O cartão de crédito pode ser um grande aliado na vida financeira de muita gente para parcelar uma compra, adiantar um item indispensável antes do salário cair, ou até para centralizar os gastos em um só lugar. Algumas vezes, por conta de imprevistos, não dá para pagar a fatura e a pessoa acaba entrando no rotativo ou parcelando o débito, e com isso ela precisa arcar com os juros do cartão de crédito.
A melhor opção é sempre pagar o valor integral da fatura. Pela regra, o cliente entra no rotativo quando paga um valor maior que o mínimo e menor que o valor total do cartão. Por exemplo: se a fatura for de R$ 1 mil, e o mínimo de R$ 100, e o cliente pagar R$ 500, entra automaticamente no rotativo. Caso o consumidor pague menos do que o mínimo, ou não pague nada, fica em atraso.
Desde janeiro de 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) instituiu um teto para os juros cobrados nas modalidades de rotativo e de parcelamento de faturas dos cartões de crédito. Isso significa que qualquer dívida adquirida a partir de janeiro deste ano só poderá chegar, no máximo, ao dobro do valor original. Em outras palavras, a pendência não pode crescer mais do que 100%, já incluindo multa e encargos.
Outra regra, de 2017, determina que os consumidores que entram no rotativo do cartão só podem ficar nessa situação por até 30 dias. Após esse período, a instituição financeira precisa trocar o saldo devedor por uma linha de crédito mais barata.
Para monitorar a aplicação da regra que entrou em vigor no começo de 2024, o Banco Central criou um novo índice. Ele teve sua primeira divulgação em 8 de março e tem sido atualizado mensalmente pelo órgão regulador.
Saiba como funciona o novo índice que mede os juros do rotativo.
Quais são os juros do cartão de crédito do Nubank, segundo o índice do Banco Central?
O principal objetivo é facilitar o entendimento sobre os juros cobrados no crédito rotativo em relação ao valor original da dívida. O novo indicador reúne informações sobre 15 instituições financeiras, incluindo o Nubank. Ele considera operações financeiras realizadas a partir de 3 de janeiro de 2024, quando as novas regras começaram a valer.
Com base na nova metodologia, os juros e encargos cobrados no cartão de crédito ficaram entre 26,03% e 53,97% do valor original da dívida em março, entre todas as instituições analisadas, variando de acordo com a instituição financeira.
Abaixo, você confere os dados do Nubank. No site do Banco Central, é disponibilizada a tabela completa com o ranking de juros acumulado sobre a dívida original das principais instituições financeiras do Brasil.
Instituição | Percentil 25 | Percentil 50 | Percentil 75 | Percentil 99 |
Nu Financeira S.A. CFI | 3,99% | 10,33% | 19,10% | 40,53% |
Como entender o novo índice que mede os juros do rotativo do cartão de crédito?
Para construir a tabela, o Banco Central usa informações enviadas mensalmente pelas instituições financeiras. Funciona assim: elas analisam o valor original da dívida dos clientes com o rotativo do cartão de crédito, e quanto essa dívida acumulou de juros e outros encargos na data de referência. Em seguida, as instituições financeiras dividem o valor em reais dos juros e encargos acumulados pelo valor original, resultando em um percentual.
As instituições informam para o Banco Central os percentuais referentes aos percentis 25, 50, 75 e 99. O percentil é uma medida estatística que indica a posição que algo ou alguém está em uma lista, comparando com outros itens ou pessoas.
Por exemplo, em uma sala de aula com 30 crianças, um aluno com percentil 80 para altura é mais alto que 80% das outras crianças da mesma idade. Por outro lado, se outra criança está no percentil 20 para altura, isso indica que ela é mais baixa que 80% das crianças.
Já em uma corrida com 100 pessoas, se você ficar em 70º lugar, isso significa que 30% das pessoas ficaram atrás de você e 69% ficaram à frente. Esse é o seu percentil, uma medida que indica a sua posição relativa no grupo.
Nessa analogia, os percentuais calculados pelas instituições financeiras são como corredores. O percentil mostra quais percentuais estão na frente (com juros mais altos) e quais estão atrás (com juros mais baixos). O limite de 100% é como uma linha de chegada.
Dá para simplificar mais?
Trazendo os dados do Nubank para o exemplo dado pelo próprio Banco Central, a melhor maneira de entender a tabela com dados de janeiro de 2024 é do seguinte modo:
- Percentil 25: em 25% das operações do Nubank, os montantes de juros acumulados até o momento são iguais ou inferiores a 3,99% dos valores originais das dívidas;
- Percentil 50: em 50% das operações do Nubank, os montantes de juros acumulados até o momento são iguais ou inferiores a 10,33% dos valores originais das dívidas;
- Percentil 75: em 75% das operações do Nubank, os montantes de juros acumulados até o momento são iguais ou inferiores a 19,10% dos valores originais das dívidas;
- Percentil 99: em 99% das operações do Nubank, os montantes de juros acumulados até o momento são iguais ou inferiores a 40,53% dos valores originais das dívidas.
Nova regra acabou com o efeito “bola de neve”
O novo índice do Banco Central será atualizado todos os meses. Com o tempo, será possível entender como o teto de juros do rotativo acabou com o “efeito bola de neve” da dívida. No ranking, nunca haverá um percentual superior a 100% em juros e encargos de cartão de crédito, pois desde janeiro de 2024 esse é o limite que pode ser cobrado.
Série histórica com juros de 400% não representa a realidade brasileira
Além do índice, o Banco Central divulga também uma série histórica de juros do rotativo que, apesar de seguir padrões internacionais, não representa a realidade dos encargos cobrados no país.
Essa série histórica traz uma taxa anualizada, calculada pela média mensal de juros de rotativo cobrados por cada instituição de seus clientes que entraram no rotativo.
Enquanto essa taxa anualizada indica juros da ordem de 400% ao ano, na prática, desde 2017, os consumidores que entram no rotativo do cartão só podem ficar nessa situação pelo período de uma fatura. Após esse prazo, o saldo devedor no rotativo deve ser trocado por uma linha de crédito mais barata.
Números mostram que cartão de crédito impulsiona economia e rotativo não é vilão do endividamento
Se bem usado, o cartão de crédito pode ser um importante aliado na organização financeira. Ele, inclusive, tem ajudado a financiar o consumo e a impulsionar o crescimento econômico. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as transações realizadas por cartão de crédito representam 22% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e 34% do consumo das famílias.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em 2023, o volume transacionado em cartões de crédito chegou a R$ 2,4 trilhões, em mais de 17,8 bilhões de transações. Isso equivale a, em média, quase 50 milhões de pagamentos feitos por este meio a cada dia.
Por outro lado, os números da Abecs mostram que o rotativo do cartão de crédito é responsável por apenas 2,4% do endividamento das famílias brasileiras. O financiamento imobiliário responde por 40,6%, o consignado por 24,5%, aquisição de veículos por 10,8%, não consignado por 10,3% e, outros créditos, por 11,3%.
Negociar a dívida é o melhor caminho para evitar juros no cartão de crédito
Se em algum mês você se complicou nas contas e não conseguiu evitar o rotativo do seu cartão de crédito Nubank, saiba aqui todas as formas de negociar esses débitos com a gente.
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