Existem várias Bolsas de Valores no mundo – e diferentes empresas estão presentes em diferentes mercados. Mas isso não significa que uma pessoa só pode investir em empresas abertas na Bolsa de seu próprio país. É aí que entram os depósitos, títulos ou recibos de ações internacionais.
Investir em depósitos de ações internacionais significa basicamente negociar um título, emitido no Brasil, mas garantido por ações de empresas que não estão na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Essa é uma opção às vezes buscada por pessoas que querem diversificar sua carteira, ou que desejam investir em empresas específicas no exterior, mas sem precisar abrir uma conta em outro país e transferir dinheiro para lá.
Existem algumas formas de fazer isso, mas é importante sempre manter em mente que ações (de qualquer tipo) são um investimento de alto risco. Elas podem, sim, trazer boa rentabilidade, mas são extremamente voláteis, e existe sempre uma chance do investidor perder dinheiro.
Por isso, o primeiro passo antes de investir é conhecer seu perfil de investidor, para saber se as ações são recomendadas ou não.
Como investir em ações internacionais pela B3?
Muitos investidores ainda acham que comprar ações internacionais é um processo extremamente complicado. Na verdade, a Bolsa de Valores brasileira torna viável aplicar em títulos emitidos aqui de ativos de empresas que não estão no Brasil.
Existem algumas opções para fazer investimentos no exterior. Confira:
BDRs
BDRs (Brazilian Depositary Receipts, em português Certificado de Depósito de Valores Mobiliários) são títulos financeiros emitidos e negociados no Brasil que representam ativos de grandes empresas estrangeiras. Com um BDR, é possível investir em empresas como Disney, Google, Facebook, entre muitas outras, diretamente pela B3.
Para simplificar, pense nos BDRs como ações emitidas por companhias de outros países, mas que são negociadas na Bolsa de Valores brasileira. Ao adquirir um BDR, o investidor não compra diretamente uma ação da empresa estrangeira, mas está investindo nos títulos representativos dessa empresa emitidos aqui.
Um ponto importante a ser considerado é que os BDRs estão atrelados à moeda local de cada país. BDRs de empresas com ações negociadas nos Estados Unidos, por exemplo, estarão atrelados ao dólar – ou seja, se o dólar aumentar ou cair, isso impacta diretamente o valor da ação. As negociações, no entanto, são realizadas em reais.
No site da B3 é possível conferir a lista dos BDRs disponíveis no Brasil – atualmente, são mais de 600 empresas disponíveis.
Importante: os BDRs, como qualquer outra aplicação em ações ou renda variável, também estão sujeitos aos riscos das cotações e volatilidade, e há chances de perdas, assim como de ganhos. Por isso, é recomendável estudar o tipo de investimento, saber seu perfil de investidor, estar atento aos riscos e ter uma reserva de emergência antes de aplicar em BDRs.
Fundos de investimento
Os fundos de investimento são uma modalidade de investimento coletivo. Isso significa que eles reúnem recursos financeiros de diversos investidores para um investimento em conjunto. Ou seja, várias pessoas investem em um fundo que é composto por diversos ativos.
Imagine que o fundo é como uma “cesta” com vários itens. Cada item representa um tipo de produto selecionado, e pode ser composto de vários tipos de produtos. Existem fundos de ações, renda fixa, multimercado, entre outros. E existem fundos que incluem em seu pacote ações internacionais.
Os fundos permitem que o investidor saiba a estratégia utilizada pelo gestor e também os níveis de riscos. Para este tipo de investimento, é preciso ter muito cuidado, analisar e estudar os fundos e taxas, além de contar com o apoio do gestor. E, como em todo investimento, é importante conhecer seu perfil de investidor para buscar aplicações que estejam alinhadas com os seus objetivos.
Fundos de Índice (ETFs)
Os ETFs (em inglês, Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos baseados em índices (como o Ibovespa, principal indicador da B3) e negociados como uma ação.
A diferença é que, nos ETFs, a compra não é de ativos de uma única empresa, mas sim, de várias ao mesmo tempo. Dessa forma, ao comprar cotas de ETF, o investidor adquire um conjunto de ativos, sem precisar comprá-los separadamente – promovendo mais diversificação para a carteira.
Assim como as ações, os ETFs são negociados no pregão da Bolsa de Valores. Existem ETFs baseados em índices de indicadores estrangeiros, como o S&P 500 dos EUA, que reúne as 500 maiores empresas do mundo e funciona como uma espécie de Ibovespa. Nesse caso, também não há necessidade de enviar dinheiro para fora e pagar os custos do câmbio.
Os diferentes ETFs representam diferentes índices, que têm como objetivo atingir rendimentos iguais ou superiores ao indicador utilizado.
Ações internacionais de forma direta
Para investir em ações internacionais diretamente, é necessário abrir uma conta no exterior por meio de uma corretora que atue no país estrangeiro. Em seguida, será necessário fazer um envio de dinheiro pra conta mediante transação de câmbio.
Nesse caso, será necessário pagar a taxa de câmbio cobrada pela corretora. Existe ainda a cobrança de IOF, o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros, além do Imposto de Renda.
Clique aqui e confira mais detalhes.
Resumindo
Investir em ações internacionais pode ser interessante, desde que isso esteja dentro do seu perfil de investidor, dos seus objetivos e com conhecimento dos riscos. É preciso sempre cautela, além de considerar a variação do câmbio.
Por mais que o investidor se depare com vantagens de diversificação e muitas opções num vasto mercado, é fundamental ter em mente que comprar ações internacionais, assim como ações locais, exige o mesmo nível de cuidado. Por serem investimentos voláteis que variam de acordo com diversos fatores econômicos, é preciso estudar e escolher com cautela antes de fazer parte do mercado de ações.
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