O mundo das criptomoedas ganhou um novo marco hoje, 7 de setembro de 2021: El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda oficial.
Isso significa que o criptoativo passa a ser aceito em qualquer transação no país, incluindo pagamento de bens e serviços – em outras palavras, as pessoas poderão usar o bitcoin no seu dia a dia como se fosse uma moeda comum.
Mas como isso aconteceu? O que muda na vida da população? Abaixo, entenda melhor essa novidade do país latinoamericano.
Como El Salvador adotou a criptomoeda?
Esse movimento começou no dia 9 de julho de 2021, quando a Assembleia Legislativa de El Salvador aprovou um projeto que estabelece o bitcoin como moeda oficial para qualquer tipo de pagamento e transação – seja entre pessoas físicas, entre pessoas físicas e jurídicas, ou entre pessoas jurídicas.
A justificativa do governo é que isso vai ajudar a bancarizar a população do país. Entidades internacionais (como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional), por outro lado, criticam a medida por alguns motivos, como a instabilidade do bitcoin.
Outro objetivo do governo com a criptomoeda é evitar gastos milionários com remessas internacionais de dinheiro. Isso acontece porque, desde 2001, El Salvador adotou o dólar como moeda padrão para transações, tornando a economia local dependente de instituições americanas que atuam como intermediárias.
Um detalhe importante é que, mesmo adotando o bitcoin como moeda oficial, El Salvador não vai interferir na cotação da cripto. Ou seja, seu preço vai continuar flutuando de acordo com os movimentos do mercado – o bitcoin, assim como outras criptomoedas, não é regulado por nenhum banco central.
Saiba como surgiu o bitcoin e como funciona essa criptomoeda adotada pelos salvadorenhos.
Como surgiu o bitcoin?
O conceito do bitcoin surgiu em 2008, no artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, de autoria de Satoshi Nakamoto (pseudônimo do suposto criador da criptomoeda).
Na época, o mundo passava pela pior crise econômica desde a Grande Depressão de 1929. Como resultado do estouro de uma bolha no mercado financeiro, um dos maiores bancos dos Estados Unidos foi à falência e impactou as bolsas do mundo todo: em poucos dias, elas perderam US$ 4 trilhões de dólares.
Então, para driblar a desconfiança no sistema tradicional, o tal “Satoshi Nakamoto” sugeriu em seu artigo criar um dinheiro digital puramente peer-to-peer (“de pessoa para pessoa”, em tradução livre). Ou seja, que poderia ser enviado de uma pessoa para outra sem passar por uma instituição financeira.
E foi assim que surgiu o bitcoin: a primeira moeda inteiramente digital e independente do mundo, formada por um código complexo protegido por criptografia e totalmente descentralizada. Isso significa que não existe um órgão ou governo responsável por controlar, intermediar e autorizar emissões de moedas, transferências e outras operações; quem faz isso são os próprios usuários.
E o que isso significa de fato?
Como não existe uma entidade responsável por regular o bitcoin, seu preço é formado, principalmente, pela oferta e demanda – quanto mais pessoas interessadas em comprar, mais caro fica, e vice-versa.
Além disso, o bitcoin foi criado como uma moeda limitada. Diferentemente do real, dólar e euro, que podem ser emitidos conforme a necessidade de cada país e as regras dos bancos centrais, o bitcoin pode ser gerado no máximo 21 milhões de vezes. Até setembro de 2021, quase 19 milhões de bitcoins já haviam sido emitidos.
Como funciona o bitcoin?
O bitcoin é negociado na internet em uma rede blockchain: um banco de dados onde são registradas todas as transações entre os participantes da rede. Embora os dados de pagador e recebedor sejam anônimos, é possível acompanhar todas as movimentações.
Já os bitcoins de cada usuário são armazenados nas chamadas carteiras digitais, por onde é possível transferir e acessar as moedas. Elas são, basicamente, programas e softwares instalados em computadores e celulares.
Como um dos pilares do bitcoin é a criptografia, uma camada de segurança online que dificulta bastante qualquer tipo de fraude, o bitcoin é considerado muito seguro. O que pode acontecer, entretanto, é as carteiras digitais ou corretoras de bitcoin serem roubadas.
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