As senhas existem por um motivo simples: mais do que liberar acesso a um determinado serviço, elas são uma camada de proteção para dificultar invasões de pessoas que não sejam donas de uma conta (seja essa conta bancária, de um site, uma rede social etc). Mas muita gente deixa essa proteção de lado ao compartilhar senhas com outras pessoas.
É o que mostra uma pesquisa do Datafolha encomendada pela Mastercard: segundo ela, um a cada quatro brasileiros compartilham senhas com outras pessoas – e um terço da população anota ou salva a senha no celular.
As duas práticas são muito perigosas e podem facilitar o acesso de criminosos a contas privadas – mesmo que a senha tenha sido dividida apenas com pessoas “de confiança”.
Abaixo, confira os riscos de dividir a sua senha com alguém, e veja alguns cuidados que você pode ter para preservar as informações pessoais.
Por que compartilhar senhas com outras pessoas é tão ruim?
À primeira vista, pode até ser que compartilhar a sua senha com alguém de confiança pareça inofensivo. Afinal, qual é o problema em dividir a senha de um serviço de streaming, por exemplo, com um amigo ou familiar? O problema é que você perde o controle sobre como os seus dados estão sendo usados, e eles podem cair em mãos erradas
Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos pelo instituto The Harris Poll em parceria com o Google mostrou que 66% das pessoas reutilizam as senhas em diversos cadastros – e aí mora o perigo. Ao dar acesso a uma única senha você abre uma série de possibilidades de uso.
Por exemplo: suponha que você dividiu a senha do seu aplicativo de música com um amigo por mensagem de texto. Se alguém conseguir essa informação (seja roubando o celular de um de vocês, ou aplicando algum golpe de phishing, por exemplo), ela cairá nas mãos de uma pessoa mal intencionada.
A partir daí, o criminoso pode adivinhar sua senha em outros sites por tentativa e erro – pode acessar seus aplicativos bancários, um site de e-commerce, uma rede social… A cada invasão, ele ganha mais e mais informações sobre você.
Ou seja: não significa que a pessoa com quem você compartilhou a senha vá utilizá-la indevidamente. Mas, caso essa pessoa fique vulnerável a ataques ou violações de segurança, são as suas informações que estarão em jogo. Mesmo que a senha não seja igual, o criminoso pode ir conseguindo mais dados para testar (sua data de nascimento ou de pessoas próximas a você, o nome de um bicho de estimação, etc).
O mesmo vale para senhas anotadas: nunca registre uma informação tão importante quanto essa. A melhor forma de garantir a proteção das suas informações é ter certeza de que você é a única pessoa responsável por elas.
Quais outros cuidados devo ter com a minha senha?
Ao ter atenção no momento da criação da senha e cuidado durante o armazenamento dela, você já evita boa parte das dores de cabeça relacionadas a esse assunto.
Alguns dos ataques mais comuns envolvendo violação de credenciais são feitos por softwares que testam o máximo de combinações possíveis em uma velocidade muito alta até conseguir quebrar uma senha. Geralmente, essas combinações são feitas a partir de uma base de dados vazados disponíveis na Internet – como a Collection #1, que em 2019 expôs milhões de e-mails e senhas únicas que poderiam ser cruzadas para possíveis invasões.
Hoje em dia, muitos sites e aplicativos já impõem limites de tentativas para o usuário que erra uma senha. Mesmo assim, é importante buscar mecanismos e camadas extras de proteção para se preservar de possíveis invasões.
Como criar e armazenar senhas com segurança?
Leve em conta os seguintes pontos na hora de administrar suas senhas:
- Evite sequências numéricas como “123456” ou “111111”, assim como palavras simples e combinações óbvias, como a data do seu aniversário. Credenciais como essas são muito fáceis de serem descobertas e colocam a sua conta em risco;
- Sempre que possível, crie uma senha longa. Tente associar palavras que, juntas, formam uma frase sem sentido, como pitangatiradentesdancarelevador81. Senhas assim são mais difíceis de violar porque alguns ataques cibernéticos usam conteúdos disponíveis na internet criar milhões combinações a serem testadas. Ao aplicar o método da “tentativa e erro”, pode ser que consigam descobrir as suas credenciais. Logo, se a sua senha for uma frase totalmente sem sentido, haverá maior dificuldade para a sua violação;
- Nunca repita a mesma senha em mais de um cadastro. A pesquisa do instituto americano apurou que cada pessoa tem, em média, 27 cadastros que requerem senha. Portanto, se você usar a mesma senha para vários cadastros e ela for violada, pessoas mal intencionadas terão acesso a todas as suas contas de uma só vez;
- Jamais anote a sua senha, nem no papel, nem no bloco de notas do celular e muito menos em apps de mensagens instantâneas. Essa prática também facilita a vida dos criminosos e coloca as suas informações em risco;
- Utilize um gerenciador de senhas para armazená-las em um ambiente seguro e criptografado. Alguns gerenciadores podem criar combinações complexas automaticamente para os seus cadastros, além de te avisar caso alguma de suas senhas tenha sido exposta na Internet.
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