas causas geralmente associadas à inflação:
Causas no curto prazo:
- Aumento na demanda: quando um número de pessoas desejando um determinado item aumenta rápido. Nestes casos a demanda fica maior que a oferta e o preço tende a subir gerando inflação;
- Aumento nos custos de produção: a inflação também pode aparecer quando fica mais caro produzir um produto ou oferecer um serviço. Com o maior custo, a produção de algum item pode ser menor – e a oferta (quantidade disponível) cai ou os preços aumentam.
Causas no longo prazo:
- Emissão de papel moeda: quando os gastos são maiores que as arrecadações, por exemplo, pode ser necessário “imprimir” mais dinheiro – ou seja, emitir mais moeda para pagar as contas.
Essa emissão faz com que o volume de dinheiro em circulação seja maior que a oferta de produtos e serviços. Consequentemente, os preços sobem.
- Diminuir a taxa de juros: quando o governo diminui a Selic, os seus investimentos na poupança, em renda fixa e em títulos públicos passam a render menos. Além disso, os empréstimos ficam mais baratos no geral. Essa é a forma de estimular o consumo e a produção, o que no longo prazo pode acarretar no aumento da inflação.
Como a inflação afeta o seu bolso?
Na prática, a inflação faz com que o seu dinheiro perca valor, já que ele não acompanha as altas nos preços.
A inflação muito alta também distorce os preços – e as pessoas ficam com dificuldades de acompanhar o que está barato ou caro.
Além disso, a Taxa Selic, usada para regular a inflação, também afeta outros aspectos econômicos – rendimentos de investimentos, custos de empréstimos, etc…
A inflação é sempre ruim?
Não necessariamente. Quando controlada, a inflação é um sinal de que a economia está aquecida e crescendo de forma saudável: por isso é preciso ter inflação – e isso vale para todos os países.
O Brasil, inclusive, tem uma meta anual de inflação para dar segurança para a economia. Essa é a forma de garantir que a economia brasileira continue em crescimento e os preços controlados.
Além disso, ter um índice de inflação controlado também garante previsibilidade no longo prazo. Afinal, os investidores e empresários conseguem apostar e investir no país com mais tranquilidade, trazendo mais dinheiro para a economia.
Ou seja, a inflação só é ruim para o país quando não é controlada e atinge níveis muito altos.
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