De forma simples e bem direta: a deflação é o contrário de inflação.
Em um cenário inflacionário, os preços dos bens e serviços sobem. Já quando um país passa por deflação, acontece o processo inverso: os preços estão diminuindo ao invés de subirem.
Isso pode ser um sinal pontual de que alguma categoria de produto importante no dia a dia das pessoas ficou mais barata, mas também pode ser um sinal preocupante de que a economia vai mal – especialmente se a deflação ocorre por períodos prolongados e os preços dos produtos não param de cair.
Entenda, abaixo, o cenário de deflação, e o que ele pode significar para a economia de um país.
Inflação e deflação: conheça os termos
Inflação
A inflação é um termo um pouco mais conhecido. Ela indica o aumento generalizado dos preços de uma série de itens importantes no dia a dia – como alimentação, habitação, transporte, saúde, educação, etc…
Esses itens são chamados de “cesta de produtos” e seu valor é medido todos os meses e usado para indicar a inflação da economia como um todo. O indicador oficial de inflação no Brasil é IPCA, Índice de Preços para o Consumidor Amplo.
Ou seja: se a inflação do mês for de 1%, isso significa que o aumento médio dos preços dessas categorias no período também foi de 1%.
Deflação
Já a deflação é o processo contrário: a queda de preços.
Ela pode acontecer por um motivo pontual – por exemplo, em um mês, aumentou muito a oferta de algum tipo de produto ou serviço, ou quando existiu alguma política pública que derrubou um fator inflacionário, como os combustíveis. Neste caso, a deflação não é preocupante.
Vale lembrar, ainda, que uma deflação pontual, como a queda de 0,68% registrada no Brasil no mês de julho de 2022, é uma flutuação negativa de preços que não pode ser generalizada por um único mês. É preciso acompanhar o índice ao longo de meses para cravar uma tendência, e os preços precisam apresentar queda em vários produtos e serviços.
No caso da variação de julho de 2022, os alimentos, que são o principal gasto da população, ainda tiveram inflação (positiva) de 1,2% no mês. Isso é um sinal de que a deflação registrada no mês não se espalhou por todos os setores e, por isso, é uma variação pontual.
Há algumas correntes que acreditam que certos períodos de deflação podem ser bons para a economia. O problema aparece quando uma economia enfrenta um período de deflação longa, que dura muitos meses ou anos, por exemplo.
Por que a deflação prolongada é ruim?
A deflação prolongada pode indicar que a economia está estagnada: as pessoas não conseguem comprar os produtos, e os comerciantes precisam constantemente baixar os preços.
No entanto, um dos reflexos mais preocupantes da deflação é a falta de consumo: as pessoas deixam de comprar porque se acostumam com preços sempre caindo – logo, adiam seus gastos (especialmente de bens caros, como imóveis), esperando pela queda.
Isso faz com que a economia geral encolha, pois as empresas não vendem, não fabricam mais produtos e o dinheiro não circula.
É o caso do Japão, que luta contra a deflação desde a década de 1980, quando acumulou uma reserva de moeda estrangeira tão grande que acabou gerando bolhas especulativas e se prejudicando. Nos últimos anos, o pequeno país asiático registrou queda de 0,03% em 2020 e 0,23% em 2021. Com isso, nenhum setor da economia sobe os preços sob o risco de seus consumidores deixarem de comprar seus produtos. E a população segue aguardando preços menores.
A deflação extrema é justamente o processo contrário da hiperinflação, quando as pessoas correm ao mercado no dia do pagamento para garantir o máximo do dinheiro antes que ele perca o valor com o aumento descontrolado dos preços.
A deflação é tão prejudicial quanto a inflação descontrolada, e é por isso que existem índices considerados “saudáveis” de inflação em um país.
Hiperinflação
A hiperinflação é um cenário de inflação potencializado, de descontrole de preços no qual a moeda perde valor rapidamente e, consequentemente, os consumidores perdem poder de compra.
Por exemplo,o preço dos produtos pode aumentar mais de 50% em apenas um mês. O resultado?
Preços que mudam da noite para o dia e prateleiras de supermercado vazias, com a falta de vários itens.
Hiperinflação no Brasil: o que é e por que aconteceu?
A inflação nem sempre é vilã
Ao contrário do que pode parecer, a inflação é uma parte importante da economia. Ter a inflação sob controle é um sinal de que a o país está indo bem, com economia aquecida e com força para crescer de forma saudável, com preços controlados.
Todos os países têm uma meta anual de inflação que serve, entre outras coisas, para dar segurança para a economia e garantir algum tipo de previsibilidade de longo prazo.
Em outras palavras, é possível investir no país com maior tranquilidade, sabendo quais os rumos que a economia irá tomar. Do ponto de vista econômico, a inflação sob controle ajuda a trazer mais dinheiro para o mercado no médio e longo prazo.
Por outro lado, a inflação pode ser terrível para a economia de um país quando está fora de controle ou quando atinge níveis muito altos – esse é um caso de hiperinflação.
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