Cada país tem uma forma de equilibrar a troca de sua moeda local com as moedas estrangeiras. Entre os sistemas existentes encontra-se o câmbio flutuante.
Nesse regime, o Banco Central do país tende a deixar o mercado livre, sem impor uma política cambial fixa (que permite o funcionamento da economia por meio de alterações das taxas de câmbio – preço das moedas estrangeiras convertido em moeda nacional – e do controle das operações cambiais).
Ou seja, no sistema do câmbio flutuante não existe uma interferência direta do país sobre o valor da moeda.
O que é câmbio flutuante?
O valor da moeda de um país é determinado de acordo com a oferta e demanda dos produtos importados (compra e venda em território nacional) e exportados (produtos oferecidos para outras nações).
Sendo assim, o preço de câmbio varia constantemente – para cima e para baixo.
Quanto mais agentes econômicos estão dispostos a adquirir produtos, maior o valor da moeda. Em contrapartida, se o número de compradores cai, o valor também diminui.
Dá para entender melhor quando você encara a moeda como uma mercadoria. O “preço” dessa mercadoria é a taxa de câmbio: o valor que ela é negociada. Se muita gente quer uma mercadoria, o preço sobe; se há pouca procura e muita venda, o preço cai.
Da mesma forma, a taxa de câmbio sobe e desce de acordo com a popularidade da moeda em negociações.
Como funciona o sistema de câmbio flutuante?
Primeiro, pense em inflação – usada para explicar o aumento no preço de produtos, de aluguel, de salários e também a razão pela qual o seu poder de compra diminui em alguns momentos.
De forma resumida, a inflação indica o aumento generalizado ou contínuo dos preços de uma série de categorias de bens e serviços importantes no dia a dia das pessoas.
Agora, pensando em mercado cambial: moedas menos procuradas ou disponíveis em maiores quantidades tendem a ser comercializadas a preços menores.
Já as moedas mais procuradas ou disponíveis em menor quantidade no mercado acabam forçando os compradores a dar lances de maior valor para comprá-las – ou seja, a pagar mais caro por elas.
O papel do dólar no câmbio flutuante
Por ser considerado uma moeda de referência no mundo inteiro, o dólar é um parâmetro importante para comparar outras moedas. Ou seja: um dos fatores importantes na hora de analisar uma moeda é saber qual é o seu valor em relação ao dólar.
Essa importância vem da força e poder de influência da economia dos Estados Unidos e a percepção de estabilidade do dólar – mesmo em momentos de crise, o mercado tende a confiar na moeda norte-americana.
Isso também se reflete no fato de que muitas commodities (bens ou produtos comercializados em todo o mundo e que têm valor estratégico, como o petróleo, soja, entre outros) são negociadas, mundialmente, em dólar.
Por exemplo: no regime de câmbio flutuante, a cotação do dólar em relação ao real segue as oscilações do mercado e a disponibilidade da moeda norte-americana no Brasil. Se tivéssemos um regime de câmbio fixo, essas oscilações continuariam acontecendo, mas o Banco Central venderia e compraria dólares constantemente para manter a taxa igual.
O regime de câmbio no Brasil
Quando o Plano Real foi criado, em 1994, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo e pareou o real ao dólar – ou seja, R$1 valia US$1. De 1995 a 1999, houve um regime de banda cambial, no qual o Banco Central estabelecia uma faixa em que a taxa podia variar. Foi em 1999 que o sistema de câmbio flutuante foi adotado.
Na prática, o período anterior ao câmbio flutuante era marcado por interferências frequentes do Banco Central para manter a taxa – usando as reservas internacionais de dólar que existiam dentro do Brasil.
O problema é que essa política gera o risco de esgotar as reservas e pressionar a inflação – afinal, se o Banco Central precisa obrigatoriamente comprar e vender dólares, é possível que seja necessário imprimir mais dinheiro. Se essa situação começa a sair do controle, a inflação aumenta.
Em 1999, com a definição do regime de câmbio flutuante, os bancos passaram a poder comprar e vender dólares sem a intervenção direta do BC, que já não tinha mais a obrigação de manter uma taxa cambial específica.
Isso não significa, no entanto, que o Banco Central nunca compre ou venda dólares. Hoje, o seu papel é o de ajudar a regularizar situações extremas. Ou seja: o BC atua na política cambial apenas em momentos em que a variação do câmbio é extrema (acima do esperado) – um sistema conhecido como “câmbio flutuante sujo“.
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