Quem se interessa pelo mercado financeiro provavelmente já se deparou com alguns gráficos que medem o sobe e desce do preço das ações. Neles, estão explícitos alguns indicadores financeiros e acompanhar esses números é importante para quem investe.
As companhias de capital aberto, por exemplo, que são aquelas que têm ações negociadas na Bolsa de Valores, também costumam divulgar números importantes nos relatórios de resultados trimestrais.
No geral, esses gráficos e relatórios trazem um resumo das principais informações que refletem a saúde financeira da empresa.
Os indicadores neles apontados são considerados estratégicos e, por isso, são acompanhados de perto por especialistas do mercado financeiro e investidores.
Eles ajudam não só a avaliar o desempenho passado de uma empresa, como também a traçar estimativas para seus resultados futuros. Além disso, são de grande importância para o caso de você ser um empreendedor.
Margem bruta, margem líquida, EBITDA e ROI. Mais do que siglas e contas diversas, esses são os nomes de alguns dos principais indicadores financeiros que refletem o desempenho de empresas.
Neste post, você vai entender o que esses e outros indicadores financeiros mostram, além de aprender como usar essas informações a seu favor na hora de tomar decisões de negócio ou investimento.
O que são indicadores financeiros?
Indicadores financeiros são números estratégicos que mostram o desempenho de uma empresa. Sua lógica é parecida com o planejamento financeiro cotidiano: existem gastos e comportamentos que indicam se o mês vai fechar dentro do orçamento.
Ou seja, se você encerra o mês com a conta no vermelho, é um sinal de alerta para a sua saúde financeira. Observar, portanto, os indicadores financeiros, faz com que você evite este tipo de dor de cabeça.
Para o universo das finanças, números de receita, de lucro, de despesas fixas e variáveis, de endividamento e de investimentos realizados são alguns exemplos de indicadores financeiros que refletem a saúde financeira de uma empresa.
Como usar indicadores financeiros em investimentos?
Para usar indicadores financeiros em seus investimentos, é necessário acompanhar as divulgações periódicas de resultados realizadas pelas empresas.
Os indicadores também auxiliam quem deseja acompanhar analistas de mercado, que avaliam os números do passado para traçar projeções de desempenho futuro. Você pode conferir, por exemplo, a cotação do Ibovespa, acessando o portal do InvestNews.
No geral, essas projeções podem ser usadas como referência para a tomada de decisão de onde investir e onde não aplicar o seu dinheiro. Em outras palavras, os indicadores financeiros dão um cheiro do potencial de crescimento de uma empresa, que tende a se refletir na valorização futura de suas ações.
Atenção: os indicadores financeiros não trazem garantias de um bom investimento. Eles funcionam como uma espécie de norte para fundamentar melhor as decisões que você, investidor, irá tomar.
Abaixo, confira no Ep. 06 do Semanada quais as piores decisões para evitar na hora de investir.
Como analisar indicadores financeiros?
Para analisar indicadores financeiros, é preciso fazer comparações, já que um número, sozinho, não diz muita coisa. Ou seja, você precisa comparar o indicador com algum número ou situação real no campo financeiro.
Por exemplo: 100 pessoas é muito ou pouco?
A resposta é que isso depende. Dentro de uma metrópole de 10 milhões de habitantes, 100 pessoas são pouco. Muito pouco. Já 100 pessoas afastadas por acidente de trabalho em uma fábrica com 500 funcionários representam um número grande, não é mesmo?
As comparações mais comuns feitas para analisar indicadores financeiros de empresa envolvem períodos de tempo e setores de negócio.
Nas comparações de tempo, por exemplo, o resultado do segundo trimestre de 2022 pode ser comparado com o resultado do primeiro trimestre do mesmo ano para avaliar se o desempenho da empresa está melhorando ou piorando.
Outro tipo de comparação é a YoY, ou Year Over Year, que compara os mesmos períodos de dois anos diferentes. Você pode utilizar o mesmo segundo trimestre de 2022 e comparar com o segundo trimestre de 2021 para avaliar a evolução do desempenho da empresa de um ano para o outro.
Ainda é possível realizar comparações setoriais. Nelas, é comum comparar os resultados de um mesmo trimestre entre duas empresas varejistas, por exemplo.
Também é possível comparar dois bancos que concorrem entre si. Dessa forma, é possível avaliar quem está indo melhor, considerando as mesmas condições de mercado para as duas empresas.
Quais são os principais indicadores financeiros?
Os principais indicadores financeiros podem ser separados em três categorias:
- Rentabilidade;
- Liquidez;
- Endividamento.
Acompanhe, abaixo, quais são cada um deles:
Quais são os indicadores de rentabilidade?
Indicadores de rentabilidade são aqueles que medem o retorno financeiro das empresas. Eles estão relacionados ao lucro ou ao prejuízo apresentado dentro de um período. Confira a seguir quais são alguns dos principais indicadores de rentabilidade:
ROI
ROI é a sigla para um termo em inglês (Return on Investment) que significa “Retorno sobre Investimento”. Esse indicador mede quanto os investimentos realizados pela empresa trouxeram de retorno.
Na prática, é importante sempre se questionar: “o ROI de um projeto foi positivo ou negativo?” Respondendo a essa pergunta, a empresa pode avaliar se faz sentido continuar nesse caminho ou se é necessário mudar a rota.
ROA
Para entender quão eficaz estão seus lucros, é importante observar o ROA — Retorno Sobre Ativo. Com ele, você consegue entender o lucro líquido anual de um negócio.
Isso porque esse indicador agrupa o lucro após a dedução de todos os gastos e custos durante o ano. Nele devem estar inseridos as despesas gerais, como impostos, gastos operacionais, desvalorização de equipamentos e máquinas, financiamentos, dentre outros.
Margem bruta
A margem bruta é a relação entre o lucro bruto e a receita total de uma empresa. O uso desse tipo de margem como indicador mostra a rentabilidade do negócio, ou seja, o ganho médio de uma empresa com cada venda.
Lembrando que o lucro bruto é a diferença entre o preço de venda e o custo de produção de um produto.
Margem líquida
A margem líquida é a relação entre o lucro líquido e a receita total de uma empresa. Na prática, a margem líquida mostra a capacidade de um negócio se sustentar ao longo do tempo.
Vale lembrar que o lucro líquido é a diferença entre o preço de venda e os custos totais, tanto de produção, quanto fixos (aluguel do escritório e impostos, por exemplo).
Depois de avaliar esse indicador, investidores e tomadores de decisão da empresa podem buscar por medidas para ampliar seus ganhos e/ou evitar grandes perdas e até uma possível falência.
Margem EBITDA
A margem EBITDA é a relação entre o lucro da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização e a receita líquida. Em outras palavras, a margem EBITDA mostra para os investidores a capacidade de uma empresa gerar lucro. Isso auxilia na escolha de investir ou não nessa companhia.
Vale destacar que a receita líquida é a diferença entre a receita bruta e as deduções (impostos, despesas com venda e devoluções de produtos, por exemplo).
Quais são os indicadores de liquidez?
Indicadores de liquidez são aqueles que mostram a capacidade de uma empresa honrar suas obrigações financeiras, como custos com salário de funcionários e parcelas de financiamentos.
Além disso, eles mostram a disponibilidade de dinheiro em caixa para cobrir as despesas do dia a dia. Entenda os detalhes dos dois principais indicadores de liquidez:
Liquidez corrente
A liquidez corrente mostra a capacidade de uma empresa honrar seus custos de curto prazo, como as despesas recorrentes necessárias para se manter em funcionamento.
Os investidores costumam olhar esse indicador financeiro para avaliar quanto tempo a empresa consegue se manter operando, sem depender de investimentos externos ou crédito.
Liquidez geral
A liquidez geral indica a capacidade de uma empresa arcar com suas obrigações no médio e longo prazo.
Por exemplo, se a empresa encerrasse suas atividades hoje, ela teria recursos suficientes para cobrir todas as suas responsabilidades financeiras e fiscais?
Assim, quando um investidor se depara com esse tipo de questionamento, ele tende a olhar para a liquidez geral, com o objetivo de avaliar se vale a pena investir na empresa pensando no longo prazo.
Quais são os indicadores de endividamento?
Indicadores de endividamento são aqueles que mostram a capacidade que uma empresa possui de pagar as suas dívidas. O principal deles é o Índice de Endividamento Geral, que compara o valor total das dívidas com todos os ativos da empresa.
Esse índice mostra qual é o percentual de ativos da empresa financiados por terceiros e não por recursos próprios.
Pode ser comum que uma empresa conte com financiamentos externos para investir na sua própria expansão. Ou, então, para melhorar seu fluxo de caixa, a companhia opta por antecipar recebíveis, por exemplo.
Com isso, é fundamental que os níveis de endividamento sejam controlados para que a saúde financeira da empresa não seja comprometida.
Confira quais são alguns dos principais indicadores de endividamento.
Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
A PCT mostra a proporção dos recursos da empresa que são financiados por capital externo e por capital próprio. Ou seja, ele mede o nível de endividamento da empresa.
Um PCT alto, por exemplo, pode dificultar a captação de novos recursos, considerando o nível de endividamento elevado.
Composição do Endividamento (CE)
A CE mede a quantidade de dívidas de curto e de longo prazo. Olhe para este exemplo: se uma empresa possui muitas dívidas com vencimento no curto prazo, o que isso pode significar?
De antemão, isso pode ser um sinal de alerta. Será que ela terá dinheiro em caixa para honrar com todas essas obrigações?
Por isso, analisar a Composição do Endividamento pode ser decisivo. Quanto mais dívidas fizerem parte do índice CE de uma empresa, maior pode ser seu risco de quebra.
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL):
A IPL (Imobilização do Patrimônio Líquido) mostra quanto do patrimônio da empresa está imobilizado, ou seja, não pode ser transformado em liquidez imediata para cumprir com obrigações de curto prazo.
Imóveis, máquinas e veículos são exemplos de patrimônio líquido imobilizado. É possível dizer que quanto maior o IPL, maior a dependência da empresa de capital externo (novas dívidas) para manter as despesas recorrentes para se manter funcionando.
Além dos indicadores financeiros das mais diversas espécies citados, o ticket médio é de grande importância para que você possa compreender a saúde de uma empresa.
Veja o que ele representa.
O que é ticket médio?
O ticket médio é um indicador financeiro bastante comum, que mostra o valor médio cobrado pelos produtos e serviços comercializados por uma empresa. Quando avaliado junto ao volume de vendas, o ticket médio mostra o potencial de faturamento.
Monitorado ao longo do tempo, o ticket médio também pode indicar a evolução da qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa.
É comum que uma empresa comece oferecendo opções de produtos e serviços mais simples e vá aprimorando seu cardápio de soluções, ao longo do tempo, para aumentar o valor agregado de seus produtos e serviços.
Por isso, o ticket médio também é uma ferramenta de comparação eficiente para concorrentes. Se ambos vendem produtos e serviços similares, o que pode explicar a diferença do ticket médio? O que esse produto tem que seu concorrente não tem?
Essas são algumas das perguntas que podem ser feitas por investidores antes de escolher em qual empresa investir dentro de um mesmo setor.
Mas, após tantos indicadores e variáveis citadas, como tomar uma decisão palpável frente aos seus objetivos? Veja, abaixo, como selecionar as melhores métricas de acompanhamento.
Afinal, quais métricas financeiras devo acompanhar?
Para definir quais métricas financeiras se deve acompanhar, é importante ter em mente não só seu objetivo, mas de qual lado de uma empresa você está.
Isso quer dizer que, se você for um possível investidor, deverá olhar métricas que traduzam o desempenho desta empresa e seus possíveis ganhos a longo prazo. Além disso, para entender os valores de uma empresa, é importante acompanhar seu valuation ou fazer uma análise fundamentalista da mesma.
Já se você é o dono ou faz parte de uma empresa, é importante olhar para métricas de saúde e que te forneçam parâmetros para tomada de decisões e ações frente às finanças do negócio.
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