O ano de 2021 teve vacinação, combate à pandemia da Covid-19, mais destaque para o Pix e… golpes. Estima-se que mais de 150 milhões de pessoas foram vítimas de golpes virtuais no Brasil, de acordo com o dfndr lab, laboratório especializado em cibersegurança da PSafe. Quais foram os mais famosos – e como evitar cair nessas ciladas?
Abaixo, confira uma lista dos principais golpes de 2021:
- Golpe do delivery;
- Golpe do WhatsApp;
- Golpe da Vacina;
- Golpe do Pix;
- Catsfish.
1. Golpe do delivery
Bate aquela preguiça de cozinhar e você resolve pedir um delivery. O pagamento é feito no cartão, direto pelo app, mas de repente o suposto restaurante te liga dizendo que houve um problema com a operação e que o valor vai ser estornado.
Em seguida, te orientam a fazer um novo pagamento na hora de receber a encomenda. Você leva o cartão, insere a sua senha, a transação é aprovada e aí vem o susto: uma compra de valor muito mais alto do que o daquela refeição.
Essa foi a realidade de muita gente neste ano. Entre 2020 e 2021, houve um aumento de mais de 136% no golpe do delivery, de acordo com dados registrados pelo Procon-SP.
Esse golpe costuma ter variações em suas abordagens. As mais comuns envolvem uma maquininha de cartão com visor danificado, na qual o cliente acaba aprovando uma compra muito acima do valor real para uma conta que não é do restaurante.
Como se proteger?
- Sempre que possível, prefira pagar online;
- Observe os avisos do aplicativo de delivery. Se houver algum problema com o pedido, você provavelmente receberá alguma notificação ou mensagem no chat. Alguns aplicativos também avisam que o pagamento foi confirmado e que nenhum outro valor será cobrado na entrega;
- Se optar por pagar na entrega, confira sempre o valor na maquininha antes de inserir a sua senha;
- Nunca passe dados do seu cartão por telefone ou mensagem;
- Problema com o pedido? Acidente com o motoboy? Sim, isso pode acontecer, mas desconfie de histórias mal contadas. Na dúvida, entre em contato pelos canais oficiais da empresa.
2. Golpe do WhatsApp
“Oi, Fulana! Preciso fazer uma transferência urgente, mas tá dando erro no aplicativo do banco… Será que você não pode transferir pra mim? Amanhã te devolvo”. A foto é de alguém que você conhece. A mensagem parece inofensiva, certo? O problema é que esse tem sido o modus operandi de muitos estelionatários para fisgar vítimas por meio de aplicativos de mensagem.
Quase 90% das mensagens falsas no Brasil foram disseminadas pelo WhatsApp, de acordo com a empresa de cibersegurança Kaspersky. As abordagens podem ser variadas, desde um suposto gerente de banco entrando em contato com você até mesmo uma pessoa próxima pedindo dinheiro emprestado.
Em cada uma delas, a história contada vai ser diferente, mas os criminosos costumam se valer de duas variações:
WhatsApp clonado
Ter o WhatsApp clonado significa que um fraudador acessou a conta de uma pessoa em outro dispositivo à distância. Nessa situação, os criminosos conseguem falar com a lista de contatos de uma pessoa usando o mesmo número de celular, foto e histórico de conversa dela.
Para acessar o app da vítima, os golpistas precisam de um código de seis números enviado por SMS para o telefone da pessoa. Para isso, eles ligam para a vítima se passando por um representante de uma empresa ou serviço conhecido e dizem que precisam do código por algum motivo.
Como os golpistas são bem convincentes, a vítima acredita estar falando com a empresa e passa o código.
Uma vez que eles conseguem acesso à conta e à lista de contatos da vítima, eles passam a pedir dinheiro para amigos e familiares em seu nome.
Ou seja, existem sempre duas vítimas: a que teve o WhatsApp clonado e a que transferiu dinheiro para fraudadores pensando estar ajudando alguém próximo.
Veja o que fazer caso sua conta do WhatsApp seja roubada
Golpe do novo número
Diferentemente de quando alguém tem o WhatsApp clonado, situação em que golpistas invadem a conta de uma pessoa de maneira remota, o golpe do novo número é mais simples, mas igualmente perigoso.
Nele, alguém adiciona a sua foto como avatar do aplicativo de mensagens e passa a abordar os seus contatos como se fosse você, alegando que aquele é o seu novo número. Depois, contam alguma história para convencer seus contatos a emprestar dinheiro.
Como se proteger?
- Não compartilhe as suas senhas com outras pessoas e nem forneça esse tipo de informação via mensagem;
- Evite compartilhar a foto do seu WhatsApp em redes sociais. Os criminosos se aproveitam de correntes que viralizam e roubam fotos compartilhadas em perfis abertos;
- Verifique as configurações de privacidade das suas redes sociais e restrinja, mesmo que parcialmente, o acesso às suas informações para quem não for seu amigo ou seguidor;
- Nunca transfira dinheiro para alguém sem antes conferir se está tudo certo. Tente ligar ou fazer uma chamada de vídeo antes de realizar a transação;
- Desconfie de números desconhecidos entrando em contato, mesmo que a foto utilizada seja a de alguém que você conhece. Uma alternativa é tentar entrar em contato ou ligar para o suposto número antigo para checar se aquela mensagem é verdadeira;
- Se você notar algum problema com o seu aplicativo de mensagens e perder o acesso à conta, pode ser que ela tenha sido invadida. Entre em contato com o suporte do app e avise seus conhecidos imediatamente (por uma rede social, por exemplo).
3. Golpe da vacina
“Olá, sou representante do Ministério da Saúde. Entro em contato para agendarmos a data da sua vacinação. Você receberá um código por SMS, pode informá-lo para que possamos dar continuidade no seu atendimento?”
Agendamento da primeira, segunda ou terceira dose, pesquisa para estudar a efetividade contra novas variantes e até falsos comprovantes: a vacina contra a Covid-19 também serviu como isca para os fraudadores aplicarem golpes ao longo de 2021.
Os golpes envolvendo a vacina se espalharam por todo o Brasil, e muitas prefeituras tiveram que avisar a população sobre as mensagens falsas, como foi o caso de Campinas, Atibaia, Formiga, São Miguel do Iguaçu e outras.
De modo geral, os golpes que usam a vacina como isca pedem um código enviado por SMS para o celular da vítima, e, depois que a pessoa fornece essa informação, os criminosos conseguem clonar sua conta do WhatsApp.
Em outras situações, e-mails enviados supostamente pelo Ministério ou Secretaria da Saúde contam com links maliciosos. Ao clicar, a vítima acaba instalando um malware em seu computador ou celular. E os danos podem ser múltiplos: da perda de informações importantes ao vazamento de dados sigilosos – como senhas, informações bancárias e documentos.
Como se proteger?
- Recebeu uma ligação pedindo algum dado? Agradeça e desligue. Não revele nenhuma informação a quem te ligou. Depois, entre em contato com a instituição pelo número divulgado em seu site oficial para verificar se o contato era verdadeiro;
- Lembre-se: não é necessário agendar a sua vacinação. Confira o calendário de vacinação da sua região e vá até a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima quando chegar a sua vez;
- Não clique em links de e-mails ou mensagens WhatsApp de remetentes que você não conhece;
- Baixe aplicativos apenas de lojas oficiais: praticamente todos os apps podem ser baixados nas lojas oficiais dos sistemas iOS e Android. Não faça download de aplicativos por outros lugares.
4. Golpe do Pix
O Pix é pop, e os golpistas logo se aproveitaram dessa popularidade para envolver vítimas em suas armadilhas.
Alguns dos golpes mais comuns envolvendo o Pix neste ano foram os seguintes:
Bug do Pix em dobro
Nas redes sociais, criminosos compartilham vídeos e mensagens dizendo que é possível transferir via Pix e ganhar dinheiro em dobro na conta. De acordo com eles, isso aconteceria devido a uma falha de instituições financeiras e do próprio sistema Pix.
A história que os golpistas contam é que, para funcionar, as pessoas precisam transferir dinheiro para chaves específicas – e, em seguida, compartilham supostos números que funcionam.
Quem transfere o dinheiro para as tais chaves acaba, na realidade, mandando dinheiro direto para os criminosos.
Viu alguma mensagem parecida com essa nas redes sociais? Corre que é cilada.
Desconto na fatura com pagamento via Pix
Recebeu alguma mensagem dizendo que a conta do seu cartão ou do celular pode ficar mais barata se pagar com Pix? Desconfie.
Um dos esquemas funciona assim: criminosos enviam um SMS para a vítima afirmando que operadoras de cartão de crédito se uniram em uma campanha para oferecer desconto caso a fatura seja paga com Pix.
Para isso, a pessoa só precisa acessar um site indicado pelos golpistas e informar dados como bandeira do cartão e os quatro últimos dígitos, CPF e o valor total da fatura. Depois, a página indica uma chave Pix que deve ser usada para o pagamento da fatura com desconto.
Assim que a vítima confirma a transferência, não tem mais volta. Os golpistas transferem o dinheiro no momento em que ele cai na conta e a pessoa termina no prejuízo.
Como se proteger?
- Nunca clique em links que chegam por mensagens – a não ser que você tenha absoluta certeza de que é seguro. Na dúvida, não clique;
- Desconfie de mensagens que prometem dinheiro fácil. Em caso de problemas ou dúvidas, entre sempre em contato com a sua instituição financeira.
Vale lembrar que o Pix é seguro e conta com diversas camadas de proteção. Na realidade, o problema são os criminosos que aproveitam as facilidades desse meio para fazer mais vítimas.
5. Catfish
Talvez você tenha ouvido falar naquela história do jogador de futebol que pensou, durante anos, que namorava uma modelo famosa – e que investiu uma boa quantia de dinheiro nesse relacionamento à distância.
Pois é: não era amor, era golpe. Ou, mais precisamente, um catfish. Em tradução livre, “catfish” significa gato-peixe. No inglês, a palavra também é uma gíria para se referir a pessoas que criam perfis falsos na internet para enganar outros usuários.
Esse tipo de golpe pode acontecer em qualquer rede social, mas os aplicativos de paquera são os mais visados pelos fraudadores. E o catfish ganhou tanto destaque que, em janeiro de 2021, a Interpol enviou um alerta sobre golpes financeiros em aplicativos de paquera para mais de 190 países, incluindo o Brasil.
Depois que a vítima é fisgada pelo perfil de uma pessoa atraente e elas começam a conversar, logo os golpistas vão conquistando sua confiança para induzi-la a participar de esquemas financeiros ou transferir dinheiro.
Como se proteger?
- Tenha cautela antes de fornecer informações suas para novos contatos da internet. Desconfie principalmente se alguém te pedir dinheiro emprestado ou aparecer com uma proposta de dinheiro fácil e rápido;
- Tente buscar o perfil da pessoa em mais de uma rede social, assim você conseguirá checar se essa pessoa realmente existe. Alguns aplicativos de paquera também oferecem a possibilidade de verificar a conta e colocar um selo azul ao lado dela, o que garante mais segurança, já que os usuários precisam comprovar sua identidade para obtê-lo.
Saiba como identificar e se proteger do golpe dos nudes
O que os golpes têm em comum?
Se você chegou até aqui, deve ter percebido alguns pontos em comum entre todos esses golpes. Tendências, temas do cotidiano, polêmicas, promoções e assuntos que estão em alta em determinado momento sempre geram insumos para que os criminosos inventem novas histórias.
Em outras palavras, isso quer dizer que os golpistas se aproveitam de estruturas muito parecidas (e até mesmo antigas), inserindo novos elementos que atraiam as pessoas. Assim, eles conseguem fisgar novas vítimas de tempos em tempos.
Para isso, muitos dos golpes usam a chamada engenharia social: uma técnica de manipulação psicológica usada por criminosos com o objetivo de extrair informações confidenciais das pessoas ou convencê-las a executar alguma ação.
Identificar quando alguém está utilizando engenharia social nem sempre é fácil, mas a principal dica é manter a calma e pensar na situação que está acontecendo. A engenharia social costuma se valer do impulso das pessoas ao criar um senso de urgência (ou de uma oportunidade boa demais para ser perdida) que não existe.
É no impulso, e às vezes até sem perceber, que muitas pessoas acabam agindo exatamente da forma que os golpistas esperam.
Caí em um golpe na internet. E agora?
Qualquer pessoa está sujeita a ser vítima de um golpe, e isso não deve ser motivo de vergonha nem de culpa.
Se você caiu em um golpe financeiro, o primeiro passo é entrar em contato com a sua instituição financeira para entender as possibilidades de recuperar o dinheiro e denunciar a conta fraudulenta.
Em algumas situações, o dano é irreversível; em outras, não. Também é importante alertar a polícia e fazer um boletim de ocorrência para que as medidas legais sejam tomadas.
Vale lembrar que muitas pessoas não reportam fraudes e golpes em geral por acharem que nada pode ser feito. Tomar essas medidas é a melhor forma de se proteger de mais danos e impedir os golpistas a fazerem mais vítimas no futuro.
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