Em agosto de 2023, o Banco Central agitou o mundo financeiro ao anunciar o novo nome da moeda digital oficial do Brasil, o Drex – anteriormente chamado de Real digital. Essa extensão do dinheiro físico, conforme afirmou a instituição, é uma espécie de CBDC, o que deixou muita gente se perguntando o que é isso, afinal. É uma criptomoeda? Tem a ver com bitcoin?
Se você também tem dúvidas, entenda tudo sobre CBDC abaixo.
O que é CBDC?
CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency – ou Moeda Digital Emitida por Banco Central, em tradução livre. Basicamente, é uma versão virtual da moeda de um país, usada para realizar compras, estipular o valor de um produto, guardar para o futuro, entre outras finalidades.
Atualmente, boa parte das transações já é feita na forma digital. A diferença é que, hoje, a única forma de muitos bancos centrais emitirem dinheiro é por meio de notas e moedas em espécie.
Com a criação de uma CBDC, também é possível emitir moedas no formato virtual, colocando em circulação moedas que nunca foram impressas.
Além do Brasil, países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Suécia também estudam criar suas moedas digitais emitidas por bancos centrais.
CBDC é uma criptomoeda?
Não exatamente. Uma moeda digital emitida por banco central, como o próprio nome já diz, é regulada pela autoridade monetária de um país. Ou seja: todas as decisões sobre a CBDC são centralizadas em uma instituição responsável por regular o sistema financeiro de uma nação.
Já criptomoedas, como o bitcoin, são emitidas e distribuídas de forma descentralizada, e não por um governo ou banco central específico. Quem regula o sistema é a própria rede de usuários, não uma instituição.
Outra diferença importante é que, enquanto criptomoedas são tratadas geralmente como ativos financeiros, as CBDCs funcionam como o dinheiro tradicional, usadas para tarefas do dia a dia, como pagar contas, transferir para outras pessoas e guardar.
Hoje em dia, por exemplo, não é possível pagar qualquer coisa usando o bitcoin. Com uma CBDC, por outro lado, isso seria possível.
Quais são os tipos de CBDC?
Basicamente, existem dois tipos de CBDC: de atacado e de varejo.
CBDC de atacado
A CBDC de atacado funciona somente para bancos comerciais e câmaras de compensação para transações no mercado interbancário (ou seja, entre instituições financeiras). O objetivo é tornar mais eficientes os pagamentos entre instituições nacionais ou internacionais, que podem ser bastante caros e demorados nos moldes atuais.
CBDC de varejo
A CBDC de varejo, por outro lado, tem como foco o consumidor final. O objetivo é funcionar como uma alternativa ao dinheiro físico para as pessoas e aumentar a inclusão financeira da população – já que, dependendo de suas regras, permitiria transações completamente digitais por pessoas que não têm contas em instituições financeiras.
O que uma CBDC tem a ver com o Drex?
Desde que criou um grupo para estudar as moedas digitais emitidas por bancos centrais pelo mundo, em 2020, o Banco Central vem flertando com a ideia de criar uma CBDC brasileira. Agora, com o anúncio do Drex, isso já é uma realidade. Segundo a instituição, ele é uma espécie de CBDC.
Isso porque o Drex é uma representação das notas de real que você guarda na carteira, exceto por só existir no ambiente virtual. Ou seja: a CBDC brasileira é mais ou menos como as notas de real que você guarda na carteira, exceto que só existiria no ambiente virtual. A ideia é que seria uma nova forma de ter dinheiro e fazer transações.
Relembre o que é o Drex
Com o mesmo valor do papel-moeda, o Drex será uma extensão do dinheiro físico. Na prática, as pessoas terão acesso ao Drex por meio de contas digitais em instituições financeiras, aplicativos e plataformas de pagamento. No mesmo ambiente, será possível fazer a conversão de moeda física em digital, viabilizar transações, pagamentos e recebimentos.
Já existem países com CBDC?
Sim. O CBDC Tracker, estudo feito pelo Atlantic Council, mostrou que já são 11 países no mundo que lançaram uma moeda digital emitida por bancos centrais, entre eles a Jamaica e a Nigéria.
Um dos países mais avançados na fase de desenvolvimento é a China, que disponibilizou um piloto para mais de 260 milhões de pessoas. O yuan digital, inclusive, foi utilizado por atletas estrangeiros durante as Olimpíadas de Pequim, movimentando o equivalente a U$300 mil nos testes.
No Brasil, o Drex está em fase de testes e deve ser lançado para o público geral até o fim de 2024.
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