Você já viu uma oferta na internet de carro ou moto que parecia boa demais para ser verdade? Provavelmente era golpe mesmo. Anúncios de venda de carros por preços baixos que soam imperdíveis tendem a ser, na verdade, grandes ciladas.
A tática não é nova, mas esse tipo de golpe tem feito cada vez mais vítimas. Com a pandemia de Covid-19, o número de crimes praticados no ambiente virtual tem aumentado significativamente. Só em São Paulo, houve um aumento de 265% no número de golpes em 2020, segundo dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal do estado.
Identificar esses golpes nem sempre é fácil, afinal, os criminosos são convincentes e as situações parecem reais e semelhantes a outras compras e negociações que fizemos antes.
A seguir, entenda o golpe da venda de carros por preços baixos e como se proteger dele.
Como funciona o golpe do carro?
Nesse tipo de golpe, comprador e vendedor conversam com um intermediário (que na verdade é um golpista) e ambos são enganados por ele. Porém, ao se conhecerem pessoalmente, são induzidos a não falar sobre preço. Na hora de pagar, o comprador na verdade acaba pagando o golpista.
O golpe do carro funciona da seguinte maneira:
- Uma pessoa anuncia um carro real em sites de vendas conhecidos. Ela realmente está vendendo um veículo e o anúncio tem um valor convencional – condizente com a tabela Fipe, usada como parâmetro;
- O golpista entra em contato com essa pessoa como se estivesse interessado em comprar o veículo. Às vezes, pede mais fotos do carro, mas nem sempre isso acontece. Normalmente, solicita uma reserva, ou algo parecido, para que o vendedor retire o anúncio real do ar;
- Com as fotos, o criminoso faz um outro anúncio bem abaixo do preço de mercado. Ele divulga em redes sociais ou em outros sites fingindo ser dono do carro. Devido ao valor baixo, recebe mensagens de muitos interessados;
- Ao identificar uma possível vítima interessada em ver pessoalmente o veículo, o golpista entra em contato com o real proprietário falando que outra pessoa (um parente ou amigo, por exemplo) vai verificar pessoalmente as condições do veículo. Normalmente, o golpista convence o proprietário a não falar sobre preço no encontro, já que é uma terceira pessoa;
- O real comprador vai ver o carro, mas também é induzido pelo golpista a não fazer perguntas por discrição – na história, o carro não seria da pessoa que ele vai conhecer;
- Depois de ver o carro, o comprador entra em contato com o golpista novamente e deposita dinheiro na conta dele. Quando a vítima vai pegar o veículo com o real proprietário, alegando que pagou por ele, ela e o vendedor descobrem a farsa.
- A essa altura, o golpista já bloqueou o comprador nos aplicativos e o golpe está completo.
O que acontece depois da falsa venda do carro?
Ao perceber o golpe, a vítima que pagou acredita que foi lesada pelo vendedor e acha que tem direito ao carro. O proprietário do carro, que também foi enganado pelo golpista, acredita que está no seu direito de permanecer com ele.
No fim das contas, quem fica com o dinheiro é o golpista e tanto o comprador quanto o vendedor são vítimas do esquema.
Se esta for a sua situação, reúna a maior quantidade de provas possível – como a comprovação da transação, extrato bancário e o anúncio do golpista – e registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
Também é fundamental entrar em contato com o banco onde a transação financeira foi feita, mas isso nem sempre garante que o dinheiro seja devolvido.
Como evitar cair em golpes de venda de carro?
Comprar um carro usado pode ser algo vantajoso financeiramente, mas ao escolher como e com quem comprar, é preciso ter um cuidado redobrado. Afinal, em vendas de segunda mão, o comprador estará mais suscetível a golpes.
Veja algumas dicas para fugir de ciladas:
- Desconfie quando a oferta é boa demais. É muito raro que vendedores anunciem os seus carros a valores muito abaixo da tabela, já que a perda seria muito grande. Ou seja, confira os valores da tabela Fipe;
- Sempre investigue antes de pagar. Comece pela reputação do vendedor no site de compras; se for em uma rede social, pesquise por outros anúncios dele. Faça uma pesquisa pelo nome do vendedor no Google também e verifique processos e/ou reclamações que possam aparecer;
- Desconfie de negociações feitas com terceiros ou histórias com muitos “poréns”;
- Se já tiver visto o carro, consulte a documentação no site do Detran do seu estado. Se atenha à titularidade e informações discrepantes;
- Preste atenção no DDD do telefone da pessoa com quem você está conversando. Golpistas normalmente fazem vítimas em estados diferentes dos que moram – mas isso não é uma regra;
- Se você estiver comprando de uma loja, confira a reputação da mesma forma. Verifique o CNPJ na Receita Federal e reputação do estabelecimento nos sites de reclamações como Procon e Reclame Aqui;
- Veja se o nome da conta para pagamento é o mesmo registrado no CNPJ da empresa ou o mesmo nome do vendedor (se for compra direta). Caso contrário, desconfie;
- Evite tomar decisões de compra por impulso, sem ponderar e olhar para a situação de forma pragmática;
- Não faça o pagamento antes de pegar o carro pessoalmente.
Tomando os devidos cuidados, é possível, sim, fazer bons negócios na internet, mas a regra é sempre desconfiar e não cair em promessas mirabolantes.
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