Do que você precisa para ser feliz? Essa é uma pergunta complexa e sem resposta certa – mas existem pessoas que resolveram olhar para ela e entender qual é a relação entre ser e ter. Na verdade, tem gente que encontra a felicidade em consumir apenas o essencial. E isso tem nome: minimalismo.
Mas engana-se quem pensa que minimalismo significa abrir mão de consumir tudo ou de nunca realizar sonhos materiais. Na verdade, tem mais a ver com consumo consciente e priorização. Em alguns casos, o minimalismo pode até te aproximar do seu sonho de consumo.
Entenda, a seguir, o que é esse jeito de viver e como ele pode ser aplicado também na sua vida financeira.
O que é minimalismo?
Cada vez mais se tem falado sobre minimalismo. O termo surgiu no século 20 para se referir a uma série de movimentos artísticos, culturais e científicos que tinham algo em comum: o uso de poucos elementos fundamentais como base.
Ainda hoje, esse movimento tem um sentido semelhante, mas incorporou novas áreas e transformou-se, também, em um estilo de vida.
Pessoas que seguem o minimalismo tomam decisões mais conscientes de consumo a fim de não acumular muitos itens. De acordo com a influenciadora digital Ana Bochi, autora do livro Realize seus sonhos gastando pouco, seguir um estilo de vida minimalista implica em ter o mínimo de coisas que sejam realmente essenciais. “Assim, é possível priorizar as próprias experiências”, conta.
Ana tem um canal no Youtube com quase 900 mil inscritos, e mais de 150 mil seguidores no instagram. Nas redes sociais ela compartilha sua rotina e dá dicas de como cada um pode aplicar o minimalismo no seu dia a dia.
Como ter um estilo minimalista de vida?
O estilo minimalista está baseado na diminuição dos níveis de consumo. Segundo os adeptos, isso significa treinar o olhar para aquilo que realmente importa antes de comprar.
A dúvida de muita gente, contudo, é se a redução drástica do consumo pode ser algo muito taxativo ou mesmo muito difícil para quem tem renda mais baixa. Segundo Ana Bochi, que há 7 anos pratica o minimalismo, reduzir o consumo não é abrir mão de gastar, mas gastar melhor.
“O estilo minimalista não me priva de coisas materiais, pelo contrário. Por ter menos itens, eu acabo conseguindo ter coisas de mais qualidade. Um exemplo disso é que, deixando de comprar bens supérfluos, eu consegui economizar uma boa quantia e com esse dinheiro eu dei entrada na minha casa própria”, diz.
Quando aderiu ao minimalismo, Ana tinha uma renda mensal R$ 2.000 e o marido não trabalhava. Mesmo assim, o casal conseguiu juntar o valor correspondente à entrada de uma casa (R$ 6.000, em 2014) e financiou o imóvel em Foz do Iguaçu – PR. Em 2020, divulgaram nas redes sociais que haviam quitado o financiamento de 30 anos do imóvel em pouco mais de cinco anos.
Mas eu ganho pouco, e agora?
A realidade de muitos brasileiros é não ter o que poupar no fim do mês, pois o dinheiro ganho é totalmente direcionado às contas básicas.
Metade da população do país sobrevive com apenas R$ 438 mensais per capita, o que significa menos de R$ 15 reais por dia para satisfazer todas as necessidades básicas. Dá para ser minimalista assim?
Entender se alguma conta do orçamento é supérflua (e se ela poderia ser eliminada ou diminuída) é um dos primeiros passos. Organizar bem as contas é essencial para tentar gastar menos e melhor, porque só assim você consegue ver onde (e se) há margem para cortes. Ao fazer isso, você pode descobrir, por exemplo, que tem a possibilidade de pedir um auxílio do governo ou negociar uma tarifa social de luz, por exemplo.
Qualquer um pode ser minimalista?
Depende. Minimalismo não tem relação com o quanto você poupa, necessariamente, mas com o quanto você deixa de consumir. Não é todo mundo que tem a disposição ou a possibilidade de fazer isso. O segredo está no autoconhecimento, em entender se isso faz sentido para você e se é o momento ideal.
Ah, bom lembrar que tudo na vida para ser saudável precisa de limite. Assim como gastar todo o seu dinheiro não é o ideal, reduzir seus níveis de consumo de um jeito que te prive de tudo também não é o caminho para uma vida financeira equilibrada.
“Eu acredito que o limite do minimalismo saudável é quando você sabe que tudo o que você tem é importante, está sendo útil na sua vida e te agrega de alguma forma. Sejam bens materiais, comida, viagem… É sobre ter só o suficiente para ser feliz e não sobre não ter ou não fazer”, diz Ana.
Como aplicar o minimalismo na sua vida financeira?
Uma das definições mais diretas sobre o minimalismo está no documentário “Minimalism: a Documentary About the Important Things” (tradução: Minimalismo: um documentário sobre as coisas que importam), dos americanos Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, ser minimalista é assumir o controle das suas finanças antes que elas te controlem.
O que isso quer dizer na prática? Dinheiro é motivo de muita ansiedade e pode fazer com que tenhamos, inclusive, problemas mais profundos na vida pessoal. Assim, a partir do momento em que toma decisões mais conscientes e responsáveis, longe de impulsos consumistas e despesas supérfluas, você se torna dono do seu dinheiro e dos seus projetos, de fato.
“O minimalismo apareceu na minha vida quando eu estava passando por uma fase financeira muito difícil e procurava algo que conseguisse me ajudar. Eu estava manifestando ansiedade, depressão e esse estilo de vida me ajudou a ser mais feliz com menos. Além disso, consegui dedicar recursos para outras áreas da minha vida para as quais não sobrava dinheiro”, finaliza Ana.
Por onde começar para ser minimalista na vida financeira?
Gastando menos, melhor, sistematizando as suas finanças e focando nos projetos de longo prazo. Contudo, se você ainda é consumista e nem sabe por onde começar essa mudança de vida, Ana Bochi propõe cinco passos para praticar o minimalismo na sua vida financeira.
1. Organize seus ganhos e despesas
Faça uma lista ou planilha do quanto você ganha e quanto gasta para entender para onde o seu dinheiro vai. Você pode ver aqui um passo a passo de como fazer essa organização.
2. Elimine gastos e contas supérfluas
Analise tudo o que paga, o que compra e reduza esse valor para que ele se adeque ao que você recebe. Se houver dívidas, tente renegociar a fim de quitá-las.
Lembrando: supérfluo significa coisas diferentes para cada pessoa. Entender o que é essencial é algo muito pessoal e o que pode parecer descartável para alguns é importante para outros.
3. Livre-se do desnecessário
Se você tiver móveis, roupas e eletrodomésticos que não usa, venda e reinvista em outras coisas que façam mais sentido para os seus objetivos.
4. Evite compras por impulso
No lugar de se comprometer a “não comprar nada, nunca”, busque reconhecer os sinais de quando a vontade das compras está ligada a ansiedade, nervosismo, ou gatilhos que te fazem agir sem pensar. Assim você evita gastar dinheiro que poderia ir para o pagamento de alguma conta ou mesmo no investimento de algo maior.
5. Invista seu dinheiro
Uma das principais metas do minimalismo é ter dinheiro para investir nos seus sonhos e objetivos. Não guarde por guardar: invista no que realmente é importante para você. Inclusive, dar nome às suas metas financeiras pode te fazer poupar mais e melhor.
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