Começar um negócio com dinheiro próprio pode ser um desafio. Por isso, alguns empreendedores buscam apoio financeiro externo – como o de familiares, amigos, instituições financeiras ou até de um investidor-anjo.
Porém, em quais situações é necessário o apoio de um investidor-anjo? Por que escolher este tipo de investidor? Essas são algumas perguntas respondidas abaixo.
O que é investidor-anjo?
Investidor-anjo é uma pessoa física que usa capital próprio para investir em empresas novas com alto potencial de crescimento, segundo a Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos referência em investimento-anjo no país.
Em 2023, o número de investidores-anjo no Brasil chegou a 8.155, de acordo com uma pesquisa da Anjos do Brasil. Já o total de investimentos foi de R$ 886 milhões,
E quem são os investidores-anjo no Brasil?
Geralmente, os investidores-anjo são empresários, empreendedores ou executivos que acumularam experiência e capital ao longo de suas trajetórias profissionais e que, por isso, podem investir uma parte de seu patrimônio e seu conhecimento em novas empresas.
A pesquisa da Anjos do Brasil ajuda a entender um pouco melhor quem são essas pessoas:
- 80% se identificam como do gênero masculino;
- O valor médio investido por ano é R$ 108 mil;
- Os modelos de negócios B2B (negócios que vendem para outros negócios) são os preferidos pelos investidores-anjo;
- 85,1% dos investidores fazem seus investimentos por meio de redes de investidores-anjo.
Quais são as características dos investidores-anjo?
De acordo com a Anjos do Brasil, algumas características do investidor-anjo são:
- Geralmente, são profissionais experientes – como empresários e executivos – que, além de contribuir com aporte financeiro, contribuem com conhecimento, experiência e rede de contatos. Por isso, o investimento-anjo também é conhecido como smart money – ou “dinheiro inteligente”, em tradução livre;
- Normalmente, o investidor tem uma participação minoritária no negócio;
- Além disso, o investidor-anjo não tem uma posição executiva na empresa, mas atua como mentor ou conselheiro do negócio.
Como o investidor-anjo pode ajudar no seu negócio?
O investidor-anjo pode ajudar no seu negócio de duas formas: com investimento financeiro, ao aportar dinheiro para ajudá-lo a crescer mais rápido; e/ou com investimento de conhecimento, ao mentorar e aconselhar o empreendedor.
E como funciona um investimento-anjo?
Um investimento-anjo funciona como outras modalidades de investimento: o investidor aplica seu dinheiro esperando um retorno financeiro maior no futuro – seja por meio dos resultados do negócio, seja por meio da venda de sua participação.
Justamente por isso, o investimento-anjo não é uma atividade filantrópica. O investidor tem, sim, um objetivo financeiro por trás.
O termo “anjo” é usado pelo fato do investidor não só aportar dinheiro na empresa, como também apoiar o empreendedor com conhecimento, experiência e contatos que podem impulsionar o crescimento do negócio.
Afinal, ajudar a empresa a crescer é de total interesse do investidor-anjo: quanto maior o crescimento, maiores as chances de retorno.
De acordo com a Anjos do Brasil, o investimento-anjo em um negócio é feito, geralmente, por um grupo de cinco a 30 investidores. Com isso, o risco para cada um é menor e o tempo dedicado por cada investidor também é reduzido – já que são definidos um ou dois investidores líderes para cada empresa investida.
Em média, o investimento total por empresa varia entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão, mas pode chegar até R$ 1,5 milhão, em alguns casos.
Quais são os tipos de negócios mais buscados por investidores-anjo?
Não dá para cravar um tipo específico de negócio que investidores-anjo buscam. Cada um tem um perfil diferente, o que influencia as empresas as escolhas deles.
De toda forma, a pesquisa da Anjos do Brasil ajuda a entender um pouco melhor o que investidores-anjo procuram em suas investidas.
Em 2023, empresas B2B (Business to Business, ou negócio para negócio) eram as preferidas entre 89,30% dos entrevistados. Em seguida vinham as B2B2C (Business to Business to Consumers, ou negócio para negócio para consumidores), como indústrias de bens de consumo que também vendem diretamente para o consumidor final; e, depois, as B2C (Business to Consumer, ou negócios para consumidores).
Os setores mais procurados pelos investidores em 2019 foram:
- Serviços financeiros/ Fintechs (52,1%);
- Software/ tecnologia de base (46,3%);
- Saúde/ biotecnologia/ healtechs (45,6%);
- Educação/ edtech (45%);
- SaaS/ serviços para empresas/ HRTech (43,2%);
- Agritech/ agricultura (42,6%);
- Negócios de Impacto (38,5%);
- Energia (33,1%);
- Alimentos/ foodtech (32,6%);
- Construtech/ imobiliário (31,4%).
Ou seja: investidores-anjo buscam diferentes tipos de negócios para aportar dinheiro e conhecimento. A premissa, entretanto, é a mesma: negócios com alto potencial de crescimento.
Qual a lei do investidor anjo?
Uma das questões que podem girar em torno deste tipo de investimento é sobre quais são as leis que legitimam e asseguram os direitos do investidor-anjo e, é claro, da empresa que receberá o apoio financeiro.
O perfil do investidor-anjo é definido pela Lei Complementar 155/2016, que assegura que uma pessoa jurídica ou física poderá investir em uma microempresa ou empresa de pequeno porte para que o negócio se desenvolva. O retorno do investimento vem por meio dos lucros gerados pela empresa.
Uma outra exigência importante, contida na lei 155/16, é a de que a vigência do contrato de participação não deverá ser superior a 7 anos.
Um dispositivo importante acrescentado à Lei Complementar 123/2006 diz que:
“Art. 61-A. Para incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos, a sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos desta Lei Complementar, poderá admitir o aporte de capital, que não integrará o capital social da empresa.
(…)
§ 5º Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno porte, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade.”
Em 2017, a Lei Complementar trouxe uma atualização que garante à empresa que o investidor-anjo não se torne sócio dela. O que assegura também para o investidor que, por meio do investimento, ele não passa a ter responsabilidade legal pela empresa investida.
Como saber se você precisa de um investidor-anjo?
Receber apoio de um investidor-anjo é algo sério, por isso é importante refletir bem sobre o que isso significa antes de partir em busca de um para chamar de seu.
Lembre-se: ao receber um investimento-anjo, você deverá compartilhar todas as informações do negócio com o investidor – incluindo os problemas e pontos negativos da empresa. Se isso é algo que te deixa desconfortável, talvez seja melhor buscar outros tipos de aporte.
Além disso, um dos papéis do investidor-anjo é mentorar, ou seja, orientar e auxiliar o empreendedor para ajudar o negócio a crescer. Por isso, é preciso estar aberto para ouvir críticas e buscar soluções em conjunto.
Também é importante dizer que o investimento-anjo deve ser usado exclusivamente para o crescimento da empresa – o empreendedor não pode usá-lo para pagar dívidas, por exemplo.
Alternativas para aumentar o investimento na sua empresa
Além do investimento-anjo, existem outras formas de se organizar financeiramente para arcar com os compromissos ou até mesmo para fazer o seu negócio crescer, sem depender de um investidor-anjo.
Uma alternativa é usar as Caixinhas PJ para guardar dinheiro na Conta PJ do Nubank. As Caixinhas funcionam como um cofre virtual que faz o dinheiro render. Algumas têm temas sugeridos pelo próprio aplicativo, como Imprevistos, Impostos e tributos, entre outros.
Não existe um número limitado de Caixinhas PJ, você pode criar quantas quiser, mas o próprio app sugere algumas opções.
O seu dinheiro guardado é aplicado em um tipo de rendimento de renda fixa, o RDB (Recibo de Depósito Bancário), que rende 100% do CDI e tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) de até R$ 250 mil por instituição por CNPJ.
O que uma empresa precisa ter para receber um investimento-anjo?
Para ajudar a entender se está na hora de buscar um investidor, a Anjos do Brasil elencou algumas características de empresas ideais pare receber um investimento-anjo. Confira a seguir.
- Empresas que faturam menos de R$ 1 milhão por ano;
- Que buscam aporte de R$ 100 mil a R$ 800 mil;
- Apresentam algum tipo de inovação – seja no produto, serviço, processo de fabricação, modelo de negócio ou forma de comercialização;
- Tenham alto potencial de crescimento e sejam “escaláveis” – capacidade para crescer sem aumentar muito os custos de operação;
- Focam em um mercado-alvo expressivo – que movimente mais de R$ 500 milhões por ano;
- Tenham um modelo de negócio que não pode ser copiado facilmente por concorrentes.
Como conseguir um investidor-anjo?
Se você entendeu que um investimento-anjo é o que sua empresa precisa para crescer e ela se encaixa no perfil buscado por investidores, encontrar um pode ser desafiador. Por isso, é importante se preparar.
Algumas dicas da Anjos do Brasil são:
- Pesquise o mercado de atuação do seu negócio, teste e valide suas ideias com clientes, estude potenciais concorrentes e saiba onde sua empresa se diferencia. Esses são pontos que vão ser avaliados pelos investidores;
- Monte uma apresentação da sua empresa para explicar o modelo de negócio, mostrar como o produto ou serviço vai resolver dores ou necessidades dos clientes, como ela vai ganhar dinheiro, qual o faturamento esperado, quanto é necessário investir e como o investimento será usado;
- Com esse material pronto, você pode buscar por um investidor-anjo em sua rede de contatos, em uma rede de investidores-anjo ou em eventos e concursos para novos negócios.
Mas, lembre-se: depois de encontrar um investidor interessado em sua empresa, ela passará por uma análise criteriosa para identificar se o que você prometeu é realmente verdade.
Mas, lembre-se: depois de encontrar um investidor interessado em sua empresa, ela passará por uma análise criteriosa para identificar se o que você prometeu é realmente verdade.
Seja transparente e esteja com tudo em ordem para aumentar suas chances de fechar o investimento.
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Este texto faz parte da missão do Nubank de lutar contra a complexidade do sistema financeiro para empoderar as pessoas – físicas e jurídicas. Com a conta PJ, queremos ajudar donos de pequenos negócios, empreendedores e autônomos a focarem no que realmente importa. Saiba mais.