Se você está correndo dia e noite para fazer seu negócio acontecer, seja trabalhando como autônomo, freelancer, MEI ou PJ, talvez ainda não tenha parado para pensar sobre sua aposentadoria. Mas deveria.
Planejar o futuro é essencial para garantir dias tranquilos quando chegar a hora de dizer “missão cumprida, posso relaxar em paz”.
Abaixo, explicamos como se preparar para aposentadoria sendo autônomo, freelancer, MEI ou PJ.
Por onde começar?
Sabe aquela receita pronta que pode ser replicada por qualquer pessoa e dará certo? Sentimos informar que este não é o caso aqui.
Afinal, a realidade de cada pessoa é única e cada especificidade precisa ser levada em consideração na hora de planejar a aposentadoria.
Por isso, o primeiro passo é entender seu perfil e pensar em como seriam seus dias de descanso:
- Quando você quer se aposentar?
- Quanto você precisaria para viver por mês (principalmente despesas fixas, como moradia, alimentação, lazer e convênio de saúde)?
- Quais gastos variáveis podem aparecer (como viagens, compra de bens e serviços, troca do carro, reforma da casa)?
- Quantas pessoas viverão com a aposentadoria?
- Quais serão as fontes de renda (apenas a aposentadoria, aluguel de imóvel, trabalhos pontuais)?
Com essas respostas, será possível traçar um objetivo para sua aposentadoria e um plano para chegar lá – sem deixar de viver o presente, claro.
Calcule quanto precisa guardar por mês
Depois de visualizar como será a aposentadoria, é importante calcular quanto dinheiro será necessário para viver esse período, quantos anos você tem até se aposentar e quanto precisa juntar por mês até lá.
É necessário lembrar que, dependendo de onde você colocar o dinheiro, ele renderá de formas diferentes ao longo dos anos.
Escolha a melhor forma de investir seu dinheiro
Com o cálculo de quanto será preciso guardar por mês, está na hora de decidir onde investir seu dinheiro para que os juros trabalhem por você – e para que a inflação não corroa suas economias.
Veja qual diferença entre juros simples e composto
Previdência Privada
Justamente por ter a palavra previdência no nome, ela é uma das principais opções para quem quer investir na própria aposentadoria.
Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), 2018 terminou com 13,1 milhões de contribuintes em fundos de previdência privada.
É possível escolher entre dois tipos de previdência privada: PGBL e VGBL. A principal diferença entre os dois é a forma de tributação. Saiba mais sobre isso aqui.
Neste tipo de plano, são feitas aplicações (ou investimentos) periódicas com a possibilidade de escolher com o quanto vai contribuir e com qual frequência – pensando sempre no valor que deseja receber ao se aposentar.
Além disso, é possível escolher entre sacar o montante de uma só vez ou transformá-lo em renda mensal no futuro, quando desejar começar a receber o dinheiro.
Entenda tudo sobre previdência privada
Renda Fixa
Essa é uma boa opção para quem tem um perfil mais conservador e quer ter mais clareza sobre quanto o dinheiro irá render. Tesouro Direto, os CDBs e as LCAs, entre outros, são alguns dos mais conhecidos.
O que é investimento e como começar a investir?
Os investimentos em renda fixa podem ser de dois tipos:
- Prefixados: é possível saber qual será o retorno no fim da aplicação. Por exemplo, 6% ao ano;
- Pós fixados: quando o rendimento é atrelado a algum outro índice da economia. Por exemplo, um rendimento de 100% do CDI (uma taxa comum usada pelos bancos). Nesse caso, o investidor sabe que seu dinheiro vai render conforme um indicador específico – mas não sabe exatamente quanto porque pode ter flutuações.
Renda Variável
Já na Renda Variável, como o próprio nome diz, os investimentos têm taxas de retorno que variam de acordo com diversos fatores – como mudanças econômicas ou políticas do Brasil e do mundo.
Em outras palavras, a rentabilidade varia o tempo todo, o que significa que os riscos são maiores. O retorno pode ser maior? Pode, mas a possibilidade de perder também é grande.
Para quem quer seguir esse caminho, a bolsa de valores é o principal ativo de renda variável do mercado.
Mas atenção: como estamos falando de um plano de aposentadoria, o ideal é ter uma carteira variada de investimentos para não correr o risco de perder tudo em ações.
Saiba tudo sobre renda variável
INSS
Em maio de 2019, o número de trabalhadores autônomos no Brasil chegou a 24 milhões de pessoas – um crescimento de 5,1% em relação ao ano anterior (mais 1,17 milhão de pessoas).
O que muitos não sabem é que, mesmo trabalhando de forma autônoma, é possível contribuir com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para garantir a previdência social.
Como se inscrever no INSS como autônomo
- Fazer a inscrição no Programa de Integração Social (PIS) como “contribuinte individual”. Se você já trabalhou de carteira assinada, provavelmente já possui um número do PIS. Caso contrário, é só fazer a inscrição pela internet;
- Escolher o tipo de contribuição;
- Fazer o pagamento da Guia da Previdência Social (GPS): o “carnê do INSS”, como é chamada a GPS, pode ser preenchida manualmente ou pela internet e paga pelo aplicativo da conta, numa instituição bancária ou casa lotérica.
Opções para contribuinte individual
Os contribuintes individuais (ou autônomos) podem escolher entre duas opções de contribuição:
- 11% sobre o salário mínimo (R$109,78): dá direito à aposentadoria por idade;
- 20% sobre o que recebe (entre R$199,60, para quem contribui pelo salário mínimo, e R$1.167,89, para quem contribui pelo teto): dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição.
E para MEI?
O MEI (Microempreendedor individual) tem apenas uma opção:
- 5% sobre o salário mínimo (R$ 49,90): dá direito à aposentadoria por idade. Caso o contribuinte queira se aposentar por tempo de contribuição, será necessário pagar um complemento.
Trace um plano de ação
Mapeamos o futuro desejado, calculamos quanto será necessário guardar e conhecemos os diferentes tipos de investimento. Agora, é hora de traçar um plano de ação para tornar essa ideia realidade.
Coloque no papel qual a sua renda mensal atualmente, quais seus gastos e veja se é possível guardar o necessário para se aposentar com o valor mensal desejado.
Às vezes, essa conta não vai fechar – e tudo bem. O importante é você saber qual a sua realidade, entender se algo pode ser alterado e buscar formas de atingir seus objetivos.
Tempo de contribuição
No dia 1 de julho de 2020, o governo federal publicou um decreto que muda a forma como é computado o tempo de contribuição para aposentadorias no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Como era antes
Antes da Reforma da Previdência eram considerados todos os dias trabalhados. Por exemplo, se o segurado atuou em uma empresa do dia 5 de maio ao dia 3 de junho, trabalhou 30 dias. Ou seja, um mês de contribuição.
Como fica agora
De acordo com a nova lei, agora passam a serem considerados os meses completos, independentemente a quantidade de dias trabalhados, de fato. No caso acima, o tempo de contribuição seria de dois meses – maio e junho.
Para que essa nova contagem seja válida, a remuneração do trabalhador precisa igual ou superior ao salário mínimo (R$1.045, em 2020).
Veja mais informações em: Aposentadoria: veja o que muda na contagem do tempo de contribuição
A gente sabe que é difícil guardar dinheiro, por isso fizemos um conteúdo inteiro sobre isso
Mas não deixe de viver o presente
Sabe, planejar o futuro é muito importante, mas viver o presente é ainda mais. Isso não significa sair por aí gastando desenfreadamente, mas entender o que te faz feliz e levar isso em consideração em seu planejamento financeiro.
Você gosta de comer fora? Coma feliz! Ir ao cinema é um de seus hobbies? Ótimo, não perca as estreias. Os Happy Hours às sextas são sagrados? Um brinde a eles!
Separe parte do seu orçamento para essas atividades, saiba quanto pode gastar com elas e faça isso com prazer. Isso vai te levar para uma aposentadoria ainda mais bem vivida!
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