Quando o assunto é bolsa de valores, economia ou política internacional, menções ao FED dos Estados Unidos são frequentes. Quando, por exemplo, a taxa de juros dos Estados Unidos foi reduzida, a imprensa noticiou em peso o assunto. Mas o nome FED não é tão conhecido dos brasileiros – e pode confundir ou deixar dúvidas. Abaixo, entenda o que é o FED dos Estados Unidos e quais são suas responsabilidades.
O que é o FED, o Federal Reserve System
Em poucas palavras, o FED é o banco central dos Estados Unidos – e tem papel de definir e regular medidas relacionadas à economia do país.
Considerando que a economia dos Estados Unidos é a maior do mundo, o FED se torna uma instituição importante: qualquer mudança na economia norte-americana terá impacto nos demais países do mundo e suas respectivas economias.
O que o FED faz?
As cinco principais “funções” do FED são:
- Definir e conduzir a política monetária e cambial dos Estados Unidos;
- Fiscaliza a atuação dos bancos centrais de cada distrito americano
- Garantir a estabilidade do sistema financeiro do país;
- Gerir o sistema de pagamentos;
- Regular e supervisionar as instituições financeiras;
- Promover o desenvolvimento sustentável da economia.
Tal como o Banco Central do Brasil, portanto, o FED define a taxa de juros básica dos Estados Unidos, controla a quantidade de moeda em circulação e também é responsável por definir e garantir o cumprimento da política monetária do país, entre outras funções.
Entender o que é o FED traz mais clareza sobre como suas medidas impactam as demais economias mundiais.
Como o FED atua?
É importante comentar sobre a independência do FED em relação ao governo norte-americano e às outras instituições políticas do país: ele tem a liberdade de aplicar políticas econômicas sem a necessidade de aprovação do governo, assim como de intervir na economia – como fez na crise de 2008.
Além disso, existem algumas diferenças entre o banco central brasileiro e o FED, sendo a principal delas a presença de instituições financeiras privadas em sua governança. Isso significa que bancos privados também participam das decisões do FED.
Outra diferença importante é em relação à compra e venda de títulos: no caso do FED, ela acontece em uma instituição separada, o FOMC, sigla para Federal Open Market Committee – em português, Comitê de Mercado Aberto.
A formação do FED
O FED tem a seguinte composição:
- Um conselho de governadores, composto por sete membros e liderado pelo presidente nacional do FED (escolhido pelo presidente dos Estados Unidos);
- 12 presidentes dos Federal Banks regionais, que atuam como “filiais” do FED pelo país; são eles: Atlanta, Boston, Cleveland, Dallas, Chicago, Kansas City, Minneapolis, New York, Philadelphia, Richmond, San Francisco e St. Louis.
- Representantes de instituições financeiras privadas do país;
- E o FOMC.
Em 2020, o presidente do FED é Jerome Powell e o vice-presidente, Quarles Randal.
O FED e a economia mundial
O FED não pode interferir diretamente em outras economias mundiais, somente no que diz respeito aos Estados Unidos. Entretanto, em se tratando da maior economia global, os EUA têm impacto na economia dos demais países, nas bolsas de valores, nas commodities, etc.
Um exemplo recente é a mudança na taxa de juros básicas dos Estados Unidos. Para tentar amenizar os efeitos da crise econômica decorrente da pandemia do novo Coronavírus, o FED manteve sua taxa de juros básicas entre 0,10% e 0,25% e sinalizou que elas devem permanecer assim até 2022.
Aqui você vê o que está por trás dessa medida e o que isso significa.
A queda de juros nos EUA fez com que os preços dos contratos futuros de petróleo, depois de passar por um período de baixa, fechassem em alta no dia 10 de junho.
No caso do Brasil, a notícia impactou o dólar, que teve alta no mesmo dia, valorizando 1,05% e chegando a R$ 4,93.
Além disso, se tratando de medidas que impactam a compra e venda de títulos, o FED interfere na quantidade de moeda (dólar) que circula na economia: quando adquire títulos no mercado, ela injeta dinheiro na economia, e quanto vende, retira e coloca títulos no mercado. Isso também impacta a economia brasileira de certa forma.
É por isso que qualquer pronunciamento ou grande movimentação do FED gera notícias no mundo inteiro – e, especialmente durante a pandemia, as decisões do Federal Reserve são acompanhadas de perto pelos demais países.
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