Os entusiastas dos criptoativos acreditam que as tecnologias que fazem esse mundo existir podem mudar a forma como as pessoas se relacionam com a internet e com o dinheiro. Eles reconhecem, porém, que essas mesmas tecnologias ainda são lentas quando o assunto é o número de transações por minuto.
Mas já existem projetos com a promessa de resolver esta e outras lacunas do universo cripto. Um deles é a Polygon Matic.
A Polygon Matic é uma rede que funciona como uma via paralela à Ethereum, segunda maior blockchain do mundo. Na prática, a tecnologia da Polygon possibilita transações mais rápidas na rede e ainda serve como base para a criação de outros projetos que conversam com a Ethereum.
Ficou complicado? Abaixo, entenda melhor cada elemento dessa rede e o token por trás da Polygon, que leva o mesmo nome da rede, o Polygon Matic.
Para começar, o que é a Ethereum?
No mundo dos criptoativos existem várias redes blockchain (que significa “corrente de blocos”, em português), tecnologia que funciona como uma espécie de banco de dados. Nesse sistema, é possível fazer transações de ativos digitais (como documentos e os próprios criptoativos) sem intermediários, de qualquer lugar do mundo e de uma forma transparente.
A rede do bitcoin é a primeira e mais conhecida blockchain que existe. A Ethereum, por sua vez, é a segunda mais importante. Concebida em 2013, mas lançada efetivamente em 2015, a Ethereum é considerada uma evolução da rede do bitcoin por ser programável e permitir que outros projetos sejam criados dentro dela.
Isso fez com que outros criptoativos surgissem de forma mais acelerada. Hoje, entre 60% a 80% dos projetos de criptoativos são criados dentro da Ethereum, principalmente projetos de finanças descentralizadas (DeFi).
No vídeo abaixo, entenda mais sobre a Ethereum.
DeFi é o nome dado para o conjunto de produtos e serviços financeiros que funcionam dentro de uma blockchain. Essas soluções usam algoritmos e smart contracts (contratos inteligentes, que permitem a realização automática de acordos) para possibilitar que qualquer pessoa conectada a uma blockchain envie e receba recursos, peça empréstimos e receba juros de qualquer lugar do mundo, sem intermediários. A rede Ethereum é a blockchain onde há mais aplicações de DeFi.
Protegida, mas lenta
Todas as transações feitas numa blockchain são protegidas por criptografia, uma camada de segurança que dificulta qualquer tipo de fraude. Mas essa tecnologia ainda é lenta, principalmente quando o assunto é serviço financeiro. Enquanto as empresas de cartão de crédito fazem 40 mil, 50 mil transações por segundo, as redes blockchain fazem algumas dezenas.
Funciona assim: dentro de uma blockchain, as informações enviadas pelos usuários são coletadas em um “bloco”, processadas e autenticadas por vários participantes da rede. Quando o bloco é confirmado – ou seja, quando a transação é efetivada –, ele é adicionado em sequência aos blocos anteriores, formando uma cadeia, o que explica o termo em inglês.
Se você tem mais pressa para ver sua transação concretizada, é possível “furar a fila” do processamento, pagando uma taxa. Esse pagamento é feito com o token ou o criptoativo específico da rede blockchain com a qual você está fazendo a transação.
O valor dessa taxa varia conforme a lei de oferta e demanda. Quanto mais gente querendo prioridade, maior é o valor cobrado.
O que é a Polygon e o que ela tem a ver com a Ethereum?
A Polygon é uma rede criada na segunda camada da Ethereum para aumentar a velocidade das transações feitas dentro da rede. Traduzindo: é como se a Polygon fosse uma via expressa da Ethereum.
Assim como a segunda maior blockchain do mundo, a Polygon também permite a criação de outras redes blockchains, aplicativos, NFTs, serviços de DeFi e outros projetos, só que é mais rápida do que a via principal, a Ethereum.
A rede Polygon é uma tecnologia da web3, a terceira geração da internet, que é controlada pelos próprios usuários e desenvolvedores.
Além disso, tudo o que é criado com a Polygon é compatível com a Ethereum. Ou seja, esse ecossistema também funciona como uma infraestrutura que ajuda a criar e conectar outras blockchains e projetos compatíveis com a Ethereum.
Resumindo, a Polygon ajuda a resolver dois problemas do universo dos criptoativos e, especificamente, da Ethereum:
- Escala: por ser mais rápida que a blockchain da ether (criptomoeda da Ethereum), a Polygon executa mais transações, em menos tempo e, por isso, tem menos filas de processamento;
- Taxas: por ter menos filas, consequentemente tem taxas menores.
A Polygon foi criada em 2017 pelos desenvolvedores Jaynti Kanani, Sandeep Nailwal, Anurag Arjun e Mihailo Bjelic, e se chamava Matic. Em fevereiro de 2021, ela passou a se chamar Polygon.
Polygon Matic: o que é e como funciona o token?
Da mesma forma que o bitcoin nasce na rede blockchain Bitcon e a ether é da rede Ethereum, o Polygon Matic é o token nativo da Polygon. Na prática, um token representa no mundo digital itens do mundo real, como mercadorias, contratos ou direitos, como ingressos para eventos, passagens aéreas, ações e até obras de arte únicas, como os NFTs.
Ou seja, além de ser usado em transações digitais, como compras e transferências, o Polygon Matic também garante direitos a quem tem esse token na carteira, como a possibilidade de colaborar nas decisões sobre mudanças na rede.
Desde que foi criado, o token da Polygon chegou a valer US$ 2,72 em dezembro de 2021 – seu maior valor. Em junho de 2022, o Matic chegou a sua mínima histórica, de US$ 0,34.
Segundo o CoinMarketCap, o token é um dos dez maiores criptoativos do mundo, com um valor de mercado de mais de US$ 8 bilhões – conforme dados do dia 5 de dezembro de 2022.
Mas ele não é o único criptoativo que circula na Polygon. Como esse ecossistema existe dentro da rede Ethereum, a ether (ou ethereum) também é usada nas transações.
Polygon Matic: vale a pena comprar?
Depende do seu perfil, dos seus objetivos e do seu conhecimento em mercados que têm muita oscilação de preço, como é o caso das criptomoedas.
Em primeiro lugar, se você não tem nenhuma experiência com qualquer tipo de mercado financeiro, precisa saber que os valores das criptomoedas e dos tokens sobem e descem a cada minuto e por vários motivos. Essa oscilação se chama volatilidade. Por isso, esses criptoativos são recomendados para quem topa correr mais riscos.
Você não deveria, por exemplo, colocar nesses ativos um dinheiro que pode precisar em uma emergência. Em outras palavras: antes de decidir comprar a Polygon Matic, ou qualquer outro criptoativo, é preciso compreender bem os riscos para avaliar se eles fazem sentido para você.
Abaixo, confira algumas dicas que podem te ajudar a escolher um criptoativo:
- Acesse o site da criptomoeda ou token e leia o whitepaper: essa é uma dica até simples, mas que pode ajudar a evitar golpes. Desconfie se um criptoativo não tem sequer um site que explique o que ele é e como funciona. Esse site deve ter um documento, conhecido como whitepaper, que explique o projeto da moeda digital. Confira aqui o whitepaper da Polygon Matic.
- Market cap: este é um dos principais indicadores do mercado cripto. Market cap é a quantidade de criptoativos multiplicada pelo valor de cada um deles. Ou seja, é o valor total de um ativo no mercado. Esse número ajuda a entender o potencial de crescimento de uma criptomoeda ou token.
- O projeto por trás desse criptoativo: criptoativos oferecem uma tecnologia com potencial de solucionar algum problema ou mexer com algum mercado. Quanto mais importante e revolucionária for essa tecnologia, maior é o potencial do criptoativo e, por consequência, maiores são as chances de eles não desaparecerem.
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