Responda rápido: qual o superpoder do Batman? Não, isso não é uma pegadinha. Todo mundo sabe que o órfão Bruce Wayne não pode voar, não tem superforça, supervelocidade ou visão de raio X.
Mas no filme “Liga da Justiça” (2021), depois que o Flash, vivido pelo ator Ezra Miller, faz exatamente essa mesma pergunta ao Cavaleiro das Trevas (Ben Affleck), ele responde de maneira direta e reta: “Eu sou rico”.
Além de Bruce Wayne e de Tony Stark (o Homem de Ferro), quem também poderia sair por aí gritando “eu sou rico” é o mercado geek. Essa é a indústria que reúne tudo o que envolve a cultura pop nerd, de quadrinhos aos mangás, de jogos eletrônicos aos brinquedos e bonecos de ação, de roupas a filmes e séries.
Só no ano de 2021, o setor de licenciamento no Brasil, que reúne os produtos ligados aos personagens mais famosos, faturou mais de R$ 21 bilhões. O número representou um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, que por sua vez também já havia tido uma alta no faturamento, mesmo durante a pandemia.
Qual o principal motivo para tanto sucesso? Uma legião de fãs apaixonados e que estão dispostos a gastar muito dinheiro com suas franquias favoritas.
Nesta quarta-feira, 25 de maio, Dia do Orgulho Geek, entenda mais sobre os números desse setor para lá de poderoso, e saiba como começou a tradição do Dia da Toalha, como a data também é chamada.
Não entre em pânico e confira mais detalhes sobre o mercado geek a seguir.
Mercado geek: ao infinito e além
Ele já é inevitável. Mesmo que você não ligue para super-heróis e outros personagens geeks, muito provavelmente acabará esbarrando com essas referências o tempo todo. Nos últimos anos, algumas das maiores bilheterias do cinema foram de filmes relacionados ao tema.
Confira abaixo alguns números impressionantes dos filmes geeks no cinema.
- Avatar (2009): US$ 2,8 bilhões;
- Vingadores: Ultimato (2019): US$ 2,7 bilhões;
- Star Wars: o Despertar da Força (2015): US$ 2,069 bilhões;
- Vingadores: Guerra Infinita (2018): US$ 2,048 bilhões;
- Homem Aranha: Sem Volta Para Casa: US$ 1,8 bilhão;
- Trilogia O Senhor dos Anéis (2001 a 2003): US$ 3 bilhões;
- Filmes da franquia Harry Potter: US$ 7,7 bilhões.
Mas o mercado geek vai muito além do cinema. E apesar de não existir um número único que represente toda a grandeza desse nicho, cada setor traz as suas cifras.
Uma pesquisa da empresa Newzoo, que faz análises sobre jogos de videogame, mostrou que 2,7 milhões de gamers (jogadores) gastarão aproximadamente US$ 200 bilhões com a indústria de jogos até 2023.
No Brasil, o mercado de games gerou uma receita de US$ 2,3 bilhões em 2021. E a expectativa é de que o setor cresça mais de 5% em 2022. É muito dinheiro!
Quem é o geek moderno?
O geek já foi uma figura representada com certo preconceito. Em outras palavras, eram os nerds dos filmes norte-americanos, adolescentes e jovens de óculos, poucas habilidades para esportes e nenhuma popularidade. Nada mais distante da realidade.
Hoje em dia, talvez seja difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um interesse pela cultura pop. De acordo com a pesquisa Geek Power 2021, da empresa Omelete Company, esse público é muito diverso.
A maioria deles, porém, mantém um consumo ativo de produtos como séries e jogos. Segundo o levantamento, 84% do público geek acessa conteúdos da cultura pop todos os dias. E 95% dos entrevistados lêem 2 livros ou HQs por mês. Além disso, 65% jogam games frequentemente.
Em relação aos gostos desse público geek, 47% acompanha anime, e Naruto e One Piece são os principais personagens. Já o estilo de música favorito deles é o rock. O personagem Loki foi eleito por eles o favorito das séries de 2021.
Outro estudo, feito pela empresa Rakuten Digital Commerce, em 2019, mostrou que o público geek tende a gastar 40% a mais do que a média nacional.
Mercado geek ajuda a combater a ansiedade
A assistente executiva Nathalia Correa, 30, é apaixonada por Pokémon e por jogos de tabuleiro. Ela começou a colecionar jogos e bonecos de Lego como uma forma de aliviar o estresse do dia a dia e rapidamente ganhou um hobbie.
Hoje ela tem mais de 70 bonecos de Lego e de silicone, 30 pelúcias e 50 jogos de tabuleiro, e a coleção só cresce.
Mas esses estão longe de ser o maior investimento de Nathalia. Em 2018, ela comprou um personagem do jogo PokeXGames por nada menos que R$ 45 mil. O Tibia é um jogo eletrônico em que várias pessoas podem jogar ao mesmo tempo. Já o PokeXGames foi criado no Brasil e tem como tema o universo Pokémon.
“Eu gastei muito dinheiro com PXG. Tem personagem que vale uma casa. Mas eu nunca pensei nisso como uma loucura. Eu trabalhava para gastar com coisas que eu gosto”, diz.
Hoje, Nathalia tem uma filhinha de 2 anos e já começou a passar a paixão pelo mundo geek para a próxima geração. “Ela ama Pokémon, mas eu ainda não deixo ela mexer nos bonecos de lego”, conta.
Para encaixar o hobbie na organização financeira, Nathalia vasculha a internet em busca de sites que vendem bonecos mais baratos, sem abrir mão da qualidade, claro. “E o que sobra de dinheiro eu compro Pokémon”.
Paixão por videogames antigos
Desde criança, o analista de operações regulatórias Felipe Bomfim, 26, gosta de vários personagens da cultura geek: Naruto, Pokémon e Dragon Ball são apenas alguns deles.
Ele conta que mantém uma coleção de bonecos do tipo Funko e recentemente gastou um bom dinheiro em um videogame novo.
“Praticamente todo mês eu compro um Funko. Vou juntando dinheiro para comprar”, diz.
Agora, ele está em busca de um Game Boy, o clássico videogame portátil que se popularizou nos anos 1990.
Qual a origem do Dia do Orgulho Geek (ou Dia da Toalha)?
O Dia do Orgulho Geek, também chamado de Dia da Toalha, surgiu em 2001, como uma forma de homenagear o escritor Douglas Adams, autor de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, que morreu naquele ano.
A série de livros de ficção científica (chamada de “trilogia de cinco”) é considerada um ícone da cultura pop, já foi traduzida para mais de 30 idiomas, e virou filme em 2005. Ela conta a história de Arthur Dent, um inglês azarado que passa a viajar pelas galáxias depois que a Terra é demolida.
Ele descobre que seu melhor amigo Ford Prefect é, na verdade, um alienígena que escreve o livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, um tipo de guia com dicas para viagens interestelares.
Antes de deixar a Terra com a ajuda de Ford, Arthur consegue pegar uma toalha. Esse objeto, aliás, é, segundo o alienígena, uma ferramenta altamente complexa capaz de ajudar nas mais diversas situações.
Quando o escritor Douglas Adam faleceu, em 11 de maio de 2001, os fãs começaram a organizar uma homenagem, mas não existia consenso sobre a data. Muitas pessoas queriam usar o número 42, que na série de livros é apresentado como a resposta para o sentido da vida e do universo, mas a coisa foi atrasando e nada da homenagem acontecer.
Uma grande coincidência
No fim, acabaram criando o Dia da Toalha na primeira data que tinham disponível pela frente: 25 de maio. Por coincidência, esse também foi o dia que o filme “Star Wars” foi exibido pela primeira vez nos cinemas, em 1977.
Existe até uma página oficial para o Dia da Toalha na internet, em que os criadores afirmam: “Como o universo que Douglas Adams criou era cheio de absurdos e aleatoriedades, pode ser uma escolha adequada, afinal. E, se você precisar de um motivo adicional, aqui vai: se você adicionar os números hexadecimais 25 e 5 e converter o resultado em decimal, você terá 42”.
O universo geek, afinal, aprendeu a dominar os números e as cifras intermináveis desse mercado que cresce a cada ano.
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