Para alguns investidores, o cálculo de preço médio de ações pode ser usado para identificar a hora certa de comprar ou vender os ativos. Essa conta, porém, é ainda mais importante para quem declara esse tipo de investimento de renda variável no Imposto de Renda, já que é por esse valor médio que é feito o registro para a Receita Federal.
Para começar o cálculo do preço médio, é necessário identificar os custos e as quantidades dos seus ativos financeiros. Você encontra todas essas informações em suas notas de negociação, dentro da plataforma da sua corretora.
Confira, a seguir, como calcular o preço médio de ações.
Importante: o texto abaixo é uma forma de te ajudar na busca por informações. Em caso de dúvidas, procure um contador ou profissional qualificado para auxiliar na sua declaração.
O que é o preço médio de ações?
O preço médio (PM) é um cálculo usado para determinar a média de preços que um investidor pagou ao comprar um determinado ativo na Bolsa de Valores. Essa conta é feita porque é comum uma pessoa realizar várias compras de uma mesma ação ao longo do tempo. E esses investimentos são realizados por preços diferentes.
Ao fazer o cálculo do preço médio, é possível saber quanto foi pago por cada uma dessas ações, levando em conta todas as operações de compra realizadas em um ano.
O preço médio de ações também será usado para fazer a declaração anual de Imposto de Renda. Saiba mais no exemplo abaixo.
Como calcular o preço médio de ações?
Para declarar uma ação no seu Imposto de Renda, é essencial calcular o preço médio dos ativos. Para começar esse cálculo, você precisa saber os custos operacionais e os volumes das suas operações.
Quando for calcular, reúna as seguintes informações de cada ação adquirida, separando por ativo adquirido e por tipo de operação, com as seguintes informações:
- Volume de ações que você adquiriu em cada compra (separando operações day trade de operações swing trade);
- O preço da unidade da ação em cada operação;
- O total de ações que você possui;
- O custo total de aquisição dessas ações (incluindo taxas de corretagem e as taxas de operações da Bolsa, por exemplo).
Confira um exemplo: se você comprou uma ação duas vezes ao longo do mês, multiplique a quantidade de ações pelo preço e some as taxas.
Por exemplo:
1ª compra: 200 ações a R$ 14 (200 x R$ 14) = 2.800 + R$ 10 (taxas) = R$ 2.810.
2ª compra: 300 ações a R$ 15 (300 x R$ 15) = 4.500 + R$ 10 (taxas) = R$ 4.510.
Quantidade total de ações: 500 (200 + 300). Agora vamos ao cálculo do custo médio.
(2.810) + (4.510) / 500 = R$ 14,64 (preço médio)
Logo, neste exemplo, o preço médio de compra da ação será de R$ 14,64.
Nota de corretagem Nubank: onde encontrar e como usar no Imposto de Renda
E se eu vender todas as minhas ações no mesmo ano? Como fica o cálculo?
Mesmo que você venda todas as suas ações, isso não vai influenciar no preço médio de compra dos ativos.
Isso porque, na hora hora de acertar as contas com a Receita, devem ser considerados apenas os valores das compras no cálculo de preço médio, e não das vendas. O valor da venda impacta no cálculo do ganho de capital, mas não impacta o custo médio por ação.
Preço médio de ações como estratégia de investimento
Muitos investidores usam o cálculo do preço médio para decidir comprar ou não novos lotes de ações. Na prática funciona assim: quando uma ação se desvaloriza no mercado, a pessoa compra mais lotes desse ativo com o objetivo de reduzir o preço médio.
Confira um exemplo prático. Imagine que você tenha comprado 100 ações pagando R$ 20 por ativo, incluindo as taxas. O preço médio aqui foi de R$ 20.
Depois de um tempo, o preço da ação cai para R$ 18, incluindo as taxas. Você então decide comprar mais um lote de 100 ações.
Agora, o seu preço médio caiu para R$ 19, porém continua acima do valor da ação, que nesse caso custa R$ 18.
Em uma operação como essa, o investidor assume riscos ao usar o preço médio para tomar decisões. Se essas ações compradas continuarem a cair, você terá uma quantidade maior de papéis a um preço menor e, portanto, mais prejuízo.
Alternativa é focar em boas empresas
Para o analista do Nubank, Murilo Breder, nem sempre essa estratégia é uma boa ideia. Segundo ele, muitos investidores acham que reduzir o preço médio dos investimentos é sinônimo de comprar ativos baratos – e isso nem sempre é verdade.
Em muitos casos, a desvalorização de ações tem uma causa real, ou seja, uma mudança nos chamados fundamentos da companhia. Isso significa que algum fator muito importante para a empresa mudou, como os resultados financeiros, o nível de endividamento, o panorama da economia etc.
Caso o investidor ignore essas mudanças e continue a comprar os ativos em busca de reduzir o preço médio, corre o risco de perder dinheiro.
Por isso, para Breder, é necessário focar os investimentos em ações de boas empresas.
“O exercício que o investidor deve fazer é pensar na hipótese de recomprar todas as suas ações. Você compraria as mesmas ações nos preços de hoje? Se a resposta for sim, aí você pode decidir comprar a ação. Mas não simplesmente para reduzir preço médio”.
Importante: o texto acima é uma forma de te ajudar na busca por informações. Em caso de dúvidas, procure um contador ou profissional qualificado para auxiliar na sua declaração.
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