O Tesouro Nacional, ou os títulos do Tesouro Nacional, são termos muito usados quando se fala em investimento. Mas o que é o Tesouro Nacional, de fato? E como é possível investir nele?
Vamos do começo.
O que é o Tesouro Nacional?
Em poucas palavras, o Tesouro Nacional é o caixa do governo brasileiro. Ele é controlado pela Secretaria do Tesouro Nacional, comandada pelo Ministério da Economia, e é utilizado principalmente para captar recursos para o governo. E como? Através dos impostos federais cobrados e da emissão de títulos públicos.
Investir no Tesouro Nacional, portanto, é investir nesses títulos públicos emitidos pelo governo – através do programa Tesouro Direto.
Ficou confuso? Calma: a gente explica.
O que significa investir no Tesouro Nacional
Para pessoas físicas, é através do programa do Tesouro Direto que se investe no “caixa” do governo. Como já explicamos aqui, o Tesouro Direto funciona da seguinte maneira:
Ao comprar um título público emitido pelo governo, você está emprestando dinheiro para o governo brasileiro em troca de uma remuneração por este empréstimo, que você receberá quando vender o título.
Ou seja: você compra o título por um valor determinado e, ao vendê-lo, ou no vencimento, você recebe o valor emprestado ao governo mais juros sobre ele.
Regras para investir
O valor mínimo para investimento no Tesouro Direto, em qualquer título, é de R$ 30. O valor máximo para aplicação no Tesouro é de R$ 1 milhão por mês.
Além disso, existe uma outra regra: o investidor não é obrigado a comprar um título inteiro. Ele pode, por exemplo, investir uma quantia que equivalha apenas a uma parte – ou fração – de um título. A fração mínima é de 1% do valor total do título; a compra sempre será em frações, até atingir os 100% do título.
Títulos do Tesouro Nacional
Existem dez títulos públicos do Tesouro Nacional que podem ser negociados, cada um com uma taxa de juros e data de vencimento do título específica. Alguns têm rentabilidade atrelada ao IPCA, outros à taxa Selic e outros têm juros prefixados – aqui você entende o que cada tipo de rentabilidade significa e escolhe o melhor tipo de título para você.
Atrelados ao IPCA
- Tesouro IPCA+ 2024
- Tesouro IPCA+ 2035
- Tesouro IPCA+ 2045
- Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2026
- Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030
- Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035
Esses títulos têm seu rendimento atrelado ao IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil. É um título pós-fixado, já que o rendimento pode variar conforme o resultado do IPCA.
Prefixados
- Tesouro Prefixado 2022
- Tesouro Prefixado 2025
- Tesouro Prefixado com juros semestrais 2029
Todos estes títulos têm rendimento prefixado – ou seja, no momento em que se aplica neles, já se sabe o quanto ele vai render até o vencimento; essa rentabilidade não muda. A diferença entre eles é o prazo de vencimento e, no caso do último, o fato de os juros serem pagos de 6 em 6 meses.
Altrelados à Selic
- Tesouro Selic 2025
Tal como o Tesouro IPCA, o rendimento deste título está atrelado à Selic, taxa de juros básicos do Brasil. Ele também é um título pós-fixado.
O valor mínimo de aplicação também varia entre eles, já que os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional têm valores diferentes entre si. Mas, no geral, ficam pouco abaixo ou acima de R$ 30.
Para ajudar a escolher o melhor título para investir, o site do Tesouro Direto permite que os investidores simulem uma aplicação a partir do quanto têm para investir, prazo do investimento, remuneração e perfil do investidor.
Como investir em títulos do Tesouro Nacional
É possível investir em títulos do Tesouro Direto de três maneiras diferentes:
- Através do site do Tesouro Direto, na plataforma do programa. É necessário ser cadastrado no programa e ter uma conta em instituição financeira;
- Através do site de sua instituição financeira – normalmente, na plataforma de investidor;
- E através de sua própria instituição financeira, autorizando-a a negociar títulos em seu nome; nem todas, entretanto, oferecem essa possibilidade.
Eles podem ser negociados em dias úteis, durante o horário de funcionamento da plataforma do Tesouro Direto – das 9h30 às 18h. Fora desse horário, é possível agendar o investimento ou venda do título. A consulta aos títulos disponíveis, rentabilidade e demais características podem ser consultadas 24 horas por dias, durante os 7 dias da semana.
Impostos e taxas do Tesouro Direto
Impostos
Os investidores que comprarem títulos do Tesouro Direto serão tributados da mesma maneira que as demais operações de Renda Fixa. Incidem sobre os rendimentos dos títulos o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), quando há resgate da aplicação em menos de 30 dias; as alíquotas são as seguintes:
Dias após aplicação | IOF (em %, sobre o rendimento) | Dias após aplicação | IOF (em %) |
---|---|---|---|
1 | 96% | 16 | 46% |
2 | 93% | 17 | 43% |
3 | 90% | 18 | 40% |
4 | 86% | 19 | 36% |
5 | 83% | 20 | 33% |
6 | 80% | 21 | 30% |
7 | 76% | 22 | 26% |
8 | 73% | 23 | 23% |
9 | 70% | 24 | 20% |
10 | 66% | 25 | 16% |
11 | 63% | 26 | 13% |
12 | 60% | 27 | 10% |
13 | 56% | 28 | 6% |
14 | 53% | 29 | 3% |
15 | 50% | 30 | 0% |
Também é cobrado Imposto de Renda (IR), com alíquota regressiva dependendo do prazo do investimento. Essas são as faixas de alíquota do IR:
- 20%, em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
- 17,5%, em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
- 15%, em aplicações com prazo acima de 720 dias.
Esse prazo consiste no período em que o investidor mantém seu dinheiro aplicado no título e começa a ser contado no dia em que o título é comprado.
Taxa de Custódia
Existe uma taxa obrigatória cobrada pelos investimentos no Tesouro Direto: a taxa de custódia. Ela é cobrada pela BM&FBovespa, a bolsa de valores brasileira. Essa taxa é de 0,30% ao ano.
Algumas corretoras de investimentos podem cobrar taxas de administração pelo investimento no Tesouro Direto.
Vale a pena investir no Tesouro Nacional?
O Tesouro Direto é um bom investimento, seja para curto, médio ou longo prazo prazo. Como explicamos, assim que você compra uma letra, inteira ou fracionada, já sabe o quanto seu dinheiro vai render até o vencimento do título. Além disso, também é um investimento de baixíssimo risco, já que está ligado ao governo federal, e fácil de ser feito.
De qualquer forma, antes de investir em algum dos títulos, é importante avaliar qual deles faz mais sentido para você – considerando o vencimento, rendimento, como os juros são pagados (semestralmente ou somente no vencimento), etc.
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