Você preparou tudo: marcou férias, separou o passaporte, definiu os passeios e até organizou a mala – se alguém te perguntasse como planejar uma viagem, você teria a resposta na ponta da língua. Mas, pouco tempo antes do embarque, algo estranho aconteceu: você recebeu uma mensagem dizendo que o pacote foi cancelado. É assim que acontece o golpe da viagem.
Em 2022, muita gente usou o cenário pós-pandemia como desculpa para tirar uma viagem do papel. Pelo menos 8,4 milhões de brasileiros fizeram algum deslocamento naquele ano, segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo. Mas esse fenômeno trouxe um efeito colateral: os golpes financeiros envolvendo viagens.
Ainda em 2021, logo aos primeiros sinais de arrefecimento da pandemia, as tentativas de fraudes digitais em viagens aumentaram 255,1% no Brasil, segundo a empresa TransUnion.
Às vezes nem é um golpe, mas um negócio arriscado que não se sustenta a longo prazo. Um bom planejamento de viagem envolve muita pesquisa e nem sempre o menor preço é a melhor escolha. Ainda que, vez ou outra, apareça alguma história bem sucedida de pacote de viagem milagroso, a melhor coisa para fugir de roubadas é ligar o desconfiômetro: se algo parece ser bom demais pra ser verdade, provavelmente não é.
A seguir, você descobre como planejar uma viagem sem cair em golpes e o que fazer caso o pior aconteça.
Como acontece o golpe da viagem?
O golpe da viagem (ou golpe da passagem aérea, ou golpe da agência de viagem) acontece quando um criminoso (ou um grupo deles) finge ser de uma agência de viagens e cria um site falso de venda de produtos.
Além dos pacotes, também são oferecidas promoções e passagens a precinhos que, claro, não são reais. Essa mesma tática também pode acontecer nas redes sociais, com anúncios de ofertas falsas. Tudo não passa de uma isca para que as vítimas acreditem que as condições de pagamento são mesmo reais e entreguem, sem perceber, o dinheiro ou dados do cartão de crédito para os golpistas.
Quando uma pessoa fecha o negócio e realiza uma transação financeira, a empresa pode até fornecer um código de reserva. O problema é que ele não é real. Ou, então, o voucher será cancelado dias antes da viagem acontecer.
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Como planejar uma viagem sem cair em golpes: roubadas para ficar de olho
1. Consulte o histórico da empresa
Bateu o olho numa promo boa, mas não conhece a empresa? Faça uma consulta do histórico dela. Puxe tudo que você encontrar: CNPJ, data de fundação, endereço, telefone, e-mail e outros canais de contato, e até o histórico junto a órgãos de defesa do consumidor como o Procon, por exemplo. Caso você encontre alguma informação que não bate com a realidade, recue.
2. Não entre na promoção direto pelo anúncio
Qualquer pessoa pode criar um anúncio falso nas redes sociais, inclusive os golpistas. E alguns anúncios podem redirecionar para páginas que parecem reais, inclusive usando o nome de empresas conhecidas.
Caso você veja uma oferta imperdível, não clique no link de redirecionamento do post, pois pode se tratar de uma tentativa de phishing. Entre na página oficial da empresa (seja buscando no Google ou nas redes sociais verificadas) e busque a promoção por lá. Se for verdadeira, você será capaz de encontrá-la por outros meios que não o anúncio.
3. Desconfie de descontos bons demais
Descontos milagrosos são bons sinais de furada. Se o preço da passagem ou do pacote de viagem no site que você encontrou está muito baixo em comparação com o mercado, pode ser que tenha algo de errado.
O método mais eficaz de garantir um bom preço em toda a viagem é a antecedência: se possível, pesquise os preços com calma, compare e, se possível, ajustar a data das sua viagem de acordo com o período que apresenta os melhores preços médios.
4. Confirme as informações de pagamento antes de fechar a compra
Pensa só: por que é que o Pix da agência de turismo seria um CPF? Ou então, porque os dados de pagamento não condizem com a razão social da empresa? Se, durante uma transação, você perceber que há algo de errado, cancele a operação imediatamente.
5. Entenda as taxas cobradas
Às vezes o golpe se disfarça de letra miúda ou de asterisco escondido no fim do contrato do pacote de viagem. Antes de fechar negócio, entenda tudo que você está pagando e confira os valores de tarifas comuns em viagens (como a taxa de embarque e de conveniência, por exemplo).
O mesmo vale para compras parceladas: alguns anúncios de produtos e serviços mostram apenas o valor da parcela e não o que será pago ao final do parcelamento. Antes de abrir a carteira, redobre a atenção.
6. Pesquise preços em sites confiáveis
O melhor jeito de garantir a viagem a um preço que combina com o seu bolso é fazendo a pesquisa em um site confiável. Além das plataformas de compra oferecidas pelas companhias aéreas e viações de ônibus, você pode garimpar preços em buscadores populares como Google Voos, Skyscanner e ClickBus.
Esses sites são como um farejador de descontos e permitem que você compare os preços das passagens de diversas empresas sem precisar entrar em um link por vez. Também é possível criar um alerta de preços para a rota desejada. Assim, sempre que pingar uma promoção, você será avisado com uma notificação.
Quer outro conselho? Companhias aéreas costumam fazer promoções relâmpago durante a madrugada. Ligue alertas disponíveis e fique de olho.
7. Converse com amigos
Não tem jeito: o boca a boca ainda é um método de apuração eficiente contra golpes e ciladas. Antes de fechar negócio com uma agência que você não tem muita referência, que tal conversar com outras pessoas sobre ela? Ouvir relatos sobre a reputação de uma empresa pode te poupar de problemas (ou te indiciar que o negócio é mesmo confiável).
Caí no golpe da viagem, e agora?
Se você foi vítima de um golpe com passagem aérea ou pacote de viagem, respire fundo. O primeiro passo é reunir todas as provas do que aconteceu: prints de mensagens, contatos de telefone e comprovantes de transações financeiras são evidências úteis para a investigação.
Com tudo em mãos, abra um boletim de ocorrência e informe sua instituição financeira. Em alguns casos, é possível cancelar ou reverter a transação. Você também pode procurar o Procon do seu estado e abrir uma reclamação. O mesmo vale para sites como o Reclame Aqui: assim, além de localizar os criminosos, você ajuda a criar um ambiente mais seguro para outras pessoas na internet.
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