O universo dos games está longe de ser só diversão. Em 2020, esse mercado teve uma receita de US$ 126,6 bilhões, segundo um relatório da empresa de inteligência de mercado SuperData – um crescimento de 12% em relação ao ano anterior.
É um setor tão grande, mas tão grande, que ultrapassou o tamanho de mercados tradicionais, como o de Hollywood. Por isso, a indústria de jogos movimenta muito mais do que os mais conhecidos programadores e “jogadores” amadores e profissionais.
Das pessoas que trabalham em empresas de jogos, passando por organizadores de eventos e campeonatos até criadores de conteúdo, as oportunidades são muitas e variadas.
Henry Walnut, conhecido como Henrytado, é um brasileiro que fez sua carreira no mundo dos games. Com mais de 2,28 milhões de seguidores nas redes sociais, Henry já foi jogador profissional de League of Legends (LoL, para os íntimos), foi uma das primeiras pessoas a transmitir suas partidas ao vivo na internet no Brasil, é um dos maiores criadores de conteúdo sobre games do país, apresenta um programa sobre jogos pelo Good Game WP, é ator, dublador, humorista e até já dublou personagem de jogo.
Abaixo, conheça mais sobre como Henry transformou sua paixão por games em carreira.
Como é trabalhar como criador de conteúdo de games?
Um porto seguro. É assim que Henry Walnut, de 30 anos, define sua imersão no mundo dos games. Nascido em Senhora dos Remédios, uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, Henry sempre teve os esportes como parte de sua vida. “Eu jogava futebol, futsal, vôlei, basquete, handebol”, conta. “Mas, de alguma forma, isso colocava um holofote sobre mim para as pessoas questionarem minha sexualidade.”
Então, como uma forma de se proteger dos olhares e questionamentos, Henry começou a ficar mais introspectivo e mergulhou no mundo dos games – que também sempre fez parte de sua vida. “O único lugar onde as pessoas não ficavam querendo saber se eu gostava de homem ou de mulher era online ou jogando videogame”, lembra. “Foi assim que eu comecei a ficar realmente muito bom com jogos.”
Primeiro, Henry se tornou jogador profissional de League of Legends – o jogo mais jogado do mundo em 2020, de acordo com o Instituto de Pesquisa NewZoo. Depois, se tornou um dos primeiros streamers do Brasil, “e durante muitos e muitos anos fui o único abertamente gay”, diz.
Henry, inclusive, teve uma das primeiras contas criadas no Twitch, a principal plataforma para streaming de jogos do mundo. Funciona assim: as pessoas transmitem elas mesmas jogando (ou fazendo alguma outra coisa) e isso é visto por milhões de pessoas ao redor do mundo. Para se ter uma ideia do tamanho dessa rede, foram 17 bilhões de horas assistidas em 2020 – número 83% maior do que no ano anterior.
E foi por meio dessas lives que Henry começou a ficar mais conhecido na internet, lá por volta de 2012. “As pessoas começaram a me parar na rua, diziam que gostavam de mim, e isso era muito surreal”, conta. “Sempre achei que isso era coisa de quem trabalha na TV.”
Também foi nessa época que ele começou a ser convidado para participar de eventos em São Paulo. E as viagens para a capital paulista começaram a se tornar tão frequentes que ele decidiu, enfim, se mudar de vez – depois de se formar num curso interdisciplinar de arte e fazer uma pós gradução em design na Universidade Federal de Juiz de Fora.
“Fui com uma mão na frente e outra atrás. Hoje em dia eu vivo disso (de games), tenho minha independência”, diz. “Isso é uma das coisas que me deixa mais feliz.”
Mais do que tuitar
Se engana quem pensa que vida de criador de conteúdo é fácil. Por ser mais noturno, Henry acorda mais tarde e começa o dia lendo notícias para saber o que está acontecendo no mundo. Depois, abre o bloco de notas (onde guarda suas ideias, roteiros e “outras coisas que são legais”) e decide o que vai fazer no dia.
“Eu tenho sete redes sociais e produzo um conteúdo diferente para cada uma delas”, afirma. “Meu Twitter é uma coisa mais opinião, política; no Instagram e no TikTok é mais humor; no YouTube eu faço interações e reações.”
E Henry tem uma estratégia muito clara: priorizar as redes que trazem mais resultados e relevância para o trabalho. “Hoje, o que me dá mais exposição é o Instagram e o TikTok, então são meus principais focos durante o dia”, afirma.
Para quem sonha em seguir os passos de Henry, um aviso: não existe folga. “Quem trabalha com conteúdo não tem paz, não tem descanso”, afirma. “O pessoal acha que é fácil, mas isso demanda muito tempo e energia da gente.”
Existe também a pressão para produzir sempre. “Eu não posso tirar férias e sumir, por exemplo, porque senão meu trabalho se prejudica de uma forma gigantesca (tem gente que nunca consegue se recuperar depois)”, conta. “Eu tenho que me manter presente sempre, com vontade ou não; a gente vive sob pressão o tempo todo.”
Coloque na conta os comentários maldosos recebidos nas redes, então, e o trabalho se torna ainda mais pesado. “É por isso que muitas pessoas que trabalham com internet têm o psicológico tão abalado”, diz.
Henry encontrou no humor uma forma de lidar com ataques. “As pessoas sempre me acharam naturalmente engraçado, mas na verdade eu sempre usei isso como uma forma de me defender”, diz.
Para quem começar a criar conteúdo sobre games, a dica de Henry é inovar. “O mais importante pra quem é criador de conteúdo é saber se reinventar; se mostrar sempre presente e acompanhar o que as pessoas estão assistindo, estão procurando”, conta. “”O TikTok chegou e deu uma nova perspectiva pra minha vida, por exemplo.”
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