Quando falamos em hacker, provavelmente a imagem que vem à sua cabeça é a de uma pessoa escondida em algum quartinho escuro, com vários computadores e tentando encontrar, de forma criminosa, brechas de segurança e vulnerabilidade em sistemas. Você não está errado, esse tipo de hacker realmente existe. Inclusive, a palavra hack vem do inglês e quer dizer “invadir”.
Mas também há hackers do bem, que usam a mesma lógica de encontrar brechas para ajudar empresas a descobrir possíveis vulnerabilidades em seus sistemas e aplicar mudanças que podem melhorar sua segurança, por exemplo. Existem até programas que os recompensam financeiramente por essas descobertas valiosas.
Quando falamos em hacks financeiros, o sentido também é positivo – e bem parecido. Quer ver? Se você vai ao mercado com uma lista de compras definida, tem menos chance de acabar comprando outras coisas por impulso.
Isso é um hack financeiro do bem. Ou seja, anotar o que realmente precisa comprar antes de ir ao mercado é um exemplo de como lidar com essa “brecha” do nosso cérebro que pensa “Opa, está na promoção, vou levar!”.
Conheça, abaixo, outros hacks financeiros e maneiras de salvar alguns trocados.
Como hackear o próprio comportamento?
O seu cérebro já faz isso – mesmo que você já tenha percebido o hack. Sabe quando você pensa em comprar algo, pesquisa sobre o produto ou vai até a loja, mas prefere esperar um pouquinho antes de finalizar a comprar?
Esse é um exemplo do seu cérebro te dando um atalho, ou seja, fazendo um hack na sua decisão financeira. Em outras palavras, é como se ele criasse um tempinho entre a vontade e o impulso de concluir a compra para você considerar melhor. Será que eu quero mesmo? Será que preciso disso?
Fique de olho nos gatilhos
Uma pesquisa publicada pelo Think with Google identificou que entre um gatilho de compra e a tomada de decisão existe um meio do caminho confuso. Basicamente, é nesse meio da jornada de compra que as empresas adotam diferentes estratégias de marketing para você comprar logo. É para tentar te convencer que existem gatilhos como notificações, e-mails, posts ou vídeos nas redes sociais das marcas, etc.
Na pesquisa, por exemplo, uma marca fictícia de seguros para carros ganhou 87% da preferência dos consumidores. Como? Usando a velha estratégia de apresentar vantagens em todos os vieses cognitivos, entre eles o da escassez. Sabe aquela história de “Últimas vagas, últimas vagas, aproveitem”, e o chamado “poder do agora” em frases de efeito como “Oferta válida somente hoje, é só hoje!”. Isso é viés cognitivo.
Por outro lado, um estudo publicado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas apontou que as notificações de ofertas de aplicativos de lojas são os principais canais que levam as pessoas a comprar por impulso, seguido pelos e-mails das lojas, com ofertas e promoções e, em terceiro lugar, as propagandas no Instagram.
Ou seja, ambas pesquisas só reforçam que, se as marcas sabem usar essas ferramentas para influenciar o consumo, é importante aplicar hacks financeiros na sua vida para ter mais controle sobre o seu dinheiro e ficar menos suscetível a esse tipo de gatilho. Será que você realmente precisa manter todas essas notificações ativadas no seu celular?
Não confie na memória
A gente pode achar mil e um motivos para justificar o fato de não ter pagado as contas em dia. Mas aqueles R$ 50 que vão todo mês para as multas é um exemplo do que pode estar te separando de realizar seus sonhos.
Hacks financeiros também te ajudam nisso, ou seja, a encontrar brechas em seu comportamento e ter uma vida financeira mais saudável para economizar e guardar dinheiro. E um deles é não cair na cilada de guardar os compromissos financeiros na cabeça.
A dica é: anote. Seja em planilhas, seja em notificações no celular, o importante é não confiar na memória porque ela prega algumas peças. Coloque as suas contas em débito automático para não correr o risco de ficar pagando juros caso esqueça de quitar o boleto até a data de vencimento.
Um jurozinho em janeiro, uma multinha em abril, outro atraso em agosto, e a soma dos valores no final do ano poderia estar guardada na sua reserva de emergência em vez de ter sido desperdiçada com multas.
A tecnologia também pode te ajudar na hora de guardar e organizar o dinheiro dedicado aos seus sonhos. Hoje, é cada vez mais comum encontrar, em apps de instituições financeiras, os recursos para guardar dinheiro automaticamente ou organizar os gastos por categoria e ter uma visão para onde o seu dinheiro está indo.
Por exemplo, programar para guardar R$ 50 todo dia 10 de cada mês, no mesmo dia em que cair o salário na sua conta. Ou seja, esse hack financeiro pode te ajudar a fazer aquela viagem ou comprar o tênis que você sempre quis.
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Encontre os melhores preços
É importante hackearmos nosso comportamento, mas também vale usar algumas dicas para encontrar preços mais baratos – ou até mesmo conseguir descontos. E a primeira dica de hack financeiro para compras é usar a tecnologia a seu favor.
Um exemplo de hack é buscar passagens aéreas ou hospedagens em uma aba anônima do seu navegador. Isso porque a aba anônima não armazena seus cookies e caches de navegação.
Os cookies são arquivos salvos pelos sites que você visitou. De acordo com o Google, eles facilitam a sua experiência online salvando os dados de navegação, seja na hora de preencher o seu e-mail e endereço, ou até mesmo exibindo os seus produtos preferidos na primeira página a partir do histórico de busca. Já o cache “lembra” de algumas partes da página, como imagens e outras mídias, para ajudar a abrí-las mais rápido na sua próxima visita ao site.
Valores podem ser influenciados pelos cookies
Mas, em 2016, o pesquisador William McGee realizou um estudo, publicado pela revista TIME, que levantou a hipótese desses cookies e caches influenciarem no preço dos produtos. Eles fizeram 372 pesquisas em nove sites de compra de passagens aéreas. As pesquisas foram simultâneas, com exatamente o mesmo itinerário e site, mas em dois navegadores diferentes – um tinha seus cookies intactos, e outro foi limpo.
McGee descobriu que, em 59% dos casos em que as mesmas pesquisas eram feitas, as tarifas apareciam mais altas no navegador que não foi limpo, ou seja, o que tinha um histórico de pesquisa (os cookies e os caches). Essas tarifas mais altas geralmente vinham de agências de viagens on-line.
Já as tarifas mais baixas, que eram encontradas em navegadores limpos, tendiam a vir de sites de meta-pesquisa, como Google Flights ou Kayak. Dessa forma, McGee não sabia dizer com certeza por que observou esses resultados diferentes e por que também não era sempre uma certeza de que a busca por passagens na janela anônima garantiria um menor valor.
Mas, segundo ele, na dúvida a melhor coisa a se fazer é aplicar esse hack financeiro na sua vida.
O conselho é que os consumidores pesquisem, se possível, em pelo menos dois navegadores diferentes. Se sabemos que existe a possibilidade de baixar o preço, vale a pena aplicar esse hack financeiro e tentar a chance de economizar.
À vista no Pix ou no cartão?
Esse é outro momento em que um hack financeiro pode ser aplicado e te fazer economizar. Com a popularização do Pix, e o fato de que ele sai mais barato para os lojistas do que a venda por cartão, como apontam os dados divulgados pelo Banco Central, acaba refletindo em ofertas melhores para pagamentos via Pix.
Comprar em uma única parcela, pagando via Pix, pode ser mais vantajoso do que comprar em uma única vez no cartão de crédito. O hack aqui é simples: faça as contas do tamanho do desconto e tome a melhor decisão para o seu dinheiro. Mas considere suas condições financeiras, pois não vale a pena se endividar só para conseguir um desconto.
O carrinho de compras online
Você busca pelo produto que pretende comprar, encontra, coloca no carrinho mas não finaliza a compra. Dias depois, você é bombardeado de e-mails te lembrando de concluir aquela compra. Esse é um bom hack financeiro para aproveitar ofertas especiais ou descontos adicionais que podem aparecer sobre os produtos que ficaram esquecidos no carrinho.
Claro, isso não é uma garantia de que você vai conseguir algum desconto, mas já que sabemos que algumas empresas vão usar diversas estratégias para te convencer a finalizar a compra, por que não aproveitá-las?
Assim, você pode usar dois hacks financeiros (do bem) de uma só vez: enquanto pensa um pouquinho melhor sobre aquela compra e não conclui no impulso, também aproveita a chance de ganhar um desconto e economizar dinheiro!
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