A maior parte das 30 moedas mais negociadas do mundo se desvalorizou em relação ao dólar em 2020 – e o real teve a pior perda de todas.
“Ah, mas eu não vou viajar nem invisto em dólar“. Pode até ser, mas essa desvalorização ainda assim impacta seu bolso. A gente explica.
O que significa real desvalorizado?
Quando se fala em valorização ou desvalorização do real, geralmente é em relação ao dólar – como a moeda norte-americana é referência na economia, a cotação do real em relação ao dólar é um sinal do quanto a moeda está valendo.
E quem achava o câmbio ruim no fim de 2019 mal tinha ideia de como ele estaria quase um ano depois: em 9 meses, o real perdeu 28% do seu valor perante o dólar. Hoje, o comercial está em aproximadamente R$5,60 – em seu momento mais desvalorizado, chegou a bater os R$5,90.
O movimento foi mundial. Muitos países viram suas moedas se desvalorizarem em meio à crise causada pela pandemia – os piores, junto ao Brasil, foram Turquia (-24,8%), Argentina (-22,3%) e Rússia (-19,5%), segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Por que essa queda?
A pergunta principal, na verdade, é por que o dólar sobe em momentos de crise. Basicamente, ele é o que se chama de moeda de referência: o que acontece com ele afeta todas as moedas e reflete o cenário econômico global.
Há uma série de motivos para isso, incluindo a força da economia dos Estados Unidos e o fato de que commodities são negociadas em dólar. Isso significa que existe uma confiança internacional na moeda norte-america.
O dólar passa a sensação de segurança e, em tempos de incerteza, é para ele que as pessoas correm. De forma simplificada, os investidores tendem a tirar seu dinheiro de mercados emergentes e apostar no que consideram mais estável – a moeda e o mercado americanos.
Como o real desvalorizado te afeta?
Há os casos óbvios – pessoas que vão viajar para o exterior, comprar produtos importados ou investir em ativos ligados ao dólar, por exemplo. Mas a desvalorização do real impacta o bolso do brasileiro em várias situações do cotidiano.
No mercado
Lembra da história do arroz alto? O pacote de 5 kg chegou a custar R$40, acompanhado por outros produtos básicos da alimentação do brasileiro (como óleo de soja e feijão). O dólar alto foi um dos fatores: com uma maior demanda internacional e preços mais vantajosos para exportar, os produtores começaram a vender mais pra fora, diminuindo a oferta interna e aumentando os preços por aqui.
Nos negócios
Mesmo com a pressão dos preços, o atual índice de desemprego (que bateu recorde na última semana de setembro) também pode fazer com que pequenos vendedores não repassem o aumento de custos (diminuindo as margens de lucros) para não perder clientes.
Na moradia
O IGP-M, índice usado como referência para ajustar os aluguéis de imóveis, é composto por vários fatores – entre eles o preço das commodities, produtos que são comerciados em… você adivinhou, dólar.
Com a alta do IGP-M, os reajustes podem, em teoria, subir mais do que nos últimos anos.
Quando isso tudo vai melhorar?
A crise continuada da pandemia torna difícil ter uma previsão exata de fortalecimento da economia – enquanto o mundo está inseguro, a tendência pela busca por estabilidade continua.
O melhor caminho para quem está passando por dificuldades financeiras é se informar sobre alternativas, como auxílios de renda e possibilidades de negociação.
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