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Como investir na Bolsa: ...

Como investir na Bolsa: guia completo

Tudo o que você precisa saber para começar a investir e acabar com essa história de que a Bolsa de Valores é só para algumas poucas pessoas.



Bolsa de Valores: Ilustração feita com colagens. Cena de um mercado, com vários estandes. No meio do mercado aparece um touro rouxo caminhando

Para quem ainda não começou sua jornada no mundo dos investimentos, entender como investir na Bolsa de Valores pode parecer complicado e até distante. Afinal, a Bolsa é para quem tem muito dinheiro, ou muito conhecimento do mercado, certo?

A resposta é não. Qualquer pessoa pode investir na Bolsa, a partir de qualquer quantia.

Mas é importante entender que colocar seu dinheiro em ações e outros produtos financeiros comercializados na Bolsa de Valores vem com seus riscos.

Ou seja, é muito importante que as pessoas tenham informações confiáveis para fazer isso da melhor maneira possível.

Afinal, investir bem pode mudar o futuro das pessoas. Hoje, cerca de 3,8 milhões de pessoas investem na Bolsa de Valores brasileira, a B3 – um número que vem subindo, mas ainda pode crescer muito mais.

A seguir, veja um guia completo e prático para começar a investir na Bolsa.

O que é e como funciona a Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores é o lugar onde acontecem negociações de compra e venda de ativos financeiros, como ações, títulos de renda fixa, contratos futuros de moedas, commodities, juros e índices.

Ou seja, investir na Bolsa significa comprar e vender os mais variados tipos de investimentos que existem no mercado.

Essas transações ocorrem por intermédio das corretoras de valores, empresas com autorização dos órgãos reguladores para operar (ou seja, comprar e vender) os produtos.

Existem várias formas (com vários níveis de complexidade) de investir na Bolsa de Valores, mas o princípio é simples: você compra produtos financeiros (os ativos) por um preço, apostando que poderá ganhar mais dinheiro com eles no futuro, por meio de juros ou da venda.

Essas compras e vendas de ativos acontecem constantemente. São realizadas desde pequenas operações, na casa de dezenas ou centenas de reais, até negociações que movem milhões.

Embora toda essa negociação já tenha acontecido de maneira presencial até 2005, hoje ela é feita de forma totalmente online.

Quais são as principais Bolsas de Valores do mundo?

Há diversas Bolsas de Valores pelo mundo, responsáveis por garantir eficiência nas operações e segurança para as partes envolvidas. No Brasil, a Bolsa de Valores oficial é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

As principais Bolsas de Valores do mundo são definidas de acordo com alguns critérios, como tempo de fundação, valor de mercado, total de empresas participantes, capitalização de mercado, número e volume de transações realizadas durante o ano. As cinco principais Bolsas de Valores são:

New York Stock Exchange (NYSE)

Fundada em 1817 em Nova York, é considerada a principal Bolsa de Valores do mundo. Com capitalização de mercado acima de US$ 20 trilhões, ela tem o maior volume de transações. Nela, estão registradas empresas como Coca-Cola, Disney e Walmart.

Nasdaq Stock Market (NASDAQ)

Também sediada em Nova York, a NASDAQ foi fundada em 1971. Engloba muitas empresas importantes de tecnologia, como Amazon, Apple, Facebook e Google.

Tokyo Stock Exchange (TSE)

Tem capitalização de mercado de aproximadamente US$ 5 a 7 trilhões. Fundada em 1878, é a maior Bolsa de Valores do mundo fora dos Estados Unidos, com gigantes do automobilismo como Toyota e Honda.

Shanghai Stock Exchange (SSE)

É a principal Bolsa de Valores da China. Fundada em 1990, tem cerca de US$ 4 trilhões de capitalização de mercado e cerca de mil empresas listadas.

Euronext

Uma junção das Bolsas de Paris, Bruxelas e Amsterdã, esta é a principal Bolsa de Valores europeia. O valor de capitalização de mercado é em torno de US$ 4 trilhões, com cerca de 1.500 empresas listadas.

Como comprar ações na Bolsa?

Ações são como “pedacinhos” das empresas que qualquer pessoa pode comprar. Comprar ações na Bolsa significa que você se torna dono daquele pedaço específico.

Ao investir em uma ação, portanto, você se torna sócio de uma empresa, também chamado de acionista.

Quando a empresa melhora seu desempenho na Bolsa, suas ações se valorizam, e as pessoas que compraram aqueles pedacinhos ganham com isso.

Existem duas principais formas de ganhar dinheiro investindo em ações: vendendo-as por um valor mais alto do que você pagou, ou entrando na participação dos lucros, que são distribuídos na forma de dividendos e juros sobre capital próprio.

Para um investidor comprar ações na Bolsa, a empresa precisa ter um registro de Sociedade Anônima de Capital Aberto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão responsável pela fiscalização e regulação do mercado financeiro brasileiro.

Por que as ações caem e sobem?

O preço de uma ação varia constantemente, pois depende das ofertas de compra ou venda dos investidores. É a lei da oferta e da demanda: quando muita gente quer um produto, ele fica mais caro; quando pouca gente quer, ele tende a baixar o preço.

Só que, no caso de ações, muita coisa pode influenciar nessa demanda: o desempenho dos negócios, alguma notícia sobre a empresa, algum problema no nicho em que ela atua, tudo isso pode fazer os investidores quererem comprar (ou vender) mais daquelas ações, impactando o preço.

E vale lembrar: o desempenho do passado não define o do futuro. Ou seja, não é porque uma ação vem crescendo que ela necessariamente vai continuar se desvalorizando.

Tipos de ações

Ao investir na Bolsa de Valores, você vai perceber que existem diferentes tipos de ações que podem ser negociadas: as principais são as ações preferenciais (PN), ações ordinárias (ON) e o conjunto de ambas, chamado de “units”.

  • Ação ordinária (ON): quem compra ações ordinárias têm direito, além da participação nos lucros, de participar das decisões relacionadas à operação da empresa e votar em assembleias;
  • Ação preferencial (PN): essas ações dão preferência ao investidor no recebimento de dividendos, a distribuição de lucros da companhia;
  • Units: funcionam como um conjunto das ações ON e PN, ou seja, concentram duas ou mais ações. Muitas empresas criam esse pacote para garantir a venda dos dois tipos quando uma tem mais liquidez que a outra, por exemplo. Ao comprar uma unit, o investidor possui uma junção de ações dentro de um único produto.

Há também outros tipos de ações relacionadas ao tamanho das empresas:

  • Blue chips: ações de empresas com grande negociação na Bolsa e maior valor de mercado;
  • Mid caps: ações de empresas de médio porte;
  • Small caps: ações de empresas menores, mas que podem gerar boa rentabilidade dependendo da estratégia.

Estratégias para investir em ações

Não existe uma fórmula pronta para quem quer aprender a investir em ações. Há, sim, diversas técnicas e estratégias que podem ser usadas pelos investidores com base nos objetivos de cada pessoa, mas elas não são garantia de sucesso.

Há duas estratégias muito conhecidas para investir: curto prazo e longo prazo.

  • No curto prazo, o investidor está disposto a correr mais riscos, pois é uma estratégia desafiadora em que busca-se retorno em alguns dias, semanas ou poucos meses. Neste caso, é preciso ter mais experiência no mercado para obter resultados promissores, além de estudar e estar sempre muito bem informado para encontrar ações com alta liquidez.
  • No longo prazo, é possível obter resultados mais seguros em um maior período de tempo, sempre de olho em diversificação e consistência nas aplicações. É considerado longo prazo janelas de anos e até décadas. O risco também existe nesta estratégia, mas tende a diminuir no longo prazo.

É possível investir em ações com pouco dinheiro?

A resposta é sim! Uma opção para quem quer investir em ações com pouco valor é o mercado fracionário. Ele permite comprar apenas uma parte do lote de ações da empresa sem ser necessário adquirir o lote padrão, composto por cem ações. 

No mercado fracionário, há uma forma de diferenciar as ordens de compra do mercado padrão. Neste caso, os códigos das ações recebem a letra F ao final. 

Mas lembre-se que é importante ter paciência no momento da venda, pois o mercado fracionário tem menor liquidez – ou seja, vender suas ações pode levar mais tempo.

Como escolher ações antes de comprá-las?

Apesar de não existir um conjunto de regras específicas para investir, na hora de escolher qual ação comprar existem alguns tipos de análises que ajudam a tomar uma decisão.

Análise técnica

É usada por investidores que optam por oportunidades de compras no curto prazo. Este tipo de análise exige muito conhecimento e é utilizado para analisar quedas e elevações por meio de gráficos. É usada principalmente por quem faz operações day trade, a estratégia de comprar e vender ações no mesmo dia.

Análise fundamentalista

Na análise fundamentalista é feito o estudo de empresas com base nos seus resultados e características, também chamados de fundamentos. Assim, o investidor decide se determinada empresa possui boas chances de rentabilidade ou não.

Neste caso, o foco é no longo prazo e na análise do cenário econômico para o investidor encontrar empresas sólidas e saudáveis.

Para isso, é preciso estar atento às notícias e novidades sobre a empresa e também aos balanços econômicos, além da gestão corporativa, nível de endividamento e panoramas do mercado.

Bolsa de Valores além das ações

Apesar de as ações serem os investimentos mais famosos, existem vários outros tipos de produtos financeiros à disposição para quem quer investir na Bolsa. Alguns deles são:

  • Fundos de investimento: espécie de “pacote” composto por vários produtos financeiros. Existem diversos tipos, como os fundos imobiliários, fundos multimercado, fundos de ações, fundos de renda fixa etc.
  • Câmbio: é possível investir em moedas pela Bolsa de Valores, como o dólar e o euro.
  • Metais: ouro, prata e outros metais também são ativos negociados na Bolsa.
  • Opções: são contratos que dão direito a comprar ou vender um ativo, como ações, por um valor determinado em uma data futura. Na prática, funcionam como uma espécie de “reserva” da ação.

Isso tudo entre vários outros tipos de investimentos de renda variável, ou seja, aqueles que sofrem oscilações no preço ao longo do tempo e que, por isso, não têm garantia de rentabilidade.

Vale a pena investir na Bolsa?

Como investir na Bolsa de Valores envolve riscos, muitas pessoas ainda têm medo de dar esse passo. O risco existe, é verdade: no universo dos investimentos, risco e potencial de ganho sempre caminham juntos. Mas para quem está começando, investir aos poucos e ir se familiarizando é o melhor caminho.

Também é essencial conhecer seu perfil de investidor, um teste que as corretoras e instituições financeiras fazem para indicar os melhores investimentos para cada pessoa.

Algumas vantagens de investir na Bolsa são:

Ganhos superiores à renda fixa

Investimentos em renda fixa são aqueles em que há uma garantia de rendimento, o que reduz o risco – e, consequentemente, os rendimentos também. Investidores que topem correr um pouco mais de risco podem ter mais rentabilidade.

Dividendos

Quando você compra ações de uma empresa na Bolsa de Valores, se torna sócio dessa companhia, certo? Então, você passa a ter alguns direitos. Um deles é o recebimento de dividendos.

Os dividendos são parte do lucro que as empresas distribuem para os acionistas e representam ainda mais possibilidades de ganhos para o investidor. 

Diversificação

Sabe aquela história de não colocar todos os ovos em uma mesma cesta? Em vez de direcionar todo o seu dinheiro para um único investimento, você pode montar uma carteira de investimentos e distribuí-los.

Diversificar sua carteira de investimentos é uma estratégia que pode trazer inúmeros benefícios.

Ao fazer isso, você pode diluir os riscos (se um dos investimentos cair, não será seu patrimônio inteiro caindo) e começar a se sentir mais confortável com risco.

Por exemplo, se todo o seu dinheiro está em renda fixa hoje, dá para pegar uma parte pequena e colocar em renda variável, para depois ir subindo, sempre equilibrando riscos e ganhos.

Mercado internacional

Outra vantagem da Bolsa de Valores é a possibilidade de investir em empresas estrangeiras sem sair do país. A Bolsa de Valores oferece opções como os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ativos que representam ações de empresas estrangeiras emitidas e negociadas no Brasil.

Qual a rentabilidade média da Bolsa de Valores?

A rentabilidade da Bolsa de Valores não é fixa, pois os preços dos ativos variam constantemente. A rentabilidade é ligada a valorização ou desvalorização de determinado título, por isso, depende de diversos fatores.

Assim, a rentabilidade está atrelada à forma como você está investindo e a performance dos ativos selecionados.

Um dos principais indicadores de como a Bolsa está se comportando é o Índice Ibovespa. Basicamente, ele reúne as empresas mais importantes listadas na B3 e monta o que se chama de carteira teórica – em outras palavras, como seria uma carteira de investimentos composta pelas ações dessas empresas.

As ações das empresas que compõem o Ibovespa correspondem a cerca de 80% do número de negociações do mercado. Por isso, o desempenho desse índice é um bom indicativo de como a Bolsa brasileira está.

Como funciona a liquidez na Bolsa de Valores?

A liquidez é o processo da conversão de um ativo em dinheiro, sem perder o seu valor. Ou seja, quando você vende um ativo (como uma ação, um fundo, um título), a liquidez é a transformação dele em dinheiro.

Existem dois tipos de liquidez: diária ou no vencimento.

  • Liquidez diária: aplicações em que uma pessoa pode pedir o resgate do valor aplicado e do rendimento proporcional a qualquer momento.
  • Liquidez no vencimento: neste caso, o investidor receberá o valor aplicado junto com a rentabilidade na data de vencimento informada no momento da compra. 

A liquidez de uma ação varia juntamente com a valorização. Se uma ação desvaloriza, por exemplo, fica mais difícil vendê-la, diminuindo sua liquidez. 

Glossário da Bolsa de Valores: entenda os termos mais populares

Na hora de começar a investir na Bolsa de Valores, alguns termos aparecem com frequência. Entenda o que eles significam.

O que é day trade?

Conhecido por ser uma operação mais complexa, day trade significa “transação no dia”. Como o próprio nome diz, o day trade consiste no ato de comprar e vender ações no mesmo dia, em curto prazo.

“Mas por que fazer isso?” Os day traders são aqueles investidores que buscam lucros a curto prazo. É um tipo de negociação arriscada, que exige que essas pessoas fiquem alertas a muitas movimentações de mercado para fazerem as compras e vendas no momento ideal.

O que é IPO?

IPO (Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial, em português) é o momento de entrada de uma empresa na Bolsa de Valores. As empresas passam por um processo longo quando desejam fazer IPO, e investidores podem decidir investir (comprar ações) no momento em que elas entram na Bolsa.

O que é B3?

A B3 é a Bolsa de Valores brasileira, fusão das antigas Bovespa, BM&F e Cetip.

O que é Ibovespa?

O Ibovespa é o principal índice da Bolsa brasileira. Ele pode ser comparado a um termômetro, já que funciona como um indicador do desempenho médio das ações mais negociadas na B3.

O que é pregão da Bolsa?

O pregão é o momento em que investidores podem comprar e vender na Bolsa de Valores. O horário de negociação de ações na Bolsa é das 10h às 18h.

Antes do pregão começar, entre 9h45 e 10h, acontece o leilão de pré-abertura. Nele, os investidores podem registrar as ofertas de compra e venda de ações.

O que é Circuit Breaker?

No início da pandemia do Covid-19, o termo Circuit Breaker ganhou os noticiários. Ele é um mecanismo utilizado pela Bolsa de Valores para paralisar os negócios em momentos de muitas variações atípicas no mercado.

Assim, interrompe as negociações de ações e outros ativos durante o pregão com a intenção de fazer o mercado se estabilizar.

CVM

CVM é a Comissão de Valores Mobiliários. É o órgão regulador da Bolsa brasileira, responsável por fiscalizar todas as operações realizadas. 

Qual o valor mínimo para investir na Bolsa de Valores?

Não existe um valor mínimo para investir em ações na Bolsa. O valor que você vai investir depende do tipo de ação e da quantidade.

Mas é importante lembrar que em alguns casos há determinadas taxas e cobrança de impostos para investir. Por exemplo:

  • Taxa de corretagem: pode ser cobrada pela corretora de acordo com as transações realizadas pelo investidor, tanto de compra ou de venda. Corretoras mais modernas costumam dar taxa de corretagem zero.
  • Taxa de custódia: é o valor cobrado para as instituições financeiras registrarem e armazenarem os investimentos. Pode ser cobrado por corretoras e também pela B3, no caso dos títulos do Tesouro Direto.
  • Imposto de Renda: investidores precisam pagar Imposto de Renda dependendo do tipo de operação e valor negociado no mês.

Confira tudo o que você precisa saber para fazer a sua declaração IR.

Dicas para começar a investir na Bolsa

Começar a investir na Bolsa parece difícil, mas existem algumas boas práticas que podem ajudar investidores iniciantes a não caírem em roubadas.

Estudar o mercado

É muito importante saber em que você está investindo seu dinheiro. Portanto, analise o portfólio, os ativos e a empresa.

Além disso, é importante começar o hábito de acompanhar o mercado. Fique de olho nas informações e notícias.

Acompanhe como está o universo dos investimentos neste exato momento — confira as últimas notícias no portal da Investnews!

Conhecer seu perfil de investidor

Conhecer seu perfil de investidor te ajuda a direcionar suas estratégias e a garantir bons resultados em suas aplicações.

O perfil ajuda as pessoas a colocarem seu dinheiro nos investimentos que mais fazem sentido aos seus objetivos financeiros.

Analise os riscos

A partir do seu perfil de investidor, você entende quais riscos está disposto a correr em seus investimentos.

Diversifique seus investimentos

Diversificação dos investimentos é distribuir o seu dinheiro em diferentes tipos de ativos. A principal vantagem dessa estratégia consiste em reduzir os riscos das suas aplicações bem como garantir uma boa rentabilidade no médio e no longo prazo.

Você pode diversificar seus investimentos dentro de apenas uma categoria, como renda fixa e renda variável, mas também pode alocar o seu patrimônio nos dois grupos.

“Quero começar a investir na Bolsa”

A Bolsa de Valores pode, sim, ser pra todo mundo. E começar aos poucos, ir se acostumando e aprendendo, é a melhor forma de fazer investimentos mais seguros que gerem rendimentos para o seu patrimônio.

Veja como abrir sua conta para começar a investir

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