Quando se fala da bolsa de valores, investimentos de maior risco, cotação do dólar e de outras moedas estrangeiras, é comum se deparar com o termo volatilidade.
Na prática, esse é um termo usado, basicamente, para falar sobre variações, altas e baixas que ocorrem nos diferentes tipos de ativos.
Para quem está começando a se aprofundar em investimentos, é importante entender um pouco mais a fundo esse conceito – o que é, como funciona e quais os diferentes tipos que podem aparecer durante uma negociação.
O que é volatilidade?
Na prática, a volatilidade é um “medidor” da variação de um ativo. Quando falamos daqueles que têm alta volatilidade, isso significa que seu preço varia muito e de maneira muito rápida, por exemplo.
De forma mais detalhada, esse é um conceito voltado para o mercado financeiro: trata-se de uma variável que analisa, durante determinado período, a velocidade, intensidade e frequência com que o ativo varia.
Ativos com alta volatilidade podem cair ou subir de maneira muito rápida e também de forma muito ou pouco acentuada.
Entender esse conceito é importante para poder criar cenários para diferentes ativos e prever tendências, períodos de alta ou de baixa e poder se prevenir. Especialmente para investidores, é importante entender como investir melhor seu dinheiro e equilibrar os riscos.
Como funciona a volatilidade?
A volatilidade é calculada a partir do desvio padrão médio de um ativo levando em consideração a rentabilidade diária que ele apresenta em um período. Em uma linguagem mais simples, são levadas em conta as altas e baixas que ele apresenta para calcular uma porcentagem estimada de variação.
Por exemplo: determinado investimento apresenta o mesmo rendimento todos os dias há meses. Durante aquele intervalo de tempo ele é, portanto, pouco volátil. Já um outro ativo que, em um dia, teve um rendimento espetacular mas, dois dias depois, despencou, teve uma variação muito maior. Ele é, portanto, mais volátil.
Ser volátil é sinônimo de dar rendimento?
É importante dizer que a variação não reflete, necessariamente, o valor final do rendimento. Um investimento que variou muito pode, ao final de determinado período, entregar um rendimento maior do que uma opção mais estável. Ou vice-versa.
Ser volátil significa que o rendimento de um investimento tem mais chances de variar – e não se irá performar bem ou mal.
Lembrete: qualquer investimento tem volatilidade, que pode ficar mais forte ou mais fraca em certos momentos econômicos e políticos.
Qual a diferença entre volatilidade e risco?
Quando falamos de riscos em investimentos, significa que existe a possibilidade de algo não sair como o planejado. Isso pode gerar a possibilidade de perdas.
A volatilidade é uma das medidas de risco de um ativo. Um investimento, por exemplo, pode ser considerado mais arriscado se for muito volátil – ou seja, se for menos estável e previsível.
Na prática, a variação é um jeito de medir a segurança de um investimento. Quanto menos volátil, em tese, menos arriscado – afinal, é mais fácil prever o resultado.
Em geral, quanto maior a volatilidade, maior o risco envolvido naquele investimento. Na prática, aqueles ativos que mais sobem e descem no mercado são também aqueles com maior potencial de valorização.
Por exemplo: as ações têm uma alta volatilidade, maior que a da renda fixa e quase sempre oferecem mais riscos. Apesar disso, esse tipo de ativo é capaz de gerar ganhos maiores.
Os riscos de um investimento nem sempre são fáceis de prever e englobam uma série de fatores – como a economia e a confiança do mercado. E, lógico, os tipos de risco também variam muito dependendo do ativo em si.
Investimentos ligados à agricultura, por exemplo, podem ser mais influenciados por questões climáticas.
Vale lembrar que a volatilidade também é usada para avaliar vários tipos de investimentos, como os fundos de investimento e títulos do Tesouro Direto.
Você pode encarar o estudo sobre volatilidade como a previsão do tempo. Claro que são grandes as chances do meteorologista acertar e não chover. Mas não temos como saber com certeza o que vai acontecer e o tempo pode virar a qualquer instante.
Por meio da análise do histórico de movimentação de um ativo e de outras informações ligadas a ele, você consegue fazer uma estimativa dos riscos. Porém, assim como na previsão do tempo, você pode ganhar mais do que o esperado ou até perder dinheiro.
Na hora de investir, suas escolhas dependem do quanto você tem disponibilidade para “se molhar” caso chova. Isso é, o quanto você suporta perder algum dinheiro caso as ações que você comprou se desvalorizem.
Como usar a volatilidade a seu favor
Volatilidade costuma assustar a maioria das pessoas. Mas essa oscilação também pode ser boa para os seus investimentos. Estudando a volatilidade, você pode encontrar o momento certo para vender e comprar ativos, proporcionando melhores retornos.
Os investidores que mais se beneficiam da variação dos preços são os que fazem Day Trade, aquelas operações curtas que começam e terminam no mesmo dia.
Para lucrar, eles identificam pequenas oscilações e fazem operações rápidas, que podem durar apenas alguns minutos, para aproveitar a oportunidade e ganhar dinheiro.
Tipos de volatilidade
Existem diferentes maneiras de calcular o quão volátil é um ativo e cada uma delas tem um papel e finalidade específicos. São três os tipos principais e mais conhecidos:
1.Volatilidade histórica
Como o próprio nome sugere, ela leva em conta as variações passadas de um ativo em determinado período. Ela é conhecida também como o desvio padrão anualizado (ou seja, em determinado ano) de determinado ativo.
Essa medida é usada como uma estimativa na hora de tentar calcular as variações futuras.
Por exemplo: analisando quanto determinada ação variou, um investidor pode tentar prever quanto irá receber no próximo ano. Mas atenção: essa análise histórica costuma ser usada apenas como um guia e não oferece garantias – afinal, muitos outros fatores entram neste cálculo e o cenário pode mudar.
2.Volatilidade real
A volatilidade real, ou futura, é a que representa a variação no preço de ativos negociados no mercado futuro.
Voltando algumas casas: o mercado futuro é aquele onde são negociados diferentes ativos pelo preço que os investidores acreditam que eles valerão no futuro. Um exemplo de ativo futuro é o Ibovespa Futuro – entenda aqui como ele funciona.
De forma bem simplificada, operar no mercado futuro significa negociar, hoje, algum ativo (uma ação, petróleo, dólar, etc) que será de fato vendido só daqui algum tempo – dias, semanas, meses ou anos.
É como firmar um acordo de compra e venda no futuro: daqui algumas semanas, o comprador pagará o preço X em um ativo. Se naquela data o preço real for menor ou maior, não importa. Vale o valor combinado.
Ou seja: a volatilidade real considera os preços dos ativos futuros, que são negociados com contrato para uma data futura e uma estimativa de preço, que pode ou não se concretizar.
Quando o ativo chega em sua data de vencimento, a volatilidade real se torna histórica.
3. Volatilidade implícita
É aquela realizada no momento atual e consiste em uma estimativa de um preço futuro de determinado ativo. Ela é calculada a partir da variação histórica daquele ativo e dos preços negociados atualmente na bolsa.
Volátil e não volátil – conceitos químicos
Além do mundo dos investimentos, as palavras “volátil” e “não-volátil” podem soar familiares para quem lembra das aulas de química do colégio.
Na química, uma substância considerada volátil é aquela que passa facilmente do estado líquido para o gasoso – enquanto uma substância não-volátil dificilmente evapora na temperatura ambiente. O álcool e a acetona, por exemplo, são considerados muito voláteis – pois, em temperatura ambiente, evaporam rapidamente.
Embora sejam áreas distintas, é possível traçar um paralelo para ajudar a lembrar dos conceitos: aquilo que é volátil, seja na química ou na economia, pode mudar “de estado” de forma rápida. Em um minuto, é algo que está na sua mão; no outro, pode ter “evaporado”.
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