Você pode nem ter começado a investir ainda, mas já deve ter ouvido falar das criptomoedas, pesquisado sobre elas na internet e até passou pela sua cabeça comprar alguma delas. Mas quais são as maiores criptomoedas do mercado? A resposta é: depende.
Existem diferentes critérios que podem dizer se uma empresa é a maior do mercado ou não, por exemplo. Ela pode ser a maior em faturamento, ou em lucro, em valor de mercado, em número de clientes e por aí vai. Com as criptomoedas é a mesma coisa: existem diferentes critérios para definir a posição de uma cripto no mercado.
A lista pode ser por valorização em determinado período de tempo, por preço ou até mesmo por quantidade de criptos circulando no mercado. Contudo, o critério mais utilizado é o market cap, ou capitalização de mercado.
O que é market cap?
O market cap é a capitalização de mercado, ou seja, é o valor de mercado de um ativo. Na prática, é o valor unitário do ativo multiplicado pela quantidade dele no mercado. Na Bolsa de Valores, por exemplo, o valor de mercado de uma empresa é o preço de uma ação dela multiplicado pelo número de ações que essa empresa tem.
Com criptomoedas é a mesma coisa. O market cap é o valor unitário da cripto multiplicado pela quantidade dela no mercado.
Por exemplo: se uma criptomoeda tem 1.000 ativos no mercado e cada moeda custa R$ 10, o valor de mercado dessa cripto é R$ 10.000 – resultado de 1.000 multiplicado por R$ 10.
Por que o market cap é importante para definir as maiores criptomoedas do mundo?
Porque ele ajuda a entender o potencial de crescimento de uma criptomoeda e ainda indica se uma cripto é mais estável em relação a outra. Vale lembrar que o mercado de criptomoedas é muito volátil, ou seja, ele sobe e desce com muita frequência e intensidade, assim como as ações na Bolsa.
Em outras palavras, o mercado de cripto não é estável. Contudo, existem criptomoedas mais estáveis do que outras e o market cap ajuda nessa comparação. Quanto maior o market cap de uma cripto, mais estável ela é frente a outras moedas digitais.
Veja o exemplo para entender essa relação
Imagine que você começou a investir com R$ 100. Depois, você aplicou mais R$ 10. Agora, você tem um total de R$ 110 investidos: R$ 10 representam 10% de R$ 100. Por isso, seu patrimônio cresceu 10% em relação ao valor inicial, sem considerar os juros do período da aplicação.
Agora imagine que ao invés de aplicar mais R$ 10, você tirou R$ 10 daqueles R$ 100 iniciais. Ao fazer isso, seu total investido caiu 10% e foi a R$ 90, sem considerar os juros do período da aplicação..
Suponha, agora, que você começou a investir com R$ 1.000 e, depois, aplicou mais R$ 10. Com esse novo valor inicial, esses R$ 10 representam apenas 1% do total investido.
Ou seja, ao investir mais R$ 10, você aumenta em 1% o seu patrimônio, sem considerar os juros, e se você tira esses R$ 10 do novo valor inicial, você reduz seu total investido em 1%.
Notou a diferença? Os mesmos R$ 10 têm peso diferente no bolo, dependendo do valor total investido. Quanto maior o valor total, menor é o impacto do sobe e desce. Ou seja, uma criptomoeda com alto valor de capitalização sente menos as variações do mercado. Afinal, cair ou subir 1% representa perdas e ganhos menores do que uma queda ou alta de 10%.
As 10 maiores criptomoedas do mundo
Considerando o valor de mercado das criptomoedas, veja, abaixo, quais são as maiores do mundo, segundo a plataforma de cotações CoinMarketCap. Vale dizer que estes valores mudam com frequência, então vale checar direto na plataforma para saber o preço do momento.
Criptomoeda | Market Cap do dia 14/3/2022 (bilhões de US$) |
---|---|
Bitcoin (BTC) | 732 |
Ethereum (ETH) | 303 |
Tether (USDT) | 80 |
Binance Coin (BNB) | 60 |
USD Coin (USDC) | 52 |
XRP (XRP) | 36 |
Terra (LUNA) | 33 |
Cardano (ADA) | 26 |
Solana (SOL) | 25 |
Bionance USD (BUSD) | 18 |
Ao todo, o mercado de criptomoedas tem quase 10 mil criptos diferentes e soma em torno de US$ 1,8 trilhão. Somente o bitcoin e o ethereum representam quase 60% desse valor e são, portanto, as criptos mais estáveis e sólidas desse mercado.
As demais posições da lista de maiores criptomoedas do mundo mudam muito, de acordo com o sobe e desce do mercado. Note que essa mudança está relacionada com o market cap de cada uma. Como elas têm um valor total menor, mudam muito de posição na lista.
Para lembrar: o que é criptomoeda mesmo?
É uma moeda digital. Ou seja, ela só funciona no mundo da internet. Diferentemente de uma moeda fiduciária (real, dólar, euro, por exemplo), a criptomoeda é descentralizada. Ou seja, não existe um Banco Central ou governo que regula a sua emissão e circulação.
Como são digitais, as criptomoedas não são impressas, mas criadas em uma rede de códigos – o blockchain. Nessa rede, a troca de informações é criptografada, ou seja, é protegida por camadas e camadas de códigos muito difíceis de serem fraudados.
As criptomoedas mais sólidas e confiáveis do mercado carregam uma tecnologia com elas. Em outras palavras, elas não são apenas moedas com as quais é possível comprar produtos e serviços na internet. Elas representam algum tipo de tecnologia que pode ser aplicada em outras áreas e setores.
É por isso que, no mundo das criptomoedas, fala-se muito sobre projetos. Esses projetos são justamente as tecnologias que estão por trás de cada criptomoeda. Existem criptos que não têm nenhum projeto atrelado a elas? Existem.
Muitas delas são conhecidas como memecoins, pois representam apenas um meme da internet. Isso não significa, porém, que elas não valem nada. Apenas indica que o market cap delas flutua muito mais que o das criptos com projetos consistentes, e são mais dependentes de rumores do mercado, assim como ocorre com os memes.
Entenda, abaixo, o que são e como funcionam as três maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado (considerando a cotação do dia 14/3/2022).
Bitcoin: a maior criptomoeda do mercado
O bitcoin é considerado a primeira moeda digital do mundo. Seu conceito foi divulgado em 2008, em uma espécie de manual assinado por Satoshi Nakamoto. Até hoje não se sabe se esse Nakamoto existe mesmo, se ele ou ela é uma pessoa ou mesmo um grupo.
A moeda digital de fato foi criada em 2009 e seu preço tinha relação com o custo de energia necessária para criá-la, mas depois ficou valendo a lei da oferta e da demanda. Quanto maior a procura e menor a oferta, maior é o preço.
E a oferta, no caso do bitcoin, é limitada. Quem criou a cripto estabeleceu no algoritmo que só seriam minerados 21 milhões de bitcoins. Hoje, existem quase 19 milhões e os outros 2 milhões levarão em torno de 100 anos para serem minerados. É que esse processo exige muita tecnologia e muita energia para acontecer.
O valor do bitcoin saiu do zero e começou a valer alguma coisa em 2011, quando chegou a custar US$ 0,34. Com o aumento da demanda, seu valor foi subindo, mas também caindo muito no meio do caminho. Em 2021, o bitcoin atingiu seu valor recorde, de US$ 66 mil.
O bitcoin é considerado resultado da primeira aplicação do blockchain, um sistema que registra informações, como se fosse um banco de dados. Esses registros são feitos em blocos, conferidos, criptografados e selados pelos mineradores – que são as pessoas ou empresas espalhadas pelo mundo que usam supercomputadores para manter o sistema funcionando.
Tudo isso acontece por meio de cálculos realizados por algoritmos que não são nada simples. É preciso encontrar o encaixe perfeito entre um bloco e outro. O minerador que consegue fazer isso recebe, em troca, uma espécie de pagamento, que é o próprio bitcoin.
Ethereum: a evolução do blockchain
Se o bitcoin colocou o blockchain para rodar, o ethereum evoluiu essa rede. O conceito do ethereum foi lançado em 2013, mas o projeto só foi concebido na prática em 2015. Assim como o bitcoin, o ethereum também é minerado, mas sem quantidade limitada.
O ethereum é uma rede de blockchain que permite enviar a criptomoeda nativa (o ether) para qualquer pessoa, sem intermediários, da mesma forma que o bitcoin faz.
A diferença entre eles é que na rede do ethereum, a blockchain é programável. Ou seja, é possível usar esse ambiente para criar jogos, aplicativos e serviços financeiros, e os dados dos usuários desses produtos e serviços seguem protegidos. O ethereum é a rede onde são criados os NFTs, por exemplo.
Ele também está por trás dos contratos inteligentes, uma tecnologia que permite a realização automática de acordos. Na rede ethereum, não é necessário nenhum órgão para fiscalizar se um contrato entre duas pessoas ou empresas foi cumprido, porque dentro da rede ele é cumprido automaticamente, de acordo com as regras “escritas” nos códigos e que são irreversíveis.
Outra tecnologia criada com a blockchain do ethereum é o sistema de finanças descentralizadas (DeFi), que permite a qualquer pessoa conectada à rede ethereum enviar e receber recursos, pedir empréstimos e receber juros de qualquer lugar do mundo, sem intermediários.
A criptomoeda da rede ethereum é o ether (ETH), mas você vai ver que em muitos lugares ela é chamada de ethereum mesmo. Até o início de 2017, o valor do ethereum (ou do ether) não passava dos US$ 14. Em julho de 2021, a cripto registrou seu valor recorde, de US$ 4.800.
Tether: primeira stablecoin do mercado
O tether foi lançado em 2014 e é a primeira stablecoin do mundo. Ou seja, a primeira criptomoeda atrelada a algum ativo estável. No caso do tether que aparece na lista das maiores criptomoedas do mundo, esse ativo é o dólar. Cada tether USDT equivale a US$ 1.
Por isso, o gráfico de preço dessa criptomoeda é praticamente uma reta. As pequenas variações acontecem porque quem garante a paridade é a empresa por trás do tether, a Tether Limited, mas as exchanges (corretoras especializadas em cripto) podem comercializar o preço que elas quiserem.
Como não vale a pena mudar muito o preço, ocorrem algumas variações de centavos em momentos de alta ou baixa demanda.
Além do tether lastreado em dólar, há outros tipos de tether: o atrelado ao euro (EURT), o atrelado à moeda japonesa yuan (CNHT) e também atrelado ao ouro (Gold). Em outras palavras, o tether representa a digitalização dentro da rede blockchain de ativos conhecidos e seguros, como o próprio dólar, o euro, o yuan e o ouro.
Tether não é minerado
Diferentemente de outras criptomoedas, o tether não é minerado e quem faz o controle das emissões da moeda não são os usuários, mas a Tether Limited. Funciona assim: você deposita um valor, que sempre será múltiplo de 1, e a empresa deposita a quantidade correspondente da criptomoeda. Se você depositou US$ 50, por exemplo, vai receber 50 tethers USDT.
As exchanges apenas são intermediárias dessa transação e a Tether Limited é a responsável por transformar seu dinheiro em cripto e vice-versa.
Quando você vende o seu tether, o valor correspondente em dólar (no caso do USDT) é enviado para a sua carteira digital e suas criptos são “queimadas” –ou seja, elas deixam de existir. É isso que faz o market cap do tether variar ao longo do tempo.
Lembra que o valor de capitalização de mercado é o valor unitário da cripto multiplicado pela quantidade dela no mercado? No caso do tether USDT, o market cap está diretamente relacionado à quantidade da cripto em circulação, uma vez que o preço de cada ativo sempre será US$ 1. Ou seja, quanto maior a demanda pela moeda, maior seu market cap. E quanto mais gente vende tether, mais criptos são “queimadas”, reduzindo seu market cap.
Assim como outras criptomoedas, o tether funciona dentro de uma rede blockchain e também permite transações entre pessoas e empresas sem intermediários. O grande debate em torno do tether é sobre a manutenção da paridade 1 para 1 com as moedas e ativos tradicionais.
Posso comprar as maiores criptomoedas do mundo?
Poder você pode, mas, assim como em qualquer investimento, é preciso muito estudo e cautela, uma vez que o mercado de criptos é extremamente volátil. Além disso, como você viu, é preciso entender como as criptomoedas funcionam e as particularidades de cada projeto.
Assim como você compra ações de uma empresa na Bolsa por acreditar nela, você precisa entender e acreditar no projeto da criptomoeda para investir nela com consciência.
AAinda assim, é preciso entender que criptomoedas são ativos de alto risco e, da mesma forma que os ganhos podem ser grandes, a possibilidade de perder o valor investido também é significativa. Por isso, é importante ficar de olho no mercado e acompanhar as notícias sobre criptomoedas.
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