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NFT, criptomoeda e metav...

NFT, criptomoeda e metaverso: qual a relação e a diferença?

Apesar de serem coisas bem diferentes, tudo está interligado pela tecnologia. Entenda.



NFT criptomoeda - Imagem mostra três dados vermelhos com as letras N, F, T. Eles estão em cima de um chip de computador e de notas de dólar.

Esses nomes estão em toda parte: nas redes sociais, nos portais de notícias, nos jornais especializados em economia e nos investimentos. NFT, criptomoeda e metaverso são as palavras da vez, mas quando viram assunto pode surgir uma dúvida muito comum: o que tudo isso tem a ver? Não são todas a mesma coisa?

Resposta rápida: não, elas não são a mesma coisa. Mas elas têm tudo a ver umas com a outras. NFT e criptomoeda são tecnologias distintas mas têm origem na rede blockchain

Por sua vez, o blockchain vai permitir usar NFT e criptomoeda para fazer transações financeiras dentro do metaverso, como é chamado o universo virtual imersivo, coletivo e hiper-realista que pretende revolucionar a internet que temos hoje. 

Se todos esses termos ainda parecem confusos, não se preocupe. Esse é um assunto ainda muito recente e parte dessas tecnologias estão em desenvolvimento. 

Para entender melhor, veja em detalhes como funcionam o NFT, criptomoeda e o metaverso.

O que é NFT?

NFT é uma sigla para non-fungible token – ou token não-fungível. De forma simplificada, o NFT é um código de computador que serve como autenticação de um arquivo. Em outras palavras, ele é a garantia de que o NFT é único.

Esse é o significado de não-fungível, aliás. Na economia, ativos fungíveis são aqueles cujas unidades podem ser trocadas sem alterar o valor. Por exemplo: você pode trocar uma nota de R$ 50 por cinco notas de R$ 10 reais e elas continuarão valendo a mesma coisa.

Um ativo não-fungível, por outro lado, tem propriedades únicas. Ou seja, nenhum outro é igual a ele. Existe apenas uma Mona Lisa – podem haver cópias, versões, mas aquele quadro, com aquelas características e aquele valor é único. Você não pode trocar a Mona Lisa por nenhum outro quadro e dizer que eles são equivalentes, certo?

O NFT, portanto, é esse token, ou chave, completamente único, que é vendido junto ao arquivo e garante a autenticidade dele.

NFT para quase qualquer coisa

É possível criar NFTs para praticamente qualquer coisa: arte (digital e física), fotos, vídeos, mensagens, posts em redes sociais, memes etc. Desde 2021, esses ativos passaram a ser vendidos na internet por valores que chegam a milhões de dólares.

Uma colagem digital do artista norte-americano Beeple, por exemplo, foi vendida por mais de US$ 69 milhões em um leilão – a terceira quantia mais alta já recebida por um artista vivo. Beeple se tornou um dos maiores destaques desse mercado e já vendeu vários NFTs por cifras milionárias.

Obra digital Everydays: The First 5000 Days, do artista Beeple

O “Nyan Cat”, meme de um gatinho pixelado, que voava pelo espaço sideral ao som de uma musiquinha chiclete seguido por um arco-íris, foi criado há mais de 10 anos. Mas o seu NFT foi vendido em fevereiro de 2021 por US$ 590 mil.

NFT do meme Nyan Cat foi vendido em 2021 por US$ 590 mil. Imagem foi criada há mais de 10 anos

O que é criptomoeda?

Criptomoeda é o nome genérico para moedas digitais descentralizadas. Em outras palavras, as criptomoedas só existem na internet. É por isso que elas também não podem ser tocadas, diferentemente das moedas que já utilizamos no nosso dia a dia, como o real, o dólar e o euro, por exemplo.

Por consequência, elas também não podem ser guardadas em carteiras físicas, cofres e nem embaixo do colchão.

As criptomoedas também podem ser definidas como uma espécie de dinheiro virtual descentralizado, ou seja, não existe um órgão ou governo responsável por intermediar, controlar ou autorizar as emissões e transações dessas moedas. Quem faz tudo isso são os próprios usuários, pessoas comuns espalhadas pelo mundo.

Saiba mais sobre criptomoedas no vídeo:

Como escolher criptomoedas para comprar?

O que é metaverso?

Metaverso é o nome usado para denominar um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista, onde as pessoas poderão conviver usando avatares customizados em 3D. Em outras palavras, ele é uma evolução da nossa internet atual.

Para entender melhor o conceito de metaverso, compare com a internet de hoje. Atualmente, as redes sociais são as principais mediadoras do ambiente virtual. E a “vida digital” é acessada com celulares e computadores. Com o metaverso, a experiência será muito mais imersiva, ou seja, vista por dentro. Mais do que navegar na internet, será possível vivenciá-la.

Na prática, ao colocar os óculos de realidade virtual, equipados com fones de ouvido e sensores, será possível entrar um mundo virtual online que também incorpora realidade aumentada, avatares holográficos 3D, vídeos e outros meios de comunicação. Ou seja, como se trata de espaços que não existem na realidade, o céu é o limite e tudo é possível de ser inventado.

Entusiastas e empresas que estão investindo nesse tipo de tecnologia afirmam que todas as pessoas poderiam interagir, aprender, colaborar e jogar nos espaços do metaverso. Tudo isso de uma maneira muito mais completa do que se pode imaginar hoje.

Imagine que as reuniões virtuais de trabalho e lives de artistas que se popularizaram na pandemia poderiam acontecer em um espaço virtual, com muito mais interação, e sem sair de casa.

Importante dizer que este cenário ainda não é totalmente possível. Muitas das tecnologias necessárias para que o metaverso se torne real ainda precisam ser desenvolvidas. Por isso, equipamentos como óculos de realidade virtual precisam se tornar mais acessíveis à população em geral.

Exemplo de óculos de realidade virtual que pode ser usado para entrar no metaverso

Blockchain: a tecnologia que une tudo isso

A tecnologia por trás de um NFT e uma criptomoeda é o blockchain. Esse é um sistema que funciona como um grande banco de dados, onde é possível enviar ativos digitais, contratos e arquivos sem intermediários, e de qualquer lugar do mundo. 

Nessa rede, as informações são carregadas em blocos de códigos gerados online. Uma vez colocadas dentro desses blocos, as informações não podem mudar e não saem de lá. Elas ficam trancadas e não são atreladas ao nome de uma pessoa ou empresa, mas a números. 

Isso acontece porque nessa rede tudo é criptografado – ou seja, existe uma camada de códigos de segurança que impede que a informação saia desses blocos. Cada bloco de informação é selado em outro, formando uma corrente – daí o nome (block = bloco, chain = corrente).

Quem confere as informações e fecha os blocos são os mineradores – que são pessoas ou empresas espalhadas pelo mundo que usam supercomputadores para manter o sistema funcionando.

É como se uma transação feita nessa rede fosse colocada em um cofre. O minerador é a pessoa que confere o que tem no cofre, tranca a porta de um jeito que ninguém mais consegue abrir e conecta esse cofre a uma cadeia de outros cofres para selar a operação – por isso o nome “blockchain” ou corrente de blocos. 

Dicionário das criptomoedas: 34 termos e palavras que você precisa saber antes de entrar nesse universo

Bitcoin revelou blockchain para o mundo

Criado em 2008, o bitcoin foi a primeira criptomoeda e também o responsável por revelar a tecnologia blockchain para o mundo. A partir daí, a rede passou a ser usada para diversos projetos e milhares de outras moedas digitais foram criadas.

Já o primeiro NFT teria surgido em 2014, criado pelo artista Kevin McCoy e pelo empreendedor Anil Dash, durante um evento no Museu de Arte Contemporânea em Nova York, nos Estados Unidos. Era um videoclipe feito pela esposa de Dash. 

Desde o início, os NFTs são ativos digitais que existem dentro da blockchain. Em outras palavras, eles ficam registrados na rede e a sua autenticidade é garantida por códigos complexos e certificada pelos mineradores. Tanto NFTs quanto criptomoedas usam a criptografia para aumentar a segurança online.

Além disso, os NFTs são negociados em moedas digitais. Ou seja, para comprar uma dessas obras, você precisa adquirir criptomoedas antes.

Economia virtual completa

O objetivo das pessoas que trabalham em tecnologias para criar o metaverso é que ele tenha a sua própria economia e moedas, com as quais os usuários poderão comprar, vender e negociar NFTs, imóveis digitais, itens diversos, acessórios para o avatar, jogos e muito mais.

Tudo isso será movimentado com criptomoedas, que por sua vez são negociadas dentro da plataforma blockchain. 

A expectativa é de que as empresas tradicionais possam aproveitar esse ecossistema para vender seus produtos em versões virtuais dentro do metaverso. Elas também poderiam fazer publicidade dentro desse universo.

Para dar um exemplo prático, no metaverso seria possível comprar um tênis virtual de uma marca famosa para o seu avatar. Ou comprar uma obra de arte em formato de NFT e exibida na parede da sala da sua casa digital.

NFT, criptomoeda e metaverso: quais as semelhanças e diferenças?

A principal semelhança entre um NFT e uma criptomoeda é o fato de ambas existirem dentro da rede blockchain. Ou seja, elas vêm da mesma tecnologia. Além disso, para comprar NFTs é preciso ter criptomoedas. 

Mas essa afinidade termina por aqui. Ao contrário dos NFTs, as criptomoedas são ativos fungíveis. Em outras palavras, como define o Código Civil Brasileiro, os ativos fungíveis “podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.

É possível trocar uma nota de R$ 100 por duas de 50, por isso ela é fungível. As criptomoedas também podem ser substituídas por outros ativos da mesma espécie, além de serem divisíveis. No mercado, é possível comprar apenas uma fração de uma criptomoeda.

Já o metaverso pretende incorporar NFTs e criptomoedas e usar a rede blockchain em uma economia dentro do seu mundo virtual.

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